Superman participa dos movimentos contra Ahmadinajad na história de Goyer.

A edição de número 900 de Action Comics, que publica as histórias do Superman nos Estados Unidos, chegou às bancas esta semana e foi motivo de muitas comemorações: já que é a revista mensal em quadrinhos mais antiga ainda em circulação no país. O seu número 01, de junho de 1938, trouxe justamente a primeira aparição do homem de aço.

Entretanto, uma história da revista está causando bastante polêmica. Além do encerramento do arco Black Ring que corria na revista anteriormente, várias histórias curtas preenchem as quase 100 páginas da edição. Uma delas, de autoria de David S. Goyer (o roteirista de Batman Begins e Batman – O Cavaleiro das Trevas), mostra o Superman abidicando de sua cidadania americana!

Na trama, ele interfere nos conflitos no Irã, participando de manifestações contra o presidente Mahmoud Ahmadinajad. Contudo, o faz como um ato humanitário e ao perceber que suas ações são entendidas pelos outros como ações políticas dos Estados Unidos (e principalmente, bélicas) resolve se pronunciar na ONU para reununciar à cidadania norteamericana. (Como se sabe, o Superman nasceu no planeta Krypton, mas foi criado na Terra depois que sua nave caiu no Estado do Kansas, por um casal de pequenos fazendeiros, Jonathan e Martha Kent).

A fala polêmica.

O teor preciso dos diálogos, como se pode ver nas imagens, é o seguinte:

SUPERMAN- É por isso que pretendo falar amanhã às Nações Unidas amanhã e anunciar a minha renúncia à cidadania dos Estados Unidos.

AGENTE(?) – O quê?!

SUPERMAN – Estou cansado de ver minhas ações interpretadas como instrumentos da política dos Estados Unidos! “Verdade, Justiça e Modo de Vida Americano” não são mais suficientes. O mundo é pequeno demais, conectado demais.

Superman: ação humanitária é diferente de intervenção política.

A publicação, claro, gerou muita polêmica. A mídia conservadora ficou estarrecida e a rede Fox chegou a dizer que o Superman agora é “antiamericano”.

A DC Comics, editora do personagem, obviamente, saiu em defesa de sua cria, afirmando que a iniciativa não é de confrontar os EUA, mas tornar o homem de aço mais universal.

A imprensa progressista louvou o feito, afirmando que é necessário distinguir as ações do Superman das vontades dos governos. E que o Superman jamais foi um “agente do governo”, por sinal.

Outro ponto interessante que surge na polêmica é o fato nada desprezível do escritor David S. Goyer ser justamente o roteirista do novo filme do Superman, Man of Steel, que estreará em 2012 e será dirigido por Zack Snyder. Será que essa história antecipa de algum modo o teor do filme vindouro? O HQRock aposta que sim.