Batman e seus amores: aqui, a Mulher-Gato.

O cavaleiro das trevas está sempre em alta, por isso, o HQRock traz um especial com os grandes amores de Batman: as mulheres que poderiam – algumas até literalmente – fazer o homem-morcego perder a cabeça. A lista é grande: Batman é o maior conquistador da DC Comics, tendo se envolvido tanto com mulheres comuns, sob a identidade de Bruce Wayne (Julie Madison, Vicki Valle, Silver St. Cloud, Versper Fairchild), como outras heroínas (Mulher-Maravilha, Canário Negro, Sasha Bordeaux) e até vilãs (Mulher-Gato, Hera Venenosa, Talia Head). Você acha que sua vida amorosa é complicada? Pois espere só até ver esta aqui…

Embarque na complicada vida amorosa de Bruce Wayne e conheça um pouco dessas lindas mulheres tão relevantes à história dos quadrinhos quanto os outros personagens coadjuvantes do universo do cavaleiro das trevas.

Na falta de um critério melhor, vamos listá-las por ordem mais ou menos cronológica de acordo com o cânone oficial.

[Ah, não custa dizer: Este post foi escrito originalmente em 2012, mas foi atualizado desde então].

JULIE MADISON

Julie Madison: primeira grande paixão de Bruce Wayne depois do Batman.

A primeira namorada incorporada às histórias do Batman (e oficialmente, primeiro amor de Bruce Wayne) foi Julie Madison. Ela foi criada por Bob Kane, Gardner Fox e Bill Finger, notadamente baseada na aparência da atriz Grace Kelly, e estreou bem cedo na vida do herói: apareceu pela primeira vez em Detective Comics 31, de 1939, apenas a quinta aventura do homem-morcego. Fazendo o estilo “donzela em perigo” da época, Julie teve uma célebre participação na trama de Detective Comics 33, na qual é sequestrada pelo Monge, uma das mais lembradas aventuras dessa época.

Julie Madison por Bob Kane.

Nesta versão da Era de Ouro dos Quadrinhos, Julie era membro da high society de Gotham City e, embora nas primeiras aparições não tivesse uma ocupação bem definida, Detective Comics 40, de 1940, a estabelece como atriz, sendo uma das quase vítimas do primeiro Cara de Barro (o também ator Basil Karlo), um serial killer que fez vítimas num set de filmagens.

Sua última aparição nesta fase foi em Detective Comics 49, na qual ela rompe seu noivado com Bruce Wayne para se dedicar inteiramente à carreira de atriz em ascensão. Na trama (como era típico da Hollywood da época), Julie muda o nome para Portia Storme e vira uma estrela, e fica decepcionada com a “falta de ambição” de Bruce Wayne, lamentando que ele não quisesse trabalhar, enquanto Bruce lhe diz que não quer nem pensar em nada relacionado ao trabalho. Nesse descompasso, ele encerra o relacionamento dos dois, ainda que deixe uma esperança para o futuro, caso ele mude seu jeito de pensar.

O Monge Louco na arte de Matt Wagner.

Depois, a personagem só apareceu ou foi citada de modo muito casual nas histórias do Batman, mas foi retomada nas duas fantásticas minisséries escritas e desenhadas por Matt WagnerBatman e os Homens Monstros e Batman e o Monge Louco, publicadas em 2006 e que atualizam algumas daquelas primeiras aventuras do cavaleiro das trevas, adaptando-as à cronologia corrente do herói pós-Crise nas Infinitas Terras. Aqui, Julie Madison não é atriz, mas uma estudante de Direito, filha do megaempresário Norman Madison, que tem dívidas com o crime organizado, na figura do mafioso Sal Maroni. O homem termina assassinado, o que causa grande desgosto em Julie que, somado à decepção com a vida vazia de playboy de Bruce Wayne, seu noivo, decide deixar Gotham e ir trabalhar como missionária na África.

Fica estabelecido nessas histórias que Batman considerava, inicialmente, que sua missão seria temporária e que ele realmente esperava terminar suas atividades de vigilante e se casar com Julie. Obviamente, após algum tempo, o herói percebeu que isso não seria possível, o que lhe causou muita dor, embora não demonstre nem conte isso a ninguém.

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Julie Madison em Batman e Robin.

