O personagem mais popular da Marvel Comics e de maior sucesso da editora – criado por Stan Lee e Steve Ditko em 1962 – tem uma longa (e conturbada) história editorial. Veja aqui o post em três partes do HQRock sobre a trajetória do “amigão da vizinhança” nos quadrinhos, em termos editoriais e cronológicos.
Mas o Homem-Aranha sempre soube honrar sua popularidade com algumas das melhores histórias já publicadas pela Marvel. Vejamos aqui uma lista selecionada das 20 melhores histórias do Homem-Aranha.
Os critérios para a seleção envolvem a importância da história dentro da cronologia; a qualidade dos textos e desenhos; a situação como “obras de referência” para o personagem ou a indústria de quadrinhos em geral; e, por fim, a presença em outras listas do tipo. Também foi buscado um equilíbrio entre as histórias “clássicas” e aquelas mais contemporâneas. Claro que o unanimidade é impossível, mas a presente lista – que não se pretende “definitiva” – tenta ser o mais eficiente possível.
Fica a dica para aqueles que pretendem se aprofundar no universo do amigão da vizinhança. Uma parte é de relativo fácil acesso nas livrarias em geral e outras só serão encontradas nas comic shops, as lojas especializadas em quadrinhos. Mas cada uma vale a pena ser lida. Divirta-se!
01 – A Noite em que Gwen Stacy Morreu
Amazing Spider-Man 121 e 122, 1973, por Gerry Conway, Gil Kane e John Romita.
Em 1965, quando Lee e Ditko ainda escreviam as aventuras do aracnídeo, acharam que, após dois anos de publicação, era chegada a hora de dar uma “turbinada” na revista do Homem-Aranha. Assim, fizeram com que Peter Parker terminasse o colegial e entrasse na Universidade Empire State, em Nova York. Dentre seus novos colegas estavam Harry Osborn e Gwen Stacy, com quem o rapaz logo engataria um romance. Por anos, Gwen foi a “namoradinha dos quadrinhos”, uma personagem bastante querida dos fãs, desenhada com uma beleza plástica única por John Romita, quando este assumiu as histórias em 1966.
Mas os escritores achavam Gwen enfadonha e preferiam a personalidade mais volátil e menos controlada de Mary Jane Watson, a namorada de Harry. Assim, numa reunião editorial se decidiu que Gwen devia morrer e coube ao novato Gerry Conway – escrevendo Amazing Spider-Man há poucos meses, em substituição a Stan Lee – a tarefa de criar a história. E Conway, aos 19 anos, criou um clássico absoluto dos quadrinhos, para muitos o marco decisivo da passagem da Era de Prata dos Quadrinhos para a Era de Bronze. O impacto da morte surpresa de Gwen – não foi anunciada na capa nem na publicidade – não pode ser medido e, na época, enfureceu os fãs. Numa era de “mortes vazias” como são os quadrinhos hoje, talvez seja difícil entender a importância da história da morte de Gwen Stacy, mas este foi um marco literal dos quadrinhos do Homem-Aranha, da Marvel e do mercado como um todo. De brinde, um grande confronto com o Duende Verde e a morte de Norman Osborn (esta, não durou tanto…).
A trama é incrível: enquanto Harry Osborn está à beira da morte por causa de uma overdose de LSD (!), seu pai Norman Osborn está à beira da ruína financeira. Sem ter como lidar com a pressão, Norman sucumbe ao seu lado sombrio e volta a ser o Duende Verde. Osborn suspeita que Peter Parker (que divide um apartamento com Harry) foi quem lhe passou as drogas e ele sabe que Parker é o Homem-Aranha. Em busca de se vingar, o Duende Verde sequestra a namorada do herói, Gwen Stacy, e a leva para o topo da Ponte do Brooklyn, onde travarão uma batalha mortal.
A garota é morta de modo cruel – não era comum nos quadrinhos da época matar personagens coadjuvantes importantes e muito menos exibir mortes de forma explícita – e o pior: o herói ainda tem uma parcela de culpa (pois foi a parada brusca da teia que efetivamente matou Gwen). Uma facada no coração de Peter Parker e de qualquer leitor envolvido com aqueles personagens.
E não fica nisso: um enfurecido Aranha sai em busca de vingança contra o Duende Verde e temos uma batalha esganiçada entre os dois que resulta também na morte de Norman Osborn (por sua própria culpa: caiu na armadilha que armou com seu próprio jato). De novo, uma morte brutal e explícita.
Um clássico absoluto!
02 – A Morte de Jean DeWolff
Spectacular Spider-Man 104 a 107, 1985, por Peter David e Rick Buckler.
