O Capitão América não apenas é um dos mais populares heróis da Marvel Comics, como é o líder dos Vingadores e um astro dos filmes do Marvel Studios. Mas a sentinela da liberdade também é um astro dos quadrinhos, com um punhado de histórias excelentes. E para aqueles que pensam no personagem como um patriota ufanista e imperialista, se surpreenderiam com o conteúdo dessas histórias nas quais é apresentado como alguém guiado pela fé no melhor da humanidade, independente de qualquer governo.
Por isso, o HQRock traz uma lista com as Melhores Histórias do Capitão América nos quadrinhos. A seleção se deu por qualidade e importância histórica das tramas, levando aspectos cronológicos apenas em segundo plano. Apanhe seu escudo, dê um soco na cara de Hitler e siga o supersoldado da Marvel num conjunto fantástico e surpreendente de histórias fabulosas.
01 – O SOLDADO INVERNAL
Captain America (vol. 05) 01 a 14, de 2005-2006, por Ed Brubaker e Steve Epting.
Há boas histórias do Capitão América em todas as épocas. Mas a melhor de todas mesmo, para surpresa de muitos, foi publicada há poucos anos: O Soldado Invernal não apenas abala as estruturas cronológicas do personagem, mas traz uma aventura de tirar o fôlego, carregada de suspense e mistério ao mesmo tempo em que entrega personagens (novos e velhos) cheios de força e nuance. O retrato do “homem fora do tempo”, tão cara à representação de Stan Lee do personagem, é bem aprofundado, ao mesmo tempo em que Steve Rogers precisa lidar com os novos dilemas (políticos) do mundo contemporâneo e reavaliar seu posicionamento ideológico.
A trama é fascinante: com o fim dos Vingadores (na saga Vingadores: A Queda), o Capitão América procura por um sentido na vida; enquanto continua a patrulhar as ruas do Brooklyn, onde mora. Ao mesmo tempo, dois vilões movem suas peças no tabuleiro e entram em choque entre si: o arquiinimigo do herói, o Caveira Vermelha; e Alexsander Lukin, um ex-general russo, agora dono de uma poderosa empresa multinacional. E com um passado misteriosamente vinculado ao Capitão América. As artimanhas de Alexsander Lukin envolvem usar o Soldado Invernal, um lendário operativo da União Soviética nos tempos da Guerra Fria, que agora está nos EUA e tem não somente o Caveira Vermelha como alvo, mas o próprio Capitão América. A identidade do Soldado Invernal irá surpreender o herói como nenhuma outra coisa! Spoilers à frente: Durante a batalha, o Capitão América descobre que o Soldado Invernal é ninguém menos do que Bucky Barnes e Nick Fury e a Viúva Negra confirmam a identidade. Bucky sobrevivera ao acidente aéreo que pensavam ter tirado sua vida, embora tenha perdido o braço esquerdo. Os soviéticos encontraram o rapaz, substituíram seu braço por outro mecânico, fizeram uma lavagem celebral nele e o transformaram em um espião sem piedade, destinado a assassinar os inimigos da KGB e da União Soviética. Ganhou o nome Soldado Invernal porque era congelado entre as missões para que não envelhecesse, de modo que continuava tão jovem quanto o próprio Capitão América.
Agora, o sentinela da liberdade precisa encontrar uma maneira de ajudar um velho amigo, vítima de lavagem cerebral, ao mesmo tempo em que tem que parar a máquina de destruição de Lukin. Outro mérito de O Soldado Invernal é lançar um novo olhar sobre Bucky Barnes, o parceiro mirim do Capitão América nos tempos da II Guerra Mundial e dado como morto no fim do conflito no mesmo acidente que deixou Steve Rogers em animação suspensa por décadas. Bucky é mostrado como um operativo um pouco mais velho do que o habitual (não mais um menino/adolescente) dotado de grande habilidade física e frieza. Sempre carregando uma arma ou uma bomba, era a especialidade de Bucky realizar o trabalho sujo – assassinatos inclusos – que não deviam caber ao Capitão América, por causa de seu papel simbólico. O escritor Ed Brubaker, vindo da aclamada série policial Criminal e de trabalhos na DC Comics, realiza uma obra memorável, dando relevância e sucesso ao Capitão América de um modo que o personagem não conhecia há muito tempo. Um clássico contemporâneo imperdível! E a fonte direta do filme do herói com o mesmo título.
02 – IMPÉRIO SECRETO
Captain America 169-176, de 1974, por Steve Englehart, Mike Friedick (textos) e Sal Buscema (arte). Capas: John Romita.
Enquanto as agências da lei e da ordem passam a criticar e até persegui-lo quase como um criminoso, o Capitão América descobre uma grande conspiração abalando todo o país: o Império Secreto! Ao lado da SHIELD, de Sharon Carter, do Falcão e do Pantera Negra, o herói patriótico persegue seus inimigos e chega cada vez mais próximo de… Washington, DC, a capital do país!