Julie Madison apareceu no filme Batman e Robin, de Joel Schumacher, em 1997, interpretada por Elle Macpherson, mas seu papel é meramente figurativo na trama.

LINDA PAGE

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Linda Page por Bob Kane.

Após Julie Madison, Bruce Wayne encontrou outra namorada em Linda Page, que apareceu pela primeira vez em Batman 05, de 1941, criada por Bob Kane e Bill Finger. Nas histórias, a jovem ruiva era um socialite algo fútil, o que fazia um bom par com a fachada de Bruce Wayne. Apesar de ter estrelado as revistas do Batman por dois anos, até 1943, a personagem sumiu completamente depois disso, quase não sendo mencionada desde então.

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Linda Page vivida por Shirley Patterson.

Ainda assim, por estar sendo publicada na mesma época, a personagem é mais lembrada por ter sido a primeira namorada do Batman em live action, aparecendo na série para o cinema de 1943, onde foi interpretada por Shirley Patterson.

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Linda Page em 1969.

De modo mais moderno, Linda apareceu casualmente em Batman 208, de 1969 (por E. Nelson Bridwel e Gil Kane), e também pós-Crise nas Infinitas Terras, em 1986. Essas histórias estabelecem que ela cansou da vida fútil e se tornou enfermeira.

VICKI VALE

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Vicki Vale (a mais famosa das namoradas)…

A fotojornalista Vicki Vale é provavelmente a mais famosa das namoradas “civis” do Batman. O cartunista Bob Kane contratou uma modelo para retratá-la como a personagem, e quem fez o serviço foi uma loira deslumbrante chamada Norma Jean Mortensen, que pouco tempo depois seria mundialmente famosa como Marilyn Monroe.

… e sua modelo Marilyn Monroe.

A repórter, contudo, foi retratada nos quadrinhos como ruiva e apareceu pela primeira vez em Batman 49, de 1948, numa história de Bob Kane, Bill Finger e Lew Schwartz. A intenção, claramente, era reprisar a relação Clark Kent-Lois Lane, com Vale dividida entre a atração por Bruce Wayne e o Batman e até suspeitando, em algumas ocasiões, que os dois fossem a mesma pessoa. Ela permaneceu como a principal namorada de Bruce Wayne por bastante tempo, até a reformulação editorial do Batman em 1964, quando uma série de personagens coadjuvantes foram afastados.

Apesar de esparsas aparições nos anos 1970, Vicki Vale só voltou mesmo às histórias a partir de Batman 349, de 1981, por Gerry Conway e Gene Colan. Contudo, seu período de maior relevância se deu após a reformulação de Crise nas Infinitas Terras, quando ela voltou a ter um envolvimento com Bruce Wayne na excelente fase de Alan Grant e Norm Breyfogle em Detective Comics e, depois, em Batman, entre 1988 e 1990. Nessas tramas, realmente apaixonado por Vicki, Bruce Wayne considera seriamente contar a ela que é o Batman, mas após ela quase ser morta pelo Ventríloquo, ele desiste e rompe o namoro.

Kim Bassinger como Vicki Vale no filme de 1989.

Nesse mesmo período, ela apareceu em Batman – O Filmede Tim Burton, em 1989, interpretada por Kim Bassinger. No filme, como nos quadrinhos originais, ela está interessada no Batman, e conhece Bruce Wayne na high society. Depois, ele liga os pontos e percebe que os dois são a mesma pessoa, e Alfred a leva até a Batcaverna para conversar com Bruce, antes de quase se tornar uma vítima do Coringa. A personagem não voltou para Batman – O Retorno, de 1992, mas é citada nominalmente duas vezes.

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Vicki Vale no traço de Jim Lee.

A personagem continuou a aparecer esporadicamente, mas voltou a ter um papel mais importante no universo do homem-morcego a partir de 2009. Na sequência de histórias de Grant Morrison na qual Batman é dado como morto e Dick Greyson o substitui como Batman, Vicki começa a suspeitar que o empresário e o vigilante são a mesma pessoa. No arco A Batalha pelo Manto, ela consegue juntar conexões entre todos os aliados de Batman e deduz a identidade deles.

Vicki Vale: outro grande amor.