Parece que a morte inspira as pessoas. Peter David era um funcionário da Marvel que trabalhava no setor de marketing. Ao aproximar-se da linha editorial, conseguiu convencer o Editor-Chefe Jim Shooter e o editor assistente responsável pelas histórias do Homem-Aranha, Jim Oswley, de que poderia escrever uma história do personagem. E o texto que produziu impressionou tanto os editores que decidiram não apenas publicá-lo, mas fazer dele o marco da mudança de rumo da revista secundária Peter Parker: The Spectacular Spider-Man. A revista fora criada em 1976 por Gerry Conway com o objetivo de abordar mais temas sociais do que a principal Amazing Spider-Man, voltada assim, para temas mais humanos. Os escritores seguintes – Bill Mantlo, Roger Stern – tentaram manter a mesma pegada. E Al Migrom a tornou uma revista de comédia escrachada, no que não foi bem-sucedido e a reação dos fãs foi ruim. A editoria da Marvel decidiu torná-la mais séria, violenta e sombria, num contraponto à Amazing, mais tradicional. E quem inaugurou a nova fase? O estreante Peter David e sua história sobre a morte de Jean DeWolff.
A capitã da polícia de Nova York era uma personagem secundária nas histórias do Homem-Aranha aparecendo como um contraponto positivo da força policial sempre tão persecutória em relação ao amigão da vizinhança. DeWolff estreou numa história de 1976 (na revista Marvel Team-Up 48, publicação que trazia “grandes encontros” do Homem-Aranha com outros heróis da Marvel, criada por Bill Mantlo e John Romita, mas com história desenhada por Sal Buscema). É bem verdade que ela nunca teve o espaço de uma Mary Jane Watson ou de um Harry Osborn, mas era uma personagem cheia de vida e de potencial. E as histórias da época começavam a explorar que ela tinha “uma quedinha” pelo Aranha.
Mas Peter David transforma sua morte violenta e aparentemente gratuita em um grande marco, numa história repleta de suspense, violência e seriedade. Um assassino serial chamado Devorador de Pecados, a contagem de mortos aumentando, o Homem-Aranha e o Demolidor envolvidos no caso e o aracnídeo ficando completamente possesso ao descobrir que Jean DeWolff era apaixonada por ele e partindo com uma fúria incomum para cima do assassino, o que incluía espancá-lo sem dó nem piedade.
A história também marca o momento em que o Homem-Aranha e o Demolidor descobrem as identidades secretas um do outro e se tornam grandes amigos. O homem sem medo também tem um amigo morto pelo Devorador de Pecados e um envolvimento pessoal nos crimes, mas se mantém mais sereno, enquanto Peter Parker é consumido pelo ódio.
A história já está dentro do espectro da Era Sombria dos Quadrinhos e chocou os leitores com sua robustez, permanecendo, assim, como um grande clássico dos quadrinhos do Homem-Aranha, embora não tão famosa quanto outras histórias. E os leitores mais jovens, acostumados a ver o escritor Peter David mais dedicado justamente às comédias (que ironia!) devem estranhar essa sua estreia com chave de ouro nos quadrinhos.
03 – A Criança Interior
Spectacular Spider-Man 178 a 184, 1991, por J.M. DeMatteis e Sal Buscema.
Que tal um drama psicológico em que dois adultos têm que lidar com seus fantasmas do passado, particularmente relacionados à figura paterna? Um deles, filho bastardo de um rico empresário com uma governanta, que sofreu abuso sexual do pai; o outro, o filho único de outro rico empresário, que nunca teve muito tempo para a criança e criou nela a sensação de que nunca o que fazia era suficiente para agradá-lo. Pois este é o conteúdo desta brilhante história escrita por J.M. DeMatteis em sua estreia como escritor fixo da revista Spectacular Spider-Man em 1991.
DeMatteis aprofundou os aspectos psicológicos dos personagens, explorando a tensão de Harry Osborn entre lidar com o passado criminoso do pai (Norman Osborn, o Duende Verde) e, ao mesmo tempo, admirá-lo profundamente, e no fundo, querer ser digno e à altura dele. Em paralelo, o drama de Ratus – personagem criado pelo autor em sua passagem no Capitão América – que é um jovem que tenta se aproximar do pai que lhe abusou, mas ao mesmo tempo, foi transformado em um monstro quase sem mente, um híbrido entre homem e rato.
E no meio disso tudo está o Homem-Aranha, tendo que lidar com os dois. A arte de Sal Buscema – um grande veterano da Marvel e do Aranha – é um caso à parte e está, aqui, em seu melhor momento.
04 – O Espetacular Homem-Aranha
Amazing Fantasy 15, 1962, por Stan Lee e Steve Ditko.