O aclamado escritor Steve Englehart atinge o ponto máximo de sua longa temporada com o personagem neste arco, em que questiona a política norteamericana dos anos 1970 e os anos do Governo de Richard Nixon. Refletindo a realidade – spoiler à frente – o Capitão América descobre no final que o N.º 1 do Império Secreto é ninguém menos do que o Presidente dos Estados Unidos! Que se mata após ser desmascarado! Um baque enorme para um herói que passou a vida inteira vestindo a bandeira de seu país. Se o sonho americano não é tão vermelho, azul e branco, o que pode fazer Steve Rogers? Qual é o seu legado?
Império Secreto é uma fantástica metáfora do Watergate e um marco dos quadrinhos dos anos 1970, época em que a Marvel Comics produziu histórias de tirar o fôlego. É uma grande história política e um bom retrato do período.
Além disso, a HQ conta com a participação especial dos X-Men, na época sem histórias próprias, mas próximos de retornarem às bancas.
Também vale à pena prestar atenção às belas capas das edições, desenhadas por John Romita, um dos maiores mestres da Marvel.
Uma aventura fantástica e incrivelmente relevante como só a Marvel dos anos 1970 podia fazer! Um clássico atemporal! Isso mesmo, porque seu argumento ainda ecoa nos dias de hoje, com o “vale tudo contra o terrorismo” e espionagens ilegais comandadas por presidentes.
Por fim, um detalhe: foi após esta aventura que Steve Rogers adotou a identidade de Nômade. Mas isso é uma outra história…
Outro detalhe: a Marvel lançou uma segunda versão de Império Secreto alguns anos atrás – uma nova história, com nova trama, apenas com o mesmo título (mas porque publicar uma história nova com o mesmo título de uma clássica, você pergunta… pois é… nós também…) – mas que nem de longe se aproxima à força da original.
03 – NUNCA MAIS! (ou O Capitão)
Captain America 332-350, de 1987 a 1989, por Mark Gruenwald, Tom Morgan e Kieron Dwyer.
O Capitão América sempre rende boas histórias políticas e felizes são os escritores que sabem comandá-las. Este definitivamente é o caso de Mark Gruenwald, o homem que foi editor do personagem por cinco anos antes de assumir seus roteiros por outros 10 anos. Constantemente, Gruenwald trazia temas políticos para a revista, mas este é o seu melhor arco dentre todos.
Na trama, vemos a volta do Superpatriota, um herói violento que já tinha confrontado o Capitão América pouco tempo antes; agora, ganhando notoriedade nacional ao impedir um ataque terrorista em Washington, DC. Ao mesmo tempo, vemos o Capitão América sendo questionado pela Comissão de Assuntos Superhumanos do Governo dos EUA. A comissão questiona o papel de Steve Rogers como o herói patriótico: afinal, ele foi criado por um projeto governamental, mas desde que despertou depois de passar décadas congelado desde o fim da II Guerra Mundial, o herói agia independentemente. O veredito da Comissão é claro: ou Steve Rogers volta a agir para o Governo ou devolve o escudo e o uniforme. Após refletir, Rogers devolve o uniforme, já que percebe que será usado como instrumento bélico dos EUA.
Steve Rogers, então, assume uma nova identidade, chamado apenas de Capitão, e usando um uniforme negro. Ao mesmo tempo, o Governo convoca John Walker, o Superpatriota, para ser o novo Capitão América. A princípio, o público nem nota, mas logo, o comportamento errático e nervoso de Walker o levam a exceder sua força e matar inimigos e deixar um rastro de violência.
Após seus pais serem mortos por uma organização de extrema direita, Walker enlouquece e cria uma trilha de sangue em busca dos responsáveis. Chocado com o mau uso da identidade que usou durante décadas, Rogers inevitavelmente irá cruzar seu caminho novamente com Walker, ainda mais depois de descobrir que o seu maior inimigo, o Caveira Vermelha, que julgava morto há vários anos, está vivo e é o grande nome por trás da Comissão de Assuntos Superhumanos. Apesar de ser uma saga longa – 18 edições! – Nunca Mais é um grande clássico do personagem e mostra a essência do Capitão América, reforçando-o não como um patriota ufanista ou uma marionete bélica do governo, mas um homem que acredita em um sonho de igualdade, liberdade e democracia, que vincula tal sonho ao seu país, mas não ao seu governo.
Fique ligado: essa trama é a base fundamental da série The Falcon and the Winter Soldier, de 2021.
04 – CONTRA A HIDRA: AMANHÃ VOCÊ VIVE, HOJE VOCÊ MORRE
Captain America 110 a 113, de 1969, por Stan Lee, Jim Steranko e Jack Kirby.
O desenhista Jim Steranko virou uma grande sensação nos meados da década de 1960, com seu trabalho visionário em Nick Fury, Agent of the SHIELD, com as histórias do maior agente secreto da Marvel. Steranko tinha uma influência de Jack Kirby, mas também uma incrível capacidade de fazer desenhos fluidos e cenas de ação; além de criar paisagens surreais e quadros cheios de influência da arte pós-moderna que nascia naqueles tempos. Por isso, sua passagem curta na revista Captain America é celebrada até hoje como um dos grandes momentos do campeão da liberdade.
