O Homem-Aranha no musical: após acidentes, mudanças e sucesso; agora, processos judiciais.

O musical da Broadway baseado no Homem-Aranha, Spider-Man – Turn Off the Dark, atualmente em cartaz em Nova York, parece ter dado a volta por cima em termos de problemas econômicos, se convertendo em um grande sucesso (leia mais aqui). Porém, outros problemas continuam rondando a produção, que é a mais cara da Broadway em toda a sua história, com US$ 70 milhões.

A ex-diretora (e criadora) do musical, Julie Taymor (que dirigiu filmes como Frida e Across the Universe, além de ter adaptado O Rei Leão como um musical para a Broadway com sucesso) está processando os produtores de Turn Off the Dark, Michael Cohl e Jeremiah J. Harris, alegando que ainda detém os direitos autorais sobre o que está sendo encenado.

História de superação no palco e na vida real?

Taymor montou o espetáculo e começou os ensaios. Desde o início, houve problemas, principalmente quanto à segurança das cenas aéreas – que causaram vários acidentes, mudanças de elenco e até uma investigação pela Polícia de Nova York – mas também relacionados ao conteúdo da trama.

Quando se iniciaram sessões de teste com o público, a crítica destruiu o espetáculo, taxando-o de confuso e mal-resolvido, o que motivou os produtores a demitir Taymor e contratar Phillip William McKinley para substituí-la. Foram feitos ajustes na trama e na peça e quando veio a estreia oficial, em julho de 2011, as críticas ao musical foram bem melhores.

Em dezembro, Turn Off the Dark parecia ter deixado os problemas para trás, quando bateu o recorde de maior bilheteria da história da Broadway em uma única semana.

Taymor entre The Edge e Bono: agora rivais?

Mas agora, com o processo de Taymor vindo à tona, o espetáculo volta a ser vinculado aos problemas do passado. E a diretora transmite a culpa para os criadores da música do musical: a dupla Bono e The Edge, líderes da banda de rock irlandês U2, uma das maiores e mais uimportantes da atualidade.

Até agora, Taymor carregou o fardo pela culpa dos problemas do musical, mas agora está tentando transferi-lo para os compositores. Segundo declarações recentes dela, os problemas teriam sido causados por Bono e The Edge, que faltaram com suas obrigações para com o espetáculo, faltaram ensaios da peça e não fizeram as modificações que ela sugeriu porque saíram em turnê com o U2, deixando o espetáculo à deriva em termos musicais.

O processo judicial é um inimigo que o Homem-Aranha pode combater?

É de esperar o que ainda vai render esse processo judicial. Até então, Bono e The Edge eram vistos como “aliados” da ex-diretora, especialmente porque já haviam trabalhado juntos em Across the Universe, um musical baseado nos Beatles na qua Bono canta algumas canções.

Cohl e Harris também estão movendo um processo contra Taymor, alegando que ela descumpriu seus termos contratuais. No documento do processo, ambos afirmam:

Taymor se negou a desenvolver um musical que seguisse o original, a história conhecida do Homem-Aranha, que foi retratada nas histórias em quadrinhos da Marvel e no sucesso da trilogia do cinema que foi baseada nelas. Ao invés disso, Taymor, que admitiu que não era fã do Homem-Aranha antes de seu envolvimento com o musical, insistiu em desenvolver um musical obscuro, desconexo e alucinógeno que envolvia suicídio, sexo e morte.

Baseado no personagem da Marvel Comics, Spider-Man – Turn-Off the Dark tem música e letra da dupla Bono e The Edge (do U2), direção de Phillip William McKinley (de The Boy from Oz), direção original de Julie Taymor (O Rei Leão, Across the Universe) e roteiro escrito por Taymor, Glen Berger e Roberto Aguirre-Sacasa (este, escreveu quadrinhos do próprio Aranha e do Quarteto Fantástico). O elenco atual traz Reeve Carney (Peter Parker/Homem-Aranha), Patrick Page (Norman Osborn/Duende Verde), Rebecca Faulkenberry (Mary Jane Watson) e Christina Sajous (Arachne).

O Homem-Aranha foi criado por Stan Lee e Steve Ditko em 1962.