Um conto de apenas oito páginas que mudou os quadrinhos. O dono da Marvel Comics no início dos anos 1960, Martin Goodman, não gostou da nova ideia de Stan Lee de um herói com nome de aranha. Mas deixou o escritor publicar sua história no ultimo número de Amazing Fantasy, porque a revista ia ser cancelada. O resultado? Foi o maior sucesso da Marvel até então! Esta história revolucionou os quadrinhos por apresentar um herói imperfeito, humano, que tem que lidar com problemas humanos: não é popular na escola, é órfão, a tia que o criou está muito doente, eles não têm dinheiro para pagar o aluguel etc.
Além disso, quando tudo parecia que ia melhorar – ele ganha superpoderes em um acidente e passa a ganhar dinheiro como uma atração na televisão – tudo piora: seu tio é assassinado em um assalto banal. E o pior: quando vai atrás do assassino, descobre que é o bandido que deixara escapar por pura arrogância, já que teria a habilidade de prendê-lo facilmente. Assim, aprende de verdade o valor da máxima de seu tio: “com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades“. Um clássico absoluto! O sucesso de Amazing Fantasy 15 garantiu ao Homem-Aranha ganhar a sua própria revista em seguida. Nota para a arte estranha, expressiva e dinâmica de Steve Ditko, o artista que materializou a ideia de Lee e que, logo, logo, se tornaria o principal desenvolvedor do personagem em seus primeiros tempos.
05 – Ascensão e Queda do Rei do Crime (incluindo Nunca Mais)
Vários arcos de histórias publicados em Amazing Spider-Man 50-52, 59-60, 68-70, 83-85, entre 1967-1970, por Stan Lee e John Romita, e participações de Don Heck, Jim Mooney e John Buscema.
Parte considerável da áurea fase de Lee e Romita à frente da revista do Homem-Aranha nos anos 1960 foi dedicada à construção do personagem Rei do Crime. Esse conjunto de histórias (apesar de disperso em três abnos de publicação e várias edições) pode ser lido agregado e mostra a ascensão e a queda de Wilson Fisk em toda a sua glória! Começando na clássica “Spider-Man No More”, da edição 50, na qual Peter Parker desiste de ser o Homem-Aranha – e deixa seu uniforme numa lata de lixo (cena adaptada no cinema mais tarde em Homem-Aranha 2 de Sam Raimi, em 2004). Essa história por si só já estaria nesta lista como uma das mais bonitas do personagem, na qual Peter se vê esmagado pelas responsabilidades como herói ao mesmo tempo em que percebe sua vida pessoal desmoronar: sua tia May doente sem que lhe preste a assistência e o cuidado necessário; a bolsa de estudos na universidade em risco de ser cancelada porque não pode se dedicar suficientemente aos estudos e as notas terminam por cair; e a possibilidade de perder um grande amor ao não se aproximar da bela Gwen Stacy, que vem lhe dando bola.
Cansado de tudo, Peter desiste e joga seu uniforme numa lata de lixo e tenta viver uma vida normal. Ironicamente, embora sinta um grande peso sair de cima de seus ombros, percebe que seus amigos e familiares seguem vivendo suas vidas normalmente, de modo que ele se tornou meio desnecessário por causa de sua ausência anterior. Ao mesmo tempo, seu uniforme é encontrado por uma criança que o leva ao irascível editor J. Jonah Jameson, que declara o fim do Homem-Aranha e expõe a roupa como um troféu em seu escritório. É uma história dramática e tem algum peso no trato do sofrimento mental de Parker, um ponto alto da passagem de Lee e Romita pelo título. E foi inteiramente adaptada no filme Homem-Aranha 2.
Não era nem a primeira e muito menos a última vez em que o herói pensava em desistir da carreira heroica, mas foi a mais bem escrita e efetiva de todas.
Ao mesmo tempo, ainda há outro desdobramento na mesma edição 50: a ausência do herói motiva Wilson Fisk a reunir todas as quadrilhas sob o seu comando, o que dá certo. Fazer todas as quadrilhas do submundo serem controladas por uma figura central era uma meta já usada por dois outros criminosos em histórias aracnídeas: o Maioral, disfarce de Frederick Foswell, um jornalista de temas policiais que se converteu de verdade ao crime, e depois tentou se regenerar; e o Duende Verde (Norman Osborn). Mas Fisk é o primeiro a conseguir isso, fazendo valer a alcunha de Rei do Crime.
Na clássica trama de ASM 50 a 53, de 1967, Lee e Romita mostram que a ação de Fisk coloca a cidade de Nova York de cabeça para baixo com o aumento súbito da criminalidade e, além de deixar Foswell enciumado – fazendo-o tentar tirar o poder do Rei após um longo período em que tentou viver sob a lei – também culminou em despertar a consciência de Peter Parker de que não podia abrir mão de sua identidade heroica, a despeito dos seus problemas pessoais.