Na trama, Rick Jones, o adolescente que era o melhor amigo do Incrível Hulk e mascote ocasional dos Vingadores, se oferece para ocupar o lugar de Bucky Barnes, o parceiro de combate do Capitão América, morto no fim da II Guerra Mundial. Mas o jovem faz isso no pior momento: o herói sofre um grande ataque da Hidra, a organização terrorista que tinha origens ainda no Nazismo, agora com uma nova liderança: a Madame Hidra, mais tarde conhecida também como Víbora. Durante o ataque, Steve Rogers percebe como é vulnerável pelo fato de todos conhecerem sua identidade secreta e aproveita o combate para forjar a própria morte, de modo que seu uniforme é encontrado recheado de balas com uma máscara com as feições de seu rosto.
Quando o Capitão América reaparece vivo, fica a dúvida se Rogers era apenas uma identidade falsa. No meio disso, a arte maravilhosa de Steranko cria momentos únicos, como o a “viagem” psicodélica de Rick Jones ao ser envenenado; e as sequências de luta do Capitão contra vários agentes ao mesmo tempo, muitas delas feitas em páginas duplas.
A edição 112 é um pequeno interlúdio focado nas reportagens de TV sobre a carreira do Capitão América, então, dado como morto. É uma oportunidade fantástica para Jack Kirby rememorar toda a trajetória de sua maior criação, mostrando desde sua origem, às suas aventuras na II Guerra Mundial e seu encontro com os Vingadores. É a primeira vez em que o acidente com Bucky Barnes é detalhado, após os poucos quadrinhos de flashback lá atrás em Avengers 04, quando o Capitão foi reintroduzido ao Universo Marvel Moderno. A arte de Kirby, ainda mais robusta, é fabulosa nesse pequeno conto retroativo.
05 – O QUINTO HIBERNANTE/ HIDRA ACIMA DE TUDO
Captain America 144 a 148, de 1971 e 1972, por Gary Friedrick, John Romita, Gil Kane e Sal Buscema.
Os combates com a Hidra e o Caveira Vermelha eram os melhores momentos da revista do Capitão América no fim dos anos 1960 e no início dos anos 1970. Então, que tal juntar os dois? Essa aventura fabulosa mostra o surgimento do Esquadrão Feminino da SHIELD, liderado por Sharon Carter, em um combate com a Hidra, que agora tem um novo líder. Os interesses da organização entram em choque com um misterioso multimilionário de Las Vegas ao mesmo tempo em que o Capitão América descobre que o Caveira Vermelha está aliado à organização e libera a sua nova grande arma: o quinto Hibernante, um robô gigantesco que pode destruir uma cidade inteira.
Pura diversão como só a Marvel dos anos 1970 poderia fazer.
Além disso, temos de brinde a participação do Rei do Crime, o maior de todos os gângsters, um vilão surgido nas revistas do Homem-Aranha e que se tornaria o arquiinimigo de outro herói: o Demolidor. Além disso, o criminoso, cujo nome é Wilson Fisk, descobre que seu próprio filho, Richard Fisk, é o novo líder da Hidra e está à serviço do Caveira Vermelha, o que o decepciona demais. Esses detalhes da trama – muito provavelmente criados pelo desenhista John Romita (que desenhava a revista do Homem-Aranha) – teriam um grande impacto em histórias futuras do cabeça de teia, especialmente nos anos 1980, por causas das implicações desse ato ao personagem Richard Fisk, o que ilustra a densidade das histórias intercaladas da Marvel.
Hidra Acima de Tudo é uma aventura simbólica do início dos anos 1970, com altos níveis de ação e várias surpresas nas tramas. É também a passagem da fase de John Romita ilustrando o Capitão América para Sal Buscena, que passaria quatro anos como o artista titular da revista do herói. Outro desenhista, Gil Kane, também desenha parte de uma das histórias. Romita, contudo, continuaria trazendo sua arte fabulosa para as capas da revista.
Por fim, uma curiosidade: a trama de O Quinto Hibernante é explicitamente baseada no filme 007 – Os Diamantes São Eternos, lançado pouco tempo antes, quer traz o vilão Blofeld disfarçado como um milionário em Las Vegas.
06 – A MORTE DO SONHO
Captain America (vol 05) 25-30, de 2007, por Ed Brubaker e Steve Epting.
Os escritor Ed Brubaker passou 8 anos à frente da revista do Capitão América e produziu uma de suas melhores fases em todos os tempos. Talvez até a melhor! Além de O Soldado Invernal, outro ponto alto é A Morte do Sonho, que explora as consequências de uma trama dos Vingadores: a minissérie Guerra Civil, escrita por Mark Millar e desenhada por Steve McNiven. Em Guerra Civil, o Governo dos EUA decreta um ato que obriga a todos os superhumanos a revelarem suas identidades secretas e trabalharem para o governo. O Homem de Ferro, que era o Secretário de Defesa dos EUA e Diretor da SHIELD, apoia a medida; mas o Capitão América não.