Disposta a revelar à imprensa esse segredo, ela decide esperar um pouco e conversar pessoalmente com Bruce Wayne para saber porque ele faz isso. Com Bruce Wayne desaparecido, Alfred Pennyworth e o (então ex-) vilão Silêncio, Tommy Elliot, criam um embuste para enganá-la. Porém, quando o vilão Ra’s al Ghul descobre que Vicki Vale sabe a identidade secreta do Batman, decide matá-la, mas o próprio Bruce Wayne, já de volta, a salva. O reencontro com Bruce e a verdade fazem Vicki perceber que o segredo é valioso demais, então, ela concorda em não revelá-lo e se torna mais uma aliada do Batman.

MULHER-GATO

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A Mulher-Gato em suas muitas fases.

A tensão sexual entre Batman e a Mulher-Gato surgiu desde o primeiro encontro dos dois, numa história de Batman 01, de 1940, por Bob Kane e Bill Finger. Desde a primeira aventura, já fica claro que a ladra não é uma vilã qualquer, pois não é exatamente maligna, “apenas” fora da lei e oportunista. No começo, ela era chamada apenas de The Cat e não tinha um uniforme. Em Batman 02, por exemplo, ela e o Coringa coincidentemente estão em busca de antiguidades no mesmo castelo da Europa e, no meio da trama, a ladra termina auxiliando o homem-morcego a impedir o palhaço do crime.Na trama que seria criada posteriormente para sua origem, é explicado que Selina Kyle era uma aeromoça (o máximo de “mulher liberta” da época) e que após um acidente aéreo, perdeu as memórias e teve sua psique alterada para virar uma ladra.

O uniforme da vilã foi “montado” aos poucos: primeiro com ela usando um vestido; depois, um capuz com capa; em seguida, uma máscara horrenda mimetizando a cabeça de um gato; e, por fim, o clássico uniforme da Era de Ouro, com máscara parecida com a do Batman, vestido com decote e capa.

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A Mulher-Gato é surpreendida pelo Coringa em Batman 02, de 1940.

A tensão sexual entre o herói e a vilã fez da Mulher-Gato uma das personagens mais recorrentes em suas aventuras até 1954, quando foi tirada de circulação em resposta à campanha difamatória do psicólogo Fredric Wertham no livro A Sedução do Inocente, que culpava os quadrinhos pelo aumento da marginalidade nos EUA e que o conteúdo das histórias era não apenas inapropriado, mas lascivo. Em resposta, as editoras lançaram o Comic Code Authority (CCA), um órgão de autocensura, que proibia manifestações eróticas ou sexuais nas HQs, o que fez a Mulher-Gato perder o sentido.

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A Mulher-Gato era uma ótima maneira de brincar com a sexualidade nas histórias do Batman.

Por isso, a personagem ficou 12 anos sem nenhuma aparição nas revistas, o que só foi revisto após o sucesso da série de TV do Batman e sua versão icônica da personagem (mais abaixo). Nas histórias dos anos 1970, alguns escritores começaram a tratar a Mulher-Gato como uma psicopata, o que a afastou mais ainda do cavaleiro das trevas. Isso foi mudado nos anos 1980, quando houve uma reaproximação.

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A versão “hardcore” de Selina Kyle por Miller e Mazzucchelli. Junto dela, a pequena Holly.

A reformulação cronológica de Crise nas Infinitas Terras, em 1985, mudou tudo. A história Batman: Ano Umde Frank Miller e David Mazzucchelli, de 1987, mostra uma origem totalmente nova para a vilã: Selina Kyle é uma prostituta que larga “da vida” para ser ladra e resolve usar um uniforme após ver o Batman em ação. Essa é uma versão hardcore da personagem (que foi abrandada com o tempo), que é mostrada fumando, usando drogas e dizendo que odeia os homens porque “nunca conheceu um”. A trama criada para ela mostra uma órfã que é mandada para um orfanato onde sofre maus tratos e, no fim da adolescência, foge e vai viver nas ruas de Gotham City.

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Mulher-Gato e Batman em “O Longo Dia das Bruxas”. Arte de Tim Sale.
De inimiga à namorada.