No fim, o Homem-Aranha consegue atrapalhar os planos do Rei e salvar a vida de Jameson (ameaçado pelo chefão), ainda que Foswell seja morto no conflito, após se esforçar para salvar a vida do editor. Mas Fisk escapa e voltaria não muito tempo depois em Amazing 59 e 60, na qual vemos que ele emprega o Dr. Winkler (o Brainwasher) para testar uma técnica de controlar a mente das pessoas (por meio de lavagem cerebral, claro) e usa o recurso no capitão da polícia George Stacy, o pai de Gwen.
O Rei do Crime regressa ao tentar roubar da Universidade Empire State um antiquíssimo tablete de argila que contém uma fórmula escrita capaz de conceder grandes poderes. O Homem-Aranha tenta impedir, é acusado do roubo e o Rei do Crime é preso pela primeira vez, mas no fim, quem vai se apossar do artefato antigo é um rival, o Cabelo de Prata, líder da família mafiosa Manfredi e membro da organização criminosa Maggia (uma versão Marvel da máfia), que vai descobrir que a tal fórmula é a fonte da juventude, ainda que carregue junto uma maldição.
Por fim, o ciclo inicial do vilão se encerra com sua queda em ASM 83 a 85, de 1970, quando sofre o ataque de um rival chamado O Planejador, que vai minando sua organização com ataques certeiros. O Homem-Aranha se intromete na guerra entre os dois chefões, mas não tem muito o que fazer, pois irão descobrir que a identidade secreta do rival é Richard Fisk, o próprio filho do Rei: desapontado em saber que o pai era um criminoso, o jovem fingiu o desaparecimento e organizou o ataque como forma de acabar com a vida de crimes do pai. O choque da revelação é tamanho que Wilson Fisk fica em estado catatônico depois disso.
É um conjunto admirável de histórias! Pena que depois disso, pouquíssimas vezes o Rei do Crime foi um adversário digno do Homem-Aranha. Nos anos 1970, ele terminou sendo de mais valia contra outros personagens, como o Capitão América, até se consolidar como o arquiinimigo do Demolidor na célebre fase de Frank Miller com este personagem. Fisk continuou aparecendo nas histórias do aracnídeo, mas muito mais como um jogador dos bastidores do que um adversário, exceto algumas memoráveis exceções.
06 – O Menino que Colecionava o Aranha
Amazing Spider-Man 248 (história secundária), 1984, por Roger Stern e Ron Frenz.
Nada de batalhas grandiosas nem tramas complexas. O grande trunfo desta é a singileza. Publicada como uma história secundária dentro da revista, este conto trouxe uma sensível história em que o Homem-Aranha visita um menino que é o seu maior fã e está no hospital.
Narrada sob a forma de uma reportagem de jornal de Jacob Connover sobre o jovem Timothy Harrison que está internado, vemos o Homem-Aranha lhe prestar uma visita e descobrir seu maior fã, com uma grande coleção de recortes de jornais sobre o herói.
A conversa entre os dois é interessantíssa e serve como uma reflexão de Peter Parker sobre os seus anos como herói. Esta tem presença certa em praticamente todas as listas de as melhores histórias do personagem. Outro golaço de Roger Stern.
07 – O Duende Vive!
Spectacular Spider-Man 02 (magazine), 1968, por Stan Lee e John Romita.
Com o grande sucesso do Homem-Aranha, Stan Lee resolveu experimentar novos formatos para o aracnídeo. Então, decidiu lançar uma segunda revista do herói, mas no formato maior (magazine) e em preto e branco. A edição 01 de Spectacular Spider-Man parece que não agradou, então, para o número 02, lançado no verão de 1968, Lee e Romita produziram um colossal confronto entre o herói e o Duende Verde, o primeiro desde que ambos descobriram as identidades um do outro. Como brinde, tinha quase 40 páginas de aventura e era em cores! Spectacular Spider-Man nem teve uma terceira edição, mas este número é um grande clássico.
Na trama, Harry Osborn se compadece da situação financeira de seu amigo Peter Parker e decide indicá-lo para trabalhar na Empresa Química do pai, Norman Osborn. O que Harry não sabe é que seu pai foi o Duende Verde e sabia da identidade secreta do Homem-Aranha até esquecê-la em um acidente. A volta da convivência com Peter faz Norman lembrar lentamente de seu passado criminoso. Como uma maneira de se vingar de sua derrota, Osborn promove uma festa para os “amiguinhos” do filho, esperando que Peter apareça e o confronte ou o exponha.
Na festa, vemos a tensão crescendo entre os oponentes, e Peter pensando numa forma de não envolver Harry, Mary Jane Watson e Gwen Stacy na batalha que é iminente, ao mesmo tempo em que Norman vai ficando cada vez mais afetado e louco. Conseguindo dar um fim na festa com uma bomba de fumaça improvisada, dá-se um grande confronto entre o Homem-Aranha e o Duende Verde, o único dentro do período clássico a ocorrer fora da revista principal, Amazing Spider-Man.