Steve Rogers anuncia publicamente que a medida fere os Direitos Civis, mas como o Ato é uma lei, se transforma em um fora da lei, perseguido pela polícia, pela SHIELD e até pelos Vingadores: Tony Stark, organiza uma nova equipe apenas com heróis que aprovam a medida. Formam-se, então, dois times distintos de Vingadores: o de Stark, oficial; e o fora da lei do Capitão América, junto com Wolverine, Luke Cage outros. Após uma batalha devastadora entre as duas facções, o time do Capitão América é derrotado e o sentinela da liberdade se entrega à justiça.
É aí que começa a trama de A Morte do Sonho. Preso, Steve Rogers é levado a julgamento na Suprema Corte e é baleado por Ossos Cruzados – o braço direito do Caveira Vermelha – nas escadarias do tribunal. O herói morre nos braços de Sharon Carter e o país entra em choque. A opinião pública – cuja boa parte reprovava a ação do herói na Guerra Civil – termina por reverenciar seu papel como herói. Ao mesmo tempo, todo o elenco secundário do personagem – Sharon, o Falcão, Bucky Barnes, Nick Fury e Tony Stark – precisam lidar com o fardo da ausência do maior de todos os heróis.
A saga do Capitão América como personagem poderia terminar nesta aventura – e todos sabem que não terminou – e novamente Ed Brubaker conduz uma trama inteligente, cheia de mistério e suspense, com grandes revelações e reforçando não apenas os aspectos simbólicos do personagem, mas encontrando uma maneira de utilizar todo seu universo ficcional ao seu favor, trazendo personagens como Dr. Faustus e Armin Zola de volta, com muita propriedade. Além disso, em um ato de grande ousadia, Brubaker dá início a um longuíssimo arco que duraria três anos nos quais Steve Rogers permanecia morto e seu papel como Capitão América passa a ser ocupado por Bucky Barnes. A volta do original só se daria em 2010.
Uma pena que o Marvel Studios não teve coragem de adaptar essa trama nos cinemas…
07 – GUERRA E LEMBRANÇAS
Captain America 247-255, de 1980 e 1981, por Roger Stern e John Byrne.
Após uma fase celebrada nos meados dos anos 1970, o Capitão América terminou aquela década meio em baixa. Mas então, a dupla Roger Stern e John Byrne assumiram o título e deram a volta por cima, em uma sequência relativamente curta, mas sensacional de histórias. Roger Stern era editor na Marvel, mas logo, começou a escrever e revelar-se um mestre, produzindo histórias clássicas de Hulk, Homem-Aranha e Vingadores, antes de ir para a DC fazer o Superman. John Byrne era um desenhista que ganhou fama no fim dos anos 1970, mas também mostrou-se um grande escritor, virando a maior estrela dos quadrinhos dos anos 1980, em passagens por X-Men, Quarteto Fantástico, Hulk e praticamente todo mundo.
Guerra e Lembranças não é um arco de histórias propriamente dito, mas a totalidade da fase de Stern e Byrne na revista do Capitão América, antes de brigarem com o editor Mark Gruenwald e saírem do título. Apesar disso, há uma lógica permeando as histórias: o sentinela da liberdade retorna ao Brooklyn, seu bairro natal, e tenta viver uma vida mais ou menos comum como Steve Rogers. É o momento de serem apresentados todo um novo elenco de apoio – com os vizinhos – e um novo interesse amoroso na figura de Bernie Rosenthal (já que Sharon Carter havia sido dada como morta pouco tempo antes). Além da vida doméstica, uma sequência de tirar o fôlego de aventuras, contra o Homem-Dragão, Mecanus, Baltroc, Mr. Hyde e o Barão Sangue. No confronto com este último, Stern e Byrne adicionam à cronologia do personagem eventos narrados na revista The Invaders, dos anos 1970, com as aventuras dos Invasores, o grupo de super-heróis da II Guerra Mundial da qual o Capitão América era o líder. Contudo, o que mais chamou a atenção de Guerra e Lembranças foi o capítulo em que o Capitão América é cotado como candidato à Presidência da República, uma história que marcou época, uma críticapolítica. No meio do arco há a edição 250 da revista, que foi comemorativa, e trouxe uma nova versão da origem do personagem, com mais alguns detalhes.
08 – OPERAÇÃO: RENASCIMENTO
Captain America 444-454, de 1995 e 1996, por Mark Waid, Ron Garney e Andy Kubert.
Após ser quase morto por uma reação tardia de seu organismo ao Soro do Supersoldado, o Capitão América é “renascido”, apenas para descobrir que o Caveira Vermelha está de volta em busca do Cubo Cósmico. Para piorar, (ou melhorar?) Steve Rogers descobre que sua velha amada, a Agente 13 da SHIELD, Sharon Carter, não estava morta, como pensava. Mas fora posta em uma ação secreta sem que ele soubesse.
Após dez anos comandada pelo escritor Mark Gruenwald, a revista Captain America é passada às mãos do celebrado escritor Mark Waid, que desenvolveu uma aventura leve, divertida e cheia de ação, emoldurada pela bela arte de Ron Garney. Operação: Renascimento é um dos pontos altos do Capitão América nos anos 1990. Infelizmente, em tempos de Estilo Muscular – quando uma nova leva de desenhistas tomou o mercado dos quadrinhos, com proporções exageradas, ausência de anatomia e caras feias – o arco não chamou muito a atenção da própria Marvel que – para surpresa dos leitores – simplesmente interrompeu às pressas a história para substituí-la pela nova fase da editora: Heróis Renascem, uma das maiores atrocidades já cometidas em 75 anos de Marvel. Porém, apesar disso, Operação: Renascimento é uma grande diversão.