Funcionando como uma sequência direta de Ano Um, a maxissérie Batman: O Longo Dia das Bruxas, de Jeph Loeb e Tim Sale, em 1996-1997, mostra o início do envolvimento entre Bruce Wayne e Selina Kyle: os dois se encontram nas festas da high society de Gotham, onde ela nutre amizades com a família mafiosa Falcone. Há um romance entre os dois ao mesmo tempo em que Batman e Mulher-Gato também têm seus encontros (não exatamente amorosos). Ao longo que a história avança, surgem indícios de que Selina é uma filha bastarda de Carmine Falcone, o maior chefão da cidade.

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A Mulher-Gato antiheroína dos anos 1990.

O relacionamento entre Selina e Bruce fica no passado, mas Batman e Mulher-Gato continuam a se encontrar constantemente. Os roteiristas dos anos 1990 optaram por uma versão antiheroína para a (agora) ex-vilã. Selina não é má, apenas mal orientada, e talvez cleptomaníaca. Seus crimes nunca envolvem violência, ela não é assassina e só rouba aos ricos. Além disso, usa sua fortuna acumulada para ajudar anonimamente os habitantes de sua vizinhança. Esse caminho reaproxima os ex-rivais.

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Detalhe da máscara e visor da Mulher-Gato nos quadrinhos, em momento de beijo com o Batman. Arte de Jim Lee.

O pico alto desse processo foi o arco de histórias Silêncio, de Jeph Loeb e Jim Lee, em 2002-2003, na qual Batman decide ter um relacionamento “para valer” com a Mulher-Gato, o que envolve contar a ela que ele é Bruce Wayne. Os dois permanecem um tempo juntos, mas a paranoia do cavaleiro das trevas leva a um rompimento. Ainda assim, os dois permanecem como aliados.

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Batman pede a Mulher-Gato em casamento.

No novo reboot que a DC Comics estabeleceu em 2011, logo na primeira edição de Catwoman, Judd Winick e Guillerm March mostram uma tórrida cena de sexo entre a Mulher-Gato e o Batman em um telhado de Gotham City. (Veja aqui).

Nas histórias mais atuais, pós-Os Novos 52, o escritor Tom King trabalhou ainda mais a aproximação entre Batman e Mulher-Gato, que de amantes ocasionais se tornam parceiros em tempo integral, culminando com Bruce Wayne pedindo Selina Kyle em casamento. A cerimônia chega a ser planejada, mas não ocorre quando Selina percebe que o enlace irá atrapalhar a missão do Batman.

A Mulher-Gato já teve várias encarnações live action. Primeiramente, na série de TV dos anos 1960, onde foi interpretada por três atrizes: Julie Newmar (na primeira e na segunda temporada),  Lee Meriwether (no filme para o cinema, exibido entre a duas primeiras temporadas) e Eartha Kitt (na terceira temporada). Kitt também foi a primeira versão afroamericana da personagem. A personagem voltou aos cinemas em 1992 em Batman – O Retorno, de Tim Burton, interpretada magistralmente por Michelle Pfeiffer. Em 2004, foi lançado o filme Mulher-Gato, protagonizado por Halle Barry, mas foi um fracasso de público e crítica. Antes, a personagem voltou à TV na aclamada Batman – A Série Animadacom a voz de Jane WebbBatman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge trouxe uma versão da Mulher-Gato, na pele de Anne Hathaway; e The Batman traz Zoe Kravitz no papel.

HERA VENENOSA

Hera Venenosa em sua versão “pele-verde” na arte de Jim Lee.

A vilã surgiu em em Batman 181, de 1966, criada por Robert Kanigher e Sheldon Moldoff, e suas primeiras histórias exploravam uma grande tensão sexual entre a vilã e Batman. Porém, nas histórias pós-Crise nas Infinitas Terras, prevaleceu mais uma situação em que Pamela Isley é apaixonada por Batman, mais do que ele por ela. Mas nos últimos anos, Hera Venenosa não vem se mostrando nada interessada e tenta matar o herói sem dó nem piedade.

TALIA HEAD

Talia e Batman na arte de Neal Adams.