Uma pena que isso fez com que esse seja o confronto menos conhecido entre os dois oponentes no período clássico, justamente por isso. A cena da festa foi ligeiramente adaptada no filme Homem-Aranha de Sam Raimi, em 2002, quando Peter, May, Norman e Harry celebram o Dia de Ação de Graças.
08 – Revelações
Amazing Spider-Man 249-251, 1984, por Roger Stern e John Romita Jr., com participação de Tom DeFalco e Ron Frenz.
Uma das melhores coisas do Homem-Aranha nos anos 1980 foi a saga do Duende Macabro. E este é o ponto alto de tudo! Roger Stern tinha criado o vilão para dar uma “turbinada” nas vendas e deu certo e suas histórias foram muito boas. Este arco específico era para ser o momento da virada, na qual Stern iria começar a soltar as pistas da identidade secreta do vilão, mantida em segredo. Contudo, Stern mal terminou esta história, porque entrou em choque com o Editor-Chefe da Marvel, Jim Shooter e mais ainda com o novo editor assistente dos títulos aracnídeos, Danny Fingeroth, e terminou por abandonar a revista do Homem-Aranha justo no número 251.
Na trama, Peter Parker vai à festa de inauguração da nova casa de Harry Osborn e Lizz Allen, que estão casados e à espera de um filho, quando presencia o amigo receber uma carta de chantagem na qual o remetente revela saber que Norman Osborn tinha sido o Duende Verde. Este é o momento em que Harry descobre que o pai foi um criminoso! (Pois suas memórias da época haviam sido apagadas). Peter vai com ele ao encontro e termina descobrindo que o chantageador é o Duende Macabro que está usando as informações dos diários de Norman Osborn para chantagear uma série de homens de negócios, como Harry, J.J. Jameson e, vejam só, Roderick Kingsley.
O Homem-Aranha consegue impedir a chantagem – recebendo até uma ajudinha do Rei do Crime, que pensa no Macabro como um possível rival – mas após o misterioso vilão escapar, precisa encontrá-lo sem ter nenhuma pista. E precisa encontrá-lo logo, já que é possível que Norman Osborn tenha escrito “Peter Parker” em algum desses cadernos!
Daí, resulta uma caça de gato e rato entre o Homem-Aranha e o Duende Macabro, num combate violento que termina numa explosão no fundo do rio Hudson. E com o mistério da identidade secreta do vilão ainda preservado! Um deleite ao leitor num texto ágil de Roger Stern, com suspense e algumas reviravoltas e a ótima arte dinâmica e expressiva de John Romita Jr., o filho do mestre, finalizando um período áureo.
09 – A Morte de George Stacy
Amazing Spider-Man 88-90, 1970, por Stan Lee, John Romita e Gil Kane.
O primeiro atentado à família Stacy ocorre nesta história. Mas a morte do quase sogro de Peter Parker não é o melhor desse arco que marca a primeira transição entre as artes de John Romita e Gil Kane para que o segundo assumisse a revista do Homem-Aranha.
Enquanto enfrenta Otto Octavius num telhado, os braços mecânicos do vilão derrubam uma chaminé em cima de uma rua lotada de transeuntes e curiosos que assistem o combate lá em cima. Com uma criança prestes a ser atingida pelos escombros, o capitão da polícia George Stacy se lança para salvá-la e é bem-sucedido, ao custo de ser esmagado pelos destroços. O Homem-Aranha tenta levá-lo ao hospital, mas é tarde demais.
E o velho policial pede para falar com ele, revelando que sabe que ele é Peter Parker e pede que cuide de sua filha, Gwen, o que deixa o jovem herói tocado e cheio de sentimentos dúbios.
É um momento tocante e dramático, mas o prato principal do arco é mesmo um dos melhores confrontos entre o Homem-Aranha e o Dr. Octopus, fugindo da cadeia e mostrando como seu domínio dos tentáculos de metal é muito maior do que se esperava, ele faz os tentáculos sozinhos o resgatarem da cadeia, sequestra um avião em solo e o destrói, derrota o herói ao jogá-lo de cima de um prédio em cima de um protesto de estudantes… O que pode pará-lo? Peter Parker tem que descobrir uma maneira eficiente de deter o homem que matou o seu quase-sogro e é um de seus piores inimigos. Tudo isso com as artes maravilhosas de Romita e Kane no auge!
10 – A Última Caçada de Kraven (ou Perfeita Simetria)
Web of Spider-Man 31 e 32; Peter Parker: The Spectacular Spider-Man 131 e 132; e Amazing Spider-Man 293 e 294, 1987, por J.M. DeMatteis e Mike Zeck.