09 – AS BATALHAS DO BICENTENÁRIO
Captain America: The Bicentennial Battles, de 1976, por Jack Kirby.
Em 1976, o escritor e desenhista (sem falar em cocriador do personagem) Jack Kirby retornou às aventuras do Capitão América. Por coincidência, era justamente no período de celebração dos 200 anos de Independência dos Estados Unidos. Por isso, além da revista, Kirby produziu essa edição especial mostrando o Capitão América como um tipo de espírito do país, viajando pelo tempo e participando de eventos importantes da história dos EUA. É uma aventura despretensiosa – e meio sem pé nem cabeça – mas ainda assim, uma história muito interessante, que vale mais ainda pela arte expressiva e nervosa de Kirby.
10 – HERÓI OU AMEAÇA?
Captain America 153 a 156, de 1972, por Steve Englehart e Sal Buscema.
Logo que assumiu a revista do Capitão América, o escritor Steve Englehart trouxe este clássico ao público. Desse modo, mostra porque se tornaria um dos mais importantes escritores dos quadrinhos em todos os tempos, tendo passagens marcantes em Vingadores, Thor e, ainda, no Batman da DC Comics.
Em Herói e Ameaça, Englehart dedica-se a responder a uma pergunta que martelava a cabeça dos fãs da Marvel desde que o Capitão América ressurgira na Marvel Moderna, em 1964: ora, se (conforme se mostra em Avengers 04) o Capitão América sofreu o acidente que (aparentemente) matou Bucky Barnes e o deixou em estado de animação suspensa no fim da II Guerra Mundial e ficou congelado por décadas até ser resgatado acidentalmente pelos Vingadores, como explicar as aventuras do personagem publicadas pela Marvel após 1946, no pós-guerra? Como explicar as histórias do Capitão América nos anos 1950, escritas por Stan Lee e desenhadas pelo mesmo John Romita que fazia as capas da revista no início dos anos 1970?
Quem sugeriu a resposta foi Roy Thomas, então, o novo Editor-Chefe da Marvel: houve um outro Capitão América nos anos 1950! É esta a história que Steve Englehart conta em Herói e Ameaça: Steve Rogers descobre que, no início dos anos 1950, um professor de história descobriu a Fórmula do Supersoldado e convenceu o Governo dos EUA a usá-la nele. Ao lado de um jovem estudante universitário chamado Jack Monroe, posando como Bucky, o professor se submeteu ao teste e até fez uma cirurgia plástica para tornar-se idêntico a Steve Rogers. A nova dupla passou a agir e combater o crime, mas a fórmula que usaram era imperfeita e ambos enlouqueceram, passando a agredir inocentes na rua. No presente, os dois são acidentalmente libertados e muitos chegam a pensar que o Capitão América enlouqueceu, até que o verdadeiro Steve Rogers e seu amigo, o Falcão, precisam combatê-los. Uma aventura bastante interessante, de grande importância cronológica para o personagem.
11 – O HOMEM FORA DO TEMPO
Captain America: The Man Out of Time 01 a 05, de 2010 e 2011, por Mark Waid e Jorge Molina.
Quando Stan Lee reinseriu o Capitão América dentro do Universo Marvel Moderno, em 1964, teve uma ideia genial: tratar o personagem como um homem fora de seu tempo. Alguém que pertence a outra era – os anos 1940 – e se vê perdido em nosso presente, com outros valores, outra tecnologia, outra política. Essa temática foi explorada de modo esporádico nas aventuras do personagem no fim dos anos 1960, mas nunca de uma maneira concisa.
É o que o aclamado escritor Mark Waid faz na minissérie Man Out of Time. Waid explora as entrelinhas das primeiras edições dos Vingadores e das aventuras solo do Capitão América, dando maior profundidade e dinamicidade às velhas questões lançadas por Lee. O resultado é um belo conto, cheio de nostalgia e questionamentos existencialistas de um dos grandes escritores dos últimos tempos. E que poderia render um filme mais intimista se o Marvel Studios não tivesse tanta pressa em apresentar seu universo integrado (ou seja, poderia ter sido um filme entre O Primeiro Vingador e Os Vingadores).
12 – O SENTINELA DA LIBERDADE
The Adventures of Captain America: The Sentinel of the Liberty 01 a 04, de 1991-1992, por Fabian Nicieza e Kevin Maguire.
O Capitão América já teve sua origem contada várias vezes, mas nenhuma delas é tão detalhada e interessante quanto esta minissérie produzida para comemorar os 50 anos do personagem. Apesar de não ser um escritor habituado ao personagem, Fabian Nicieza – mais famoso por sua passagem nos X-Men – produz um olhar aprofundado sobre o personagem e sua época.