Em uma missão perseguindo a Liga dos Assassinos, Batman conheceu a mercenária Talia Head, por quem se apaixonou, numa história criada por Dennis O’Neil e Bob Brown em  Detective Comics 411, de 1971. Pena que logo descobriu que o pai dela, Ra’s Al Ghul, era o líder do grupo terrorista. No entanto, pragmático, Ra’s sempre achou que Batman seria o marido ideal para a filha, devido a ele ser o maior detetive do mundo e o homem mais perigoso da Terra. Essa relação tensa foi muito bem explorada nas histórias de Dennis O’Neil e Neal Adams, entre 1971 e 1973, reunidas no encadernado Batman: Contos do Demônio, disponível nas livrarias brasileiras pela editora Panini Comics

Batman e Talia ficam juntos em “Filho do Demônio”, por Barr e Bingham.

Apesar do cavaleiro das trevas considerar Ra’s como um de seus piores inimigos, a paixão com Talia foi tão forte que ela começou a viver um conflito de interesses entre seu amado e o pai, gravitando ao redor dos dois na medida em que as histórias surgiam. Na trama de O Filho do Demônio, de Mike W. Barr e Jerry Bingham, em 1987, após seu pai recrutar o detetive para uma missão contra um terrível inimigo comum, os dois amantes ficam um pouco mais de tempo juntos e Talia fica grávida do Batman.

Todavia, quando percebe que a gravidez afeta o cavaleiro das trevas emocionalmente e compromete a missão, Ra’s e Talia criam um ardiloso plano em que simulam um aborto espontâneo. Um Batman furioso cumpre a sua missão, mas é dolorosamente dispensado por Talia. Batman vai embora ignorando a farsa e o final da história mostra a criança viva e entregue à adoção.

A relação entre Batman e Talia não foi afetada por Crise nas Infinitas Terras e os dois permaneceram aliados, inclusive, com ela tomando o controle da LexCorp, a empresa de Lex Luthor, como parte de um plano do herói contra o vilão. Até que, após a “morte” de Ra’s Al Ghul, uma outra de suas filhas, Nyssa Raatko, fez uma lavagem cerebral em Talia e a tornou uma vilã de verdade, como nunca fora antes.

Damian Wayne tem alguns problemas de temperamento.

Nessa condição, ela apareceu algum tempo depois, para mostrar ao Batman o filho que tiveram, Damian Wayne, que se torna o novo Robin. Com passar do tempo, Talia passou a ter um comportamento mais ameno, mostrando-se quase como uma aliada relutante, enquanto Damian teve seu comportamento impulsivo abrandado pelo pai e fez valer com honras o papel de Robin.

Marion Cotillard como Miranda Tate: será ela Talia?

No filme Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge, a personagem Miranda Tate, interpretada por Marion Cotillard é apresentada como uma executiva da Wayne Enterprises que vai ajudar Bruce Wayne a desenvolver a filantropia, mas na verdade, é revelada no final como sendo Talia, filha do personagem Henri Ducard, o Ra’s Al Ghul de Batman Begins, interpretado por Liam Neeson.

SILVER ST. CLOUD

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Na fantástica sequência de histórias escrita por Steve Englehart e desenhadas por Walt Simonson e Marshall Rogers, entre Detective Comics 469-479, de 1977 e 1978 (mais tarde reunidas no encadernado Strange Apparitions), Batman conhece a socialite e organizadora de eventos Silver St. Cloud, por quem fica fascinado.

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Silver St. Cloud: amada pelos fãs da velha guarda.

Silver é uma mulher não apenas bonita, mas de grande personalidade. Os dois ficam juntos e ela chega a descobrir sua identidade secreta. Mas o fato de Bruce Wayne viver com a vida em risco torna-se impossível de suportar. Após presenciar o Batman em ação, ela pede pelo fim do relacionamento e deixa Gotham.

Ela voltaria mais tarde, em outra história de Englehart, a minissérie Dark Detective, na qual Silver retorna a Gotham City em meio à campanha de seu noivo ao senado. Ela considera largar tudo e ficar ao lado de Bruce, mas novamente o Batman fica entre eles. Pela maneira como foi escrita por Englehart, para muitos fãs do Batman da velha guarda, Silver St. Cloud é “a mulher”.

SHONDRA KINSOLVING

Shondra Kinsolving: ajudando Bruce Wayne a se recuperar.