A Marvel precisava preencher as três revistas mensais do Homem-Aranha por dois meses enquanto ocorria o casamento de Peter Parker e Mary Jane Watson em Amazing Spider-Man Annual 21, lançada naquele verão de 1987. A decisão era para que desse tempo para roteiristas e desenhistas se adaptarem à novidade e garantir que todos lessem a história do casamento antes de continuar com suas histórias pós-matrimônio. Mas o que fazer com as seis revistas? A resposta: criar um arco de histórias mais ou menos independentes. J.M. DeMatteis já vinha fazendo trabalhos para a Marvel com histórias de profundo conteúdo psicólogico e não decepcionou.
Na história, que na época foi chamada de Perfeita Simetria, Kraven, o Caçador, decide desafiar o Homem-Aranha em uma batalha e lhe imprimir uma derrota humilhante, drogando-o e enterrando-o vivo! Conseguirá o aracnídeo escapar dessa? E qual será o preço se conseguir? Os roteiros de J.M. DeMatteis estão altíssimos, como costume, e a arte de Mike Zeck – que trabalhara algumas vezes com o personagem – está em seu melhor momento. Um clássico da Era Sombria.
11 – Desmascarado!
Amazing Spider-Man 275-276, 1986, por Tom DeFalco e Ron Frenz.
Como Roger Stern não pôde continuar a saga do Duende Macabro, coube a Tom DeFalco substituí-lo. E embora seguisse seu próprio caminho, DeFalco fez bonito e sua temporada de dois anos à frente do Homem-Aranha, com o desenhista Ron Frenz, é um dos melhores momentos do personagem. E o ponto alto disso é aqui, nestas duas revistas, a primeira, uma edição especial com 31 páginas, comemorando os 25 anos da Marvel.
Aliado ao misterioso gangster conhecido como O Rosa, o Duende Macabro usa os novos recursos para aperfeiçoar suas armas e iniciar seu plano-mestre, que seria erguer um império de crimes maior do que o do Rei do Crime, matando o Homem-Aranha no processo. No meio do caminho, porém, surge uma distração quando o jovem Flash Thompson xinga o vilão em uma entrevista na TV, porque este feriu sua namorada Sha Shan em um sequestro aparentemente aleatório. O vilão se aproveita da situação e cria uma armadilha na qual o próprio Thompson terminará acusado de ser o Duende Macabro e dar ao vilão mais tranquilidade para tocar seu plano.
Esta história era para dar início ao fim do mistério da identidade secreta do vilão, mas Tom DeFalco também não pôde terminar o trabalho, pois dali há alguns meses seria colocado para fora da revista do Aranha por causa de divergências criativas. Mas esta história ficou muito boa!
12 – Ninguém Pode Parar o Fanático!
Amazing Spider-Man 229 e 230, 1982, por Roger Stern e John Romita Jr.
O que acontece se colocarmos o Homem-Aranha contra um dos mais fortes vilões da Marvel? Alguém que não pode ser parado, que é preciso do poder de todos os X-Men reunidos para detê-lo, que pode disputar um mano a mano com o Hulk em pé de igualdade? O escritor Roger Stern responde a pergunta nessa clássica aventura dos anos 1980, quando o Fanático vai a Nova York matar a Madame Teia, uma misteriosa mística que cruzava o caminho do aracnídeo naqueles tempos. O confronto exibe os limites do herói em uma história eletrizante. Outro grande momento da áurea fase de Stern e Romita Jr.
13 – A Volta do Devorador de Pecados
Spectacular Spider-Man 133 a 1336, 1988, por Peter David e Sal Buscema.
Por algum motivo inacreditável, o editor das histórias do Homem-Aranha, Jim Owsley, detestava o material de Peter David para o personagem e não descansou enquanto este não saísse do título secundário do herói, Spectacular. Ao perceber isso, David decidiu fechar o ciclo de um personagem que criara em sua estreia na revista: o Devorador de Pecados. Este conto, junto ao primeiro, é simplesmente uma das melhores histórias do Aranha. O assassino Stanley Carter sai do hospital psiquiátrico onde estava para um liberdade condicional e o Homem-Aranha descobre as consequências da surra que deu nele: o ex-vilão está praticamente aleijado, mancando, gaguejando e surdo de um ouvido. Peter Parker, então, fica em choque ao perceber o que sua força pode fazer nas pessoas e se torna extremamente inseguro. Ao mesmo tempo, o vilão Electro volta à ativa e descobre uma maneira derrotar o Homem-Aranha, que tem medo de machucá-lo como fez com Carter. Este precisa lidar com seus demônios internos, a culpa de matar Jean DeWolff, que era sua namorada, e todas as suas outras vítimas, enquanto escreve uma biografia. Como o herói e o vilão irão lidar com este fardo?