A trama detalha os acontecimentos que ocupam uma única página em Captain America Comics 01, de 1941, mostrando detalhadamente como Steve Rogers tenta se alistar no exército e é rejeitado, seu treinamento no Programa Supersoldado, o experimento em si, suas primeiras ações como o Capitão América e o primeiro confronto com o Caveira Vermelha.
A história também lança um olhar diferenciado no personagem Bucky Barnes, mostrado como um jovem audaz e habilidoso, algo que, com certeza, influenciou o olhar posterior de Ed Brubaker.
Por fim, atenção à arte detalhista e maravilhosa de Kevin Maguire – famoso pela fabulosa fase cômica da Liga da Justiça da DC Comics – em um de seus melhores momentos. Depois dele, ninguém nunca mais pôde ignorar os detalhes do uniforme do Capitão América, como as escamas no tronco.
Apesar de alguns pequenos equívocos cronológicos, esta origem é uma grande história.
13 – RUAS DE VENENO
Captain America 372 a 376, de 1991, por Mark Gruenwald e Ron Lin.
Uma nova droga se alastra por Nova York e o Capitão América, ao lado de sua namorada, a ex-ladra Cascavel, vai investigar. Enquanto enfrenta o vilão Mercenário, o herói termina infectado pela droga e esta interage com o Soro do Supersoldado, deixando-o temporariamente insano.
A saída é drenar todo o seu sangue, mas isso terá uma consequência: retirará todo o Soro que corre em suas veias. Agora, sem suas habilidades extras, o Capitão América terá que enfrentar uma guerra entre o Caveira Vermelha e o Rei do Crime, além de confrontar Ossos Cruzados em um mano a mano.
Apesar de não ser uma história famosa como as demais, Ruas de Veneno é um ponto interessante da longuíssima fase de Mark Gruenwald à frente da revista.
14 – MADBOMB
Captain America 193 a 200, de 1975 e 1976, por Jack Kirby.
Jack Kirby comandou sozinho (escrevendo, desenhando, arte-finalizando e editando) a revista Captain America por dois anos e Madbomb é seu arco mais famoso.
Repleta de tensão social e raiva, a trama de Kirby é simples – uma bomba que afeta os nervos – mas conduz de modo vigoroso a aventura e o surgimento de todo um novo grupo de personagens de apoio ao universo do personagem. O Falcão também é usado como um contraponto às difíceis relações sociais nos EUA de meados dos anos 1970.
Uma história típica dos anos 1970, que traz um interessante retrato da época. E tudo isso nas mãos do criador-mor do personagem.
15 – A ORIGEM DO CAPITÃO AMÉRICA
Captain America 109, de 1969, por Stan Lee e Jack Kirby.
Como já escrito, a origem do Capitão América já foi escrita várias vezes. Esta foi a segunda vez que o conto foi produzido pelas mãos hábeis de Stan Lee e Jack Kirby, mas foi a ocasião onde ambos puderam detalhar o processo que transformou Steve Rogers no maior defensor da liberdade. Um conto conciso e interessante, com a deslumbrante arte de Kirby em seu auge.
Bônus:
CONHEÇA O CAPITÃO AMÉRICA
Captain America Comics 01, de 1941, por Joe Simon e Jack Kirby.
A origem original. O pequeno conto de Simon e Kirby, logo na primeira edição do personagem, mostram uma das mais definitivas origens dos quadrinhos. Tudo relatado aqui é mantido até os dias de hoje, apenas com mais detalhes. Também vale o primor da arte da dupla.
Bônus com os Vingadores:
GUERRA CIVIL
Civil War 01 a 07, de 2006-2007, por Mark Millar e Steve McNiven.
Esta minissérie, além de ter sido um dos maiores sucessos da história recente da Marvel, foi também um importante marco divisor da cronologia da casa, dando a tônica dos anos seguintes do Universo Marvel. Além disso, serviu como uma bem-sacada crítica (nada velada) à política da Era Bush nos Estados Unidos.
O grupo de heróis Novos Guerreiros causa, sem querer, a morte de 600 pessoas, a maioria crianças, o que leva o Congresso Americano a votar a Lei de Registro de Superhumanos, que obriga aos superseres revelar suas identidades e passarem a agir como encarregados do Governo. Tony Stark, o Homem de Ferro, é o Secretário de Defesa dos EUA e se torna o grande defensor da Lei; mas inesperadamente, uma facção de heróis liderada peloCapitão América se ergue contra o Registro, por jugá-lo contra os Direitos Humanos. A batalha, então, se torna não contra um vilão, mas entre grupos de heróis que eram amigos até então, mas foram divididos pela política.
Apesar de ser uma aventura dos Vingadores, o Capitão América é o elemento fundamental da história toda e seu grande protagonista.
Não à toa a trama foi adaptada não como um filme dos Vingadores, mas como o filme Capitão América – Guerra Civil. O longa se esforça para manter a essência da minissérie, mas as coisas estão meio fora de lugar, trocando o papel do Homem-Aranha pelo do Pantera Negra e trazendo a introdução do Homem-Aranha ao Marvel Studios na mesma lógica de pupilo de Tony Stark que as HQs tiveram nos anos 2000.
SOB CERCO
The Avengers 270 a 277, de 1986 a 1987, por Roger Stern e John Buscema.