Bruce Wayne conheceu a Dra. Shondra Kinsolving quando ela era a responsável pela recuperação do pai de Tim Drake (o Robin III), que tinha ficado paralítico em uma tragédia. Ela foi introduzida em Batman 486por Doug Moench e Jim Aparo, em 1993, em meio ao início do arco A Queda do Morcego. Depois, quando Batman é derrotado e tem a espinha dorsal quebrada por Bane, Bruce é tratado por Shondra e isso os torna mais próximos, iniciando de fato um romance. Antes que Bruce esteja totalmente recuperado, Shondra é sequestrada por seu irmão adotivo, que é um criminoso. Mesmo numa cadeira de rodas, Wayne organiza uma missão de resgate para salvá-la, mas a doutora é obrigada a realizar uma série de atrocidades por seu irmão, de modo que fica em estado catatônico.

Ela apareceu mais uma vez, anos depois, quando novamente Batman é bastante machucado, agora pelo vilão Silêncio, no arco Hush, de Jeph Loeb e Jim Lee, em 2002, onde participa da cirurgia de Bruce como assistente do Dr. Tommy Elliot, que secretamente era o próprio vilão.

VESPER FAIRCHILD

Vesper Fairchild: fim trágico.

A radialista Vesper Fairchild surgiu em Batman 540, de 1997, em meio à longa temporada de Doug Moench e Kelley Jones na revista. Inteligente e de temperamento forte, Vesper cativou Bruce Wayne quando se conheceram em meio a uma entrevista. O fato dela ter seu programa durante a madrugada também era perfeito para que o herói não precisasse ficar criando desculpas esfarrapadas de seus “sumiços”.

Contudo, em meio à série de tragédias que acometeram Gotham City seguidamente – uma epidemia do vírus ebola em Contágio e um grande terremoto em Terremoto, o romance dos dois terminou interrompido. Veio então a Terra de Ninguém, quando Gotham foi declarada extinta e não pertencente ao território dos EUA durante um ano. Quando as coisas voltaram à normalidade, Vesper voltou à cidade e procurou por Bruce, que agora estava envolvido com Sasha Bordeaux e evitou um relacionamento sério.

Ao mesmo tempo, Vesper estava com uma investigação em curso para descobrir a identidade do Batman, embora não aja indícios de que ela desconfiava de Bruce Wayne. Infelizmente, Vesper terminou assassinada dentro da Mansão Wayne por David Cain, na revista Batman: The 10-Cent Adventure, de autoria de Greg Rucka e Rick Burchett, em 2002, no início do arco Bruce Wayne: Assassino. Era parte de um plano de Lex Luthor para incriminar Wayne em vingança pelo empresário ter cruzado os caminhos do vilão pouco antes. Cain confessaria o crime e Wayne seria inocentado mais tarde. A pobre Vesper foi escolhida meio ao acaso, por ser a mais recente namorada do “playboy” (Luthor não sabia que ele era o Batman).

SASHA BORDEAUX

Sasha Bordeaux antes da cirurgia plástica.

A guarda-costas Sasha Bordeaux cruzou o caminho de Bruce Wayne após este sofrer uma tentativa de sequestro e a Diretoria da Wayne Enterprises impor uma segurança armada para ele, em Batman 751, por Greg Rucka e Shawn Martinbrough, em 2000. Inicialmente, Wayne impõe um regime de frieza em torno de Sasha, porque pensa que ela atrapalha suas investidas como Batman. Com o passar do tempo, porém, os dois foram criando certa cumplicidade e o fato de Wayne desaparecer às noites começou a criar problemas. Por fim, o herói deixou uma pista para que ela seguisse e descobrisse que ele é o Batman, o que foi feito. Curiosamente, Sasha achou que deveria continuar servindo de guarda-costas mesmo ao Batman, assim, passou a usar um uniforme e uma máscara e segui-lo em suas missões.

Em meio a isso, após voltar de uma missão, Bruce Wayne foi preso acusado de matar Vesper Fairchild (no arco Bruce Wayne Assassino e sua sequência, Bruce Wayne: Fugitivo, comandado pelos escritores Greg Rucka e Ed Brubaker, e com vários desenhistas, como Ed McGuinness e Scott McDaniel) e Sasha Bordeaux também foi presa acusada de cúmplice. Usando suas habilidades, Wayne fugiu da cadeia e foi atrás de provar sua inocência. Sasha permaneceu presa por se recusar a entregar o grande segredo de Bruce. Na cadeia, porém, ela aparentemente sofreu uma agressão e morreu. Na verdade, era um plano da organização secreta Xeque-Mate para convocá-la como agente secreta. Sendo o maior detetive do mundo, Batman não acreditou em sua morte e logo descobriu os planos do Xeque-Mate. Contudo, Sasha aceitou a proposta, passou por uma cirurgia plástica e foi treinada como agente.