Peter David saiu das revistas do Homem-Aranha e permaneceu apenas no título do Hulk, que já escrevia há mais de um ano e fez um trabalho memorável. Curiosamente, apesar dessas histórias densas e dramáticas do início da carreira, o autor se especializaria na comédia com o passar dos anos.
14 – Dr. Octopus vs. Cabeça de Martelo
Amazing Spider-Man 113 a 115, 1972, Gerry Conway e John Romita.
Stan Lee escreveu o Homem-Aranha ininterruptamente entre 1962 e 1971, mas ao ser promovido a Publisher da Marvel Comics precisou diminuir seu ritmo de escrita. Roy Thomas assumiu Amazing Spider-Man por um tempo, mas em seguida, Lee voltou para treinar o novato Gerry Conway como seu substituto oficial. Esta história é apenas o segundo arco de histórias de Conway – o primeiro foi uma história ruim iniciada por Lee – e já aqui o escritor dava pistas de que iria se tornar um dos mais importantes nomes da indústria dos quadrinhos pelos próximos 20 anos seguintes.
Conway cria dois vilões novos, Jonas Harrow e o gangster Cabeça de Martelo e coloca este em rota de choque contra o Dr. Octopus em uma briga de quadrilhas de grandes proporções. É uma história bastante movimentada que mostra inclusive Octopus e May Parker, a tia do Homem-Aranha, em um tipo de romance!
15 – Homem-Aranha & Tocha Humana
Spider-Man & Human Torch 01-05 (minisseries), 2005, por Dan Slot e Ty Templeton.
Esta é uma daquelas “histórias retroativas“, nas quais o autor reconta fatos já conhecidos, mas acrescentando elementos que não foram revelados antes. Dan Slot, o homem que se tornaria o principal escritor do Homem-Aranha no início da década de 2010 faz aqui um trabalho memorável e despretensioso, em que resgata toda a longa história de amizade-inimizade entre o aracnídeo e o Tocha Humana do Quarteto Fantástico. Assim, reconta velhas histórias dos anos 1960 e 1970 unindo tudo em uma narrativa coesa explorando as nuanças dessa “amizade” tão complexa. A história termina no presente, com Johnny Storm descobrindo que Peter Parker é o Homem-Aranha. O fio condutor de tudo é um humor de muito bom nível, que vai lhe fazer dar altas gargalhadas, embora seja ainda mais engraçado para quem leu as histórias originais nas quais se baseia.
16 – Venom!
Amazing Spider-Man 299 e 300, 1988, por David Michelinie e Todd McFarlane.
O fim (provisório) do mistério do Duende Macabro deixou um vácuo nas histórias do Homem-Aranha: um vilão de peso. Há muito tempo os velhos inimigos não tinham mais a mesma força, então, era preciso criar alguém novo e David Michelinie fez isso. Vindo de passagens bens sucedidas nas revistas dos Vingadores e do Homem de Ferro, o escritor criou Venom, um vilão para os anos 1990. O uniforme negro que o Aranha voltou usando das Guerras Secretas, em 1984 (criado por Jim Shooter e Mike Zeck), foi revelado como sendo um simbionte alienígena que sugava sua energia vital. O herói se livrou dele, o monstro voltou e foi aparentemente desintegrado. Mas não, Michelinie e o desenhista Todd McFarlane o trouxeram de volta, agora usando o ex-jornalista Eddie Brock, como hospedeiro, alguém que também odiava o aracnídeo.
A história em si não é algo extraordinário, mas é importante por introduzir o principal vilão do Homem-Aranha nos anos 1990. E também foi adaptada para os cinemas em Homem -Aranha 3, de Sam Raimi, em 2007.
17 – MJ descobre a identidade secreta de Peter Parker!
Amazing Spider-Man 256 a 258, 1985, por Tom DeFalco e Ron Frenz.
Há um novo gangster na cidade, o misterioso O Rosa, que após ter seus planos atrapalhados pelo Homem-Aranha, contrata um mercenário – o guerreiro indígena conhecido como Puma – para matá-lo. Enquanto isso, o Homem-Aranha não consegue entender por que anda tão cansado (era o uniforme negro/alienígena simbionte sugando suas energias). Mas o principal evento dessa história não é nenhum desses: é aqui que Mary Jane Watson revela a Peter Parker que sabe (sempre soube?) que ele era o Homem-Aranha. A revelação muda completamente a relação dos dois, tornando MJ uma grande confidente (e futura esposa!). Um pequeno clássico da ótima temporada de DeFalco e Frenz à frente do título, aqui ainda em seus momentos iniciais.
18 – Guerra de Gangues
Amazing Spider-Man 284 a 289, 1986 e 1987, por Tom DeFalco (idealizador), Jim Owsley, Ron Frenz, Alan Kupperberg e Eric Larsen. (Bônus: Web of Spider-Man 29 e 30, 1987, por Jim Owsley e Steve Gerber).