Parte das comemorações dos 25 anos da Marvel, esta fabulosa história mostra um dos maiores desafios à equipe, coroando a ótima fase escrita por Roger Stern e com a clássica arte do veterano John Buscema, um dos artistas mais vinculados à equipe.
O filho do Barão Zemo organiza uma nova equipe dos Mestres do Terror, grupo que reúne diversos vilões do Universo Marvel que têm rivalidades com os Vingadores. Armados de um plano audacioso e bem executado, os criminosos conseguem separar os membros da equipe e derrotá-los, bem como invadir em massa e destruir a Mansão dos Vingadores, sendo necessário um contraataque extremo liderado por Capitão América e Thor. Entre as consequências, o fim temporário do QG que abrigava o grupo desde os anos 1960 e a quase morte do semideus Hércules. E em meio a tanta carnificina, o escritor Roger Stern ainda encontra tempo para momentos sensíveis, como quando o Capitão América chora ao descobrir que a única foto que tinha de sua mãe foi destruída no ataque.
Por motivos como esse – além da ligação ancestral com o Barão Zemo – Sob Cerco é não apenas uma grande aventura dos Vingadores, mas do Capitão América em si. E realizada por Roger Stern, que conhecia bem o personagem.
***
Um personagem como o Capitão América com 70 anos de histórias tem muitas boas histórias. Esta lista não se pretende definitiva, mas coleta algumas das melhores e mais famosas aventuras do sentinela da liberdade. Serve como um ótimo ponto de partida para aquele que quer conhecer mais sobre o personagem.
Boa aventura!
O Capitão América foi criado por Jack Kirby e Joe Simon em 1941 e foi o maior sucesso dos anos iniciais da Marvel Comics. Após décadas sem ser publicado, foi resgatado para as histórias modernas em Avengers 04, de 1964, por Stan Lee e Jack Kirby, numa história dos Vingadores, grupo que passou a liderar a partir de então.
O Capitão América é um personagem realmente interessante. A boa sacada é que ele não representa um governo. Afinal… há governos e governos… democratas e republicanos. Erros de gestão é o que sempre teve e terá. Ao desligar-se dos governos, ele torna-se imune aos seus erros.
Por isso é uma boa sacada. Porque ele representa um discurso fundador. Algo anterior ao próprio governo. Um discurso pioneiro.. um ideal pautado no lema em que os EUA teriam sido criados. Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Mas que na prática… bem, não são os únicos…
Ou seja… ele é o ícone máximo do ideal burguês nascido nas Luzes do século XVIII.
E o mais interessante. Apesar de representar um mundo (Ocidental), esses ideais claramente datados, são apresentados como algo inerente ao ser humano. São os chamados direitos naturais. Mas esses direitos naturais também foram inventados naquela época.
O Capitão América é uma ferramenta tão interessante que, ao ler suas histórias, a criança (e adultos) passam a internalizar sentimentos, ideologias que são de um povo e uma época e as visualiza como sendo algo “natural” a toda a humanidade. Como se toda a humanidade quisesse aquilo. Dependesse e sonhasse com aquilo. E quem não o vive é porque está afundado em ditadura, em um mal que precisa ser combatido….
Muitas são as vezes em que ele é apresentado como sendo o mais perfeito… aquele que não erra. Os outros Vingadores o tratam assim. O que a “bandeira” representa… bem legal…
E se ele erra, é por sua grande bondade. Lembro-me de uma edição (nº1) logo após o atentado do WTC, em que ele aparece com uma luz do sol atrás de sua cabeça, como um Jesus Cristo que vem para mostrar aos estadunidenses que nem todos os muçulmanos são terroristas. Aquela luz e a posição dele, vista de baixo para cima (a mesma estratégia utilizada em fotografias)…
Novos tempos. Afinal.. no fim das contas, é o pensamento do povo dos EUA que também mudou. Na Segunda Guerra, havia um maniqueísmo marcante. O mesmo ocorreu nos tempos do Macartismo. Era o bem contra o mal. Os EUA eram a encarnação do bem e o Capitão América seu maior ícone.
Xenofobia era algo comum nas suas revistas. Algo presente hoje em sua versão Ultimate.
Mas os tempos hoje são outros. Não existe mais esse maniqueísmo. Vilões também são humanizados. Suas ações às vezes é culpa do mesmo Estado que criou os Capitão América. E os mocinhos nem sempre estão certos. Eles também erram… e muito…
Mas e o Capitão América… ele erra? Sim… mas aí é o homem… não o símbolo (genial!!)
Por isso é preciso reinventar o personagem. Assim como aconteceu nos anos 60 (com o movimento negro e a introdução do Falcão) e em Guerra Civil.
Perceba que o Capitão América mostrado durante e após Avengers vs X-Men tem outro perfil. Ele, por exemplo, não admite que as minorias se organizem por conta própria para lutarem por seus direitos. ELE próprio tomou para si essa função. Vá para casa, ele diz… eu e meus companheiros faremos seu trabalho. Nos informe sobre todos os seus passos…
Aliás, não se preocupem… temos até alguns representantes de seu povo entre nós (que se passam por nós na multidão)… Mas vocês, se insistirem em querer lutar, serão tratados como terroristas…
Daqui ha pouco, teremos uma nova configuração do personagem… e isso é fantástico… não é meu personagem favorito. Mas o considero como um dos mais interessantes.