Batman, então, começou uma campanha agressiva contra o Xeque-Mate para conversar com ela. Como não conseguiam detê-lo, a organização desistiu e permitiu que Sasha se encontrasse com Batman e os dois conversassem. Na conversa, cada um explica sua história e o herói confessa seu amor por ela, mas agora, cada um segue seu próprio caminho. Em seguida, Sasha se tornou Bispa Negra do Xeque-Mate e braço-direito do líder da organização, Maxwell Lord. No entanto, quando Lord se revelou um vilão, Sasha ajudou Batman a derrubá-lo. Com a queda, ela própria se tornou a líder da organização.

MULHER-MARAVILHA

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Mulher-Maravilha: novo visual nos quadrinhos.

Durante um curto período, em meados dos anos 2000, em meio às aventuras da Liga da Justiça, houve um envolvimento amoroso entre Batman e a Mulher-Maravilha. A reação não foi adiante, mas permanece algum tipo de sentimento entre eles e uma profunda admiração de Diana por Bruce Wayne.

CANÁRIO NEGRO

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Canário Negro: encontros casuais.

Embora Dinah Lance seja mais conhecida como a esposa do Arqueiro Verde, a Canário Negro sempre nutriu uma paixonite por Batman e os dois namoraram diversas vezes ao longo dos anos. O primeiro lance do romance se deu em Justice League 84, de 1970, e o tema retornou depois.

JEZEBEL JET

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Jezebel Jet: traidora mortal.

Na longa temporada de Grant Morrison como escritor do Batman, Jezebel Jet foi o principal interesse amoroso de Bruce Wayne, aparecendo pela primeira vez em Batman 656, de Grant Morrison e Andy Kubert, em 2006, mais tarde coletada no encadernado Batman e Filhorecém republicado no Brasil pela Panini Comics. Apresentada como uma ex-modelo que agora comandava um pequeno país africano, Jezebel terminou se revelando uma agente da organização terrorista Luva Negra, cuja a missão era destruir Batman. Assim, ela ajudou no plano do vilão Dr. Hurt para enlouquecer e matar Bruce Wayne, sendo mal sucedidos, é claro.

RACHEL DOWES

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Rachel Dowes vivida por Maggie Gyllenhaal.

Esta personagem foi criada pelo cineasta Christopher Nolan e o escritor David S. Goyer exclusivamente para a cinessérie atual do Batman, nunca existindo nos quadrinhos. Em Batman Begins, de 2005, Rachel Dowes é interpretada por Katie Holmes e é uma amiga de infância de Bruce Wayne (Christian Bale), com sua mãe sendo uma das criadas da família, juntamente a Alfred Pennyworth. Bruce e Rachel crescem como namoradinhos, mas se afastam após o jovem voltar a Gotham City e decidir matar o assassino de seus pais (o que não consegue). Daí, Bruce Wayne viaja pelo mundo, treinando para se tornar o Batman e só retornando sete anos depois.

Neste tempo, Rachel já é advogada e assistente da promotoria e termina se envolvendo nas tramas da máfia de Carmine Falcone e do Dr. Jonathan Crane, o Espantalho. Em determinado ponto, Batman revela para ela que é Bruce Wayne, mas isso termina afastando-os, porque ela não consegue conviver com alguém que vive em risco.

Em Batman – O Cavaleiro das Trevas, de 2008, a personagem foi vivida por Maggie Gyllenhaal em uma interpretação mais madura. Aqui, ela está saindo com o novo promotor público, Harvey Dent (Aaron Eckhart) e, apesar da esperança de Bruce Wayne em tê-la como companheira em um futuro próximo, Rachel escolhe ficar com Dent, antes dela ser morta pelo Coringa e ele ficar deformado, enlouquecer e virar o Duas Caras.

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E aí, qual das namoradas do Batman é a mais interessante?

Batman foi criado pelo cartunista Bob Kane com o roteirista Bill Finger, estreando em Detective Comics 27, de maio de 1939 e desde então é publicado pela DC Comics.