
Enquanto o público “esquenta” aguardando pelas novidades do filme que finalmente reunirá os Vingadores pela primeira vez nos cinemas; nos quadrinhos, o grupo também vive momentos agitados. No Brasil, as histórias são publicadas mais ou menos com um ano de diferença entre àquelas lançadas nos Estados Unidos. Assim, enquanto nos EUA a saga Fear Itself está se encerrando, em terras tupiniquins, sua predecessora, A Era Heróica está se iniciando.
A saga que começa a ser publicada no Brasil promete um momento em que o heroísmo dos personagens da Marvel Comics estará de volta à tona, após o Reinado Sombrio de Norman Osborn, o vilão que agia no passado como o Duende Verde (rival do Homem-Aranha) e que se converteu no mai0r inimigo do Universo Marvel ao se tornar o homem mais poderoso do Governo dos EUA, tudo de modo legítimo. Mas após os eventos que levaram à minissérie O Cerco, na qual Osborn tenta invadir Asgard, a terra dos deuses nórdicos que Thor faz parte, tem-se um período “de luz” no qual os heróis retomam seus lugares.

O maior símbolo disso, é Steve Rogers voltar a usar o uniforme do Capitão América. Depois de um ano desaparecido, o supersoldado é resgatado de um limbo temporal e volta ao presente. Seu velho amigo Bucky Barnes, que no intermédio passou a agir como o novo Capitão América, prontamente lhe entrega o uniforme. Mas curiosamente, Rogers recusa e, enquanto Barnes continua como o Capitão América, o original passa a agir como um tipo de agente secreto, liderando uma equipe chamada justamente Vingadores Secretos, destinados a realizar missões arriscadíssimas e furtivas.

Essa é a tônica de A Era Heróica e a editora brasileira Panini Comics, que publica o material da Marvel no Brasil, aproveita o evento para reformular sua linha dos Vingadores, já preparando terreno para o filme no ano que vem. Com isso, a revista Os Novos Vingadores abandona o nome que usava desde a edição nº 25 e volta a se chamar apenas Os Vingadores, trazendo as aventuras da equipe na nova saga a partir da edição 91, datada de agosto. O grande destaque desta nova revista será a reformulação dos Vingadores, que agora será formado por Capitão América, Thor, Homem de Ferro, Wolverine e Homem-Aranha e terá a arte de John Romita Jr. É a volta de Thor à equipe desde 2004 e o Homem de Ferro desde 2008.
A revista complementar Avante, Vingadores, continua sua publicação, com personagens relacionados ao universo da equipe, lançando o número 48 neste mês.

Paralelamente, a Panini lança uma nova revista: Capitão América e os Vingadores Secretos, com histórias de Steve Rogers, Bucky Barnes e a nova equipe. Com isso, “os maiores heróis da Terra” cumprem a agenda inédita de terem três revistas mensais no Brasil. A prática da multiplicidade de revistas mensais seja muito comum nos EUA, onde as revistas trazem apenas histórias únicas, enquanto no Brasil se opta, desde os anos 1970, pelo formato mix, que condensa várias revistas originais (de 22 páginas) em uma única edição de 64, 84 ou 100 páginas, a depender do caso; mas no nosso país nunca foi muito duradoura. Apenas esporadicamente, personagens mais populares, como Homem-Aranha, Batman ou X-Men conseguiram manter o ritmo de mais de uma edição por mês no Brasil e o caso triplo é ainda mais raro. Mas talvez a popularidade e o frisson causados pelo filme justifiquem o investimento da Panini.

Outro ponto a considerar é que o Capitão América volta a ter uma revista mensal com o seu nome no Brasil pela primeira vez desde 2000, quando a editora Abril cancelou sua revista na edição 212, após 21 anos ininterruptos. O sucesso de bilheteria de seu filme no país talvez justifique a medida. Quando a Panini assumiu os heróis Marvel, em 2002, o herói continuou publicado na revista Os Vingadores.
A dica para a editora que tem suas origens na Itália aproveitar a onda de sucesso é publicar mais encadernados dos Vingadores (acabaram de sair dois do Capitão), trazendo histórias clássicas do grupo, como por exemplo, aquelas encontradas nos quatro volumes de Os Grandes Clássicos dos Vingadores, a saber: 1) A Guerra Kree-Skrull; 2) Em Busca do Visão (a fase de John Byrne); 3) Vingadores vs. Defensores; e 4) Os Confrontos com Kang. Particularmente o primeiro pode ter influências na trama do filme.
E se os alienígenas Skrulls forem de fato confirmados na adaptação cinematográfica, podemos esperar por um encadernado de Invasão Secreta para o ano que vem, pois esta saga traz o mais recente (e bombástico) confronto com a raça de seres verdes e transmorfos.
Este iria se juntar com outras histórias mais contemporâneas já disponíveis nas livrarias, como Vingadores: A Queda (o evento que iniciou a fase de Brian Michael Bendis na equipe e deu origem aos Novos Vingadores, junto ao desenhista David Finch) e a Guerra Civil, talvez a mais impactante história da equipe na década passada, produzida por Mark Millar e Steve McNiven.

Enquanto isso, nos EUA, as histórias estão um ano à frente e após A Era Heróica, houve Fear Itself, que trouxe um conflito de grandes proporções que, segundo o autor Brian Michael Bendis, que escreve os Vingadores desde 2004, deixará grandes consequências. A Marvel começou o processo de investir mais ainda na equipe – que hoje é seu maior sucesso de vendas – também preparando terreno para o filme. Entre as mudanças até agora reveladas, haverá uma equipe principal com Capitão América e Homem de Ferro, e outra, os Novos Vingadores, com personagens com o Luke Cage, Punho de Ferro e, pela primeira vez, o Demolidor. (Veja o preview da entrada do homem sem medo aqui). A revista New Avengers, também escrita por Bendis, será desenhada pelo brasileiro Mike Deodato Jr. e o escritor comentou o trabalho do orgulho do traço nacional:
Algumas semanas atrás, saiu The Marvel Art of Mike Deodato Jr. É um livrão lindo sobre tudo que o Mike já fez na Marvel. Li de cabo a rabo e descobri algumas coisas sobre ele que acho que eu ainda não usei, e imediatamente comecei a colocar nos meus roteiros. Ele está passando por uma espécie de evolução agora e vai acabar saindo um ilustrador ainda melhor.

Bendis se refere ao livro de arte publicado pela editora compilando o melhor do material que o brasileiro produziu para a casa. Deodato nasceu na Paraíba e é um dos mais respeitados nomes dos quadrinhos de super-heróis da atualidade e um dos mais populares da Marvel. O HQRock comentou o livro e o trabalho do artista em um velho post. Confira aqui.
Outros desenhistas brasileiros têm destaque no mesmo mercado, como Ivan Reis e Ed Benes, ambos trabalhando para a concorrente DC Comics.


Quero desenhar com a Marvel ! Obrigado.
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