Parabéns pelo artigo.
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Puxa, Lucy, muito legal sua análise. Concordo com você.
Não gostei do posicionamento dos personagens em AvX: nem do Cap nem do Ciclope. Parece que tiveram que TENSIONAR demais para criar uma trama.
Vejamos como o personagem emerge nos dias de hoje em suas novas aventuras…
Um abração!
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Boas lembranças! Romita Sr detonando, Steranko explodindo nossas mentes e a ótima fase de Sal Buscema com seu melhor artefinalista, John Verpoorten. A inclusão dos dois arcos de Brubaker & Epting é mais do que justa – pega a inspiração nos 70s e eleva a arte e narrativa ao seu melhor. Já o retorno do Rei Kirby ao Capitão foi para mim uma decepção na época – o traço havia se tornado grosseiro e mal finalizado e os roteiros, depois de dois dos melhores arcos por Englehart como vc bem citou, não eram nada inspirados… enfim, mesmo um Kirby ruim se pode apreciar… abs!
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Oi, Jorge!
Mais uma vez obrigado!
Pois é. Tenho lembranças ótimas daquelas histórias desenhadas pelo John Romita. Adoro o traço dele. Pena que foi curta, mas ficaram as capas.
Também acompanhei a fase Englehart/Buscema que meio que definiram o Capitão América para mim.
Concordo que, visto editorialmente, a fase de Kirby após Englehart é um anticlímax, mas O Rei tem seus méritos – embora neste caso mais pela arte do que pelos roteiros.
Mas tem um elemento “o Harlem tá pegando fogo!” nas histórias do Kirby que é bem legal.
Sempre é um desafio selecionar as “melhores” de um personagem longevo e complexo como o Capitão, mas acho que consegui pelo menos certo equilíbrio.
Um grande abraço!
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Muito legal. Depois do Homem de Ferro, estava esperando um especial com as melhores histórias do Capitão. Existe um especial com as melhores histórias do Thor?
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Olá, Kyo!
É uma boa ideia, sem dúvidas!
Já há esboços das Melhores Histórias dos X-Men e do Demolidor, que devem sair em breve.
Quem sabe o Thor também não ganha o dele?
Seu pedido está anotado!
Um abração!
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Ah, Irapuan, eu queria também te perguntar qual dos três Vingadores (Capitão, Homem de Ferro e Thor) você considera que tem as melhores histórias nos quadrinhos?
Pessoalmente, do que li até agora, tô curtindo mais as hqs do Thor. Em segundo vem as do Capitão e por último o Homem de Ferro.
Valeu, cara!
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Puxa, Kyo, que pergunta difícil!
Mas eu teria que responder que é o Capitão América! Isso porque li as histórias dele desde muito cedo, acompanhando a revista da editora Abril, que durou mais de 200 edições.
Então, entre os três grandes, ele foi o que me causou mais impacto.
Por outro lado, as histórias de Thor têm um quê literário e talvez uma profundidade lírica que as demais não têm. Especialmente nas mãos de Walt Simonson. Isso tem que ser dito. Talvez sejam melhores em termos de qualidade mesmo.
E quanto ao Homem de Ferro, tenho uma profunda ligação com o personagem – especialmente entre o fim dos anos 1970 e o início dos 90 – porque também acompanhei essas histórias na Revista da TV e na Hulk.
Como coloco lá no post das Melhores Histórias do Homem de Ferro, as histórias dele ali listadas são muito boas mesmo. Melhores do que a de outros heróis mais famosos no mesmo período.
Isso é outro elemento interessante: essas histórias são menos famosas. São pérolas escondidas.
Mas ao mesmo tempo, por causa do componente tecnológico que permeia as aventuras do Homem de Ferro, as histórias façam muito mais sentido no período em que foram feitas e lançadas.
Ou seja, A Guerra das Armaduras era totalmente conveniente no fim dos anos 1980 e início dos 90 (quando foi publicada aqui), mas pode soar velha e cansada nos dias de hoje.
Mas acho que ainda sobrevive como uma boa história.
Então, é isso. Resumindo: levando em conta meu gosto pessoal (e o contexto em que as li), classificaria o Capitão em 1º, Homem de Ferro em 2º e Thor em 3º.
Um abração!
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Adorei o blog. Li algumas hqs muito boas do Capitão de 1979 a 1985. Me arrependo de ter doado minhas revistas no final dos anos 80. : )
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Olá, Roberto!
Que legal que você tenha gostado do blog. Seja bem-vindo!
Você deve ter lido o Almanaque do Capitão América, da Editora Abril, nesse período. Uma pena que tenha doado, mas você hoje reencontra esse material com facilidade, nas republicações da Panini, como a Biblioteca Histórica da Marvel, Coleção Histórica Marvel e Os Maiores Clássicos do Capitão América. Também é possível lê-las na internet, em sites de downloads e scans. Há alguns deles na blogroll no fim da página. Confira!
Um grande abraço!
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