
Nesses dias, a imprensa noticiou que o ex-baixista, líder e principal compositor da banda britânica de rock progressivo Pink Floyd faria sete shows em Buenos Aires, na Argentina. Só esqueceram de fazer as contas e perceber que o destino seguinte do músico, o Brasil, teria que ser afetado com o acréscimo de tantas datas.
Waters, um dos fundadores do Pink Floyd e que o liderou em seu período mais áureo e famoso, entre 1968 e 1985, faria quatro shows no Brasil entre os dias 17 e 25 de março de 2012, em Porto Alegre, São Paulo (duas datas) e Rio de Janeiro. Mas como o último concerto na capital portenha é justamente no dia 17, as datas no Brasil terão que ser alteradas.
O compositor trará ao país a turnê The Wall, que recria o álbum e o show original do Pink Floyd de 1979 e que é o seu maior sucesso, segundo a RIAA, a associação de produtores fonográficos dos Estados Unidos. Foi para a abertura dessa turnê, em Londres, que em maio passado os três membros remanescentes da banda – Waters mais o guitarrista e vocalista David Gilmour e o baterista Nick Mason – se reuniram pela última vez, para duas canções.

O Pink Floyd foi fundado em 1965, em Londres, por Waters e o guitarrista, compositor e vocalista Syd Barrett, que foi o primeiro líder da banda. Ambos eram amigos de infãncia da cidade de Cambridge que se reencontraram na capital e buscaram juntos o sonho de seres estrelas do rock. Adicionando o tecladista Richard Wright e o baterista Mason, o Pink Floyd lançou suas primeiras gravações em 1967, em meio ao movimento psicodélico da Inglaterra e se tornou não apenas um sucesso, mas um de seus maiores expoentes, por um curto período. Contudo, o abuso de drogas alucinógenas e uma pretensa esquizofrenia terminaram impossibilitando Barrett de seguir adiante, de modo que foi expulso da banda já em 1968 e substituído pelo amigo (também de Cambridge) Gilmour. Barrett ainda lançaria dois álbuns solo, mas depois permaneceu anônimo e isolado em sua terra-natal.
O novo quarteto seguiu carreira como a principal banda do circuito alternativo de Londres, mas continuou no limite das paradas de sucesso, até que em 1973, o álbum Darkside of the Moon se tornou um fenômeno sem precedentes no mercado global, transformando o Pink Floyd em uma das mais famosas bandas do mundo. Seguiu-se uma fase de muito sucesso e qualidade excepcional que teve seu último expoente justamente em The Wall, de 1979. Depois, Wright foi expulso da banda (também por problemas com as drogas) e o trio remanescente (o mesmo que se reuniu este ano) lançou mais um álbum, The Final Cut, em 1983. Em seguida, sem resistir aos grandes conflitos internos do grupo, Waters decidiu encerrar o Pink Floyd, mas Gilmour e Mason entraram na Justiça pelo direito de continuarem a usar o nome sem a participação do parceiro, caso que ganharam.

Entre 1987 e 1996, Gilmour, Mason e Wright (que foi trazido de volta) lançaram quatro álbuns (dois de estúdio, dois ao vivo) e conseguiram um sucesso praticamente igual aos tempos áureos, embora sem a mesma qualidade sonora. Com o fim de suas atividades, o Pink Floyd só se reuniu duas vezes, a primeira em 2005 quando o quarteto clássico (Gilmour, Wright, Mason e Waters) tocou junto pela última vez no grande festival Live 8, em protesto contra a dívida externa dos países da África. Em 2006 e 2008, Syd Barrett e Richard Wright faleceram, respectivamente, de problemas relacionados à diabetes e de câncer. Mesmo assim, ocorreu a segunda reunião agora em 2011.
O HQRock tem um post em que comenta toda a discografia de estúdio da banda. Dê uma conferida!
Ainda não há confirmações sobre as novas datas dos shows de Waters nem o valor dos ingressos, que deveriam começar a ser vendidos neste mês de setembro.