O Rei do Crime sumiu! Isso mesmo, Wilson Fisk! Com a notícia se espalhando nas ruas, as principais quadrilhas de Nova York saem em ação, cada uma tentando se impor diante das demais, colocando chefões como Cabelo de Prata, Cabeça de Martelo, O Rosa e até os novatos Azuis. Para ganhar terreno, as quadrilhas empregam mercenários poderosos, como o Duende Macabro e o Halloween. Substituindo o Rei em sua quadrilha, o Arranjador tenta manter a posição no topo do submundo, mas gente como o anti-herói Justiceiro vai fazer de tudo para acabar com ela de uma vez por todas. O Homem-Aranha tenta ajudar em meio ao fogo cruzado, mas vai encontrar um empecilho no lugar menos esperado: no até então seu amigo, Demolidor. A identidade secreta do Rosa e o plano secreto do Duende Macabro são revelados, enquanto a conduta suspeita de gente como Ned Leeds, Lance Bannon, Roderick Kingsley, Richard Fisk e o capitão da polícia Thomas Keating aprofundam outros mistérios…
Em meio à bagunça editorial que era a casa do Homem-Aranha naqueles meses – brigas entre editores e escritores, a demissão de Tom DeFalco do título, uma série de imposições advindas de cima, via o Editor-Chefe Jim Shooter etc. – é impressionante que esta história tenha conseguido ser lançada e trazido uma complexa trama que serve como um incrível fechamento à fase de Tom DeFalco, mesmo que, paradoxalmente, ele não a tenha terminado, por ser substituído pelo ex-editor Jim Owsley.
19 – Norman Osborn: A Lista
Norman Osborn’s The List: Spider-Man 01, 2010, por Dan Slott e Adam Kubert.
Desde que voltou da morte, Norman Osborn se tornou o homem mais poderoso dos EUA. Conseguindo desviar a atenção por ter sido o Duende Verde, o vilão foi colocado para liderar os Thunderbolts, um projeto do Governo que usa supercriminosos descartáveis em missões suicidas. Mas a equipe de Osborn foi tão eficiente que sua popularidade começou a crescer entre o público em geral e o vilão foi virando herói. Quando houve a Invasão Secreta dos Skrulls, Osborn matou a Rainha Skrull e consolidou sua nova imagem. Assim, com Tony Stark e a SHIELD caindo em desgraça, coube a Norman o papel de líder da nova agência, MARTELO, e também ser o responsável governamental pela comunidade super-humana, além de ser o líder dos Vingadores oficiais, nada mais do que os velhos Thunderbolts. Isso não apenas torna os verdadeiros Vingadores criminosos procurados, como os obriga a pensar um plano para derrubar o vilão. E cabe ao seu velho inimigo Homem-Aranha conseguir provas que prejudiquem Osborn. É isto o que ele persegue nesta história curta e eficiente.
20 – Novas Formas de Morrer
Amazing Spider-Man 568 e 573, por Dan Slott e John Romita Jr.
Esta história traz o primeiro confronto entre o Homem-Aranha e Norman Osborn e os seus Thunderbolts (que incluem o novo Venom [o ex-Escorpião] e o Mercenário, arquiinimigo do Demolidor), bem como as consequências disso para a vida particular de Peter Parker, especialmente para Harry Osborn. É situada logo após o grande reboot de Um Dia a Mais e Um Novo Dia e mostra o novo contexto em que ninguém mais sabe a identidade secreta do Homem-Aranha, nem mesmo Norman Osborn. Mas o vilão é muito esperto e pode descobrir tudo de novo…
***
Poderiam ter muitas outras histórias na lista, mas precisamos restringir não é mesmo?
Ainda assim, o balanço mostra que, não apenas o Homem-Aranha tem muitas histórias sensasionais, como é um daqueles personagens aos quais o tempo fez bem. Assim, como o Batman, o “cavaleiro das teias” teve muitas de suas melhores histórias contadas nos anos 1980, de modo que a passagem para a Era Sombria fez muito bem para o aracnídeo mais famoso do mundo, assim como o fez para o homem-morcego da concorrente DC Comics.
O Homem-Aranha foi criado por Stan Lee e Steve Ditko em 1962, na revista Amazing Fantasy 15, da Marvel Comics. Ele é publicado até hoje na revista Amazing Spider-Man e outras e também é membro dos Vingadores.
Enquanto lia a postagem percebia que a maioria das histórias são dos anos 80 e 70. A decada de 2000 (2000-2009) só saiu uma. O que isso pode significar? Falta de criatividade ou falta de pessoas criativas? Ou sei lá!
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Há alguns anos as histórias do Aranha sofrem com alguns problemas, né, Alrimar? Por isso, os anos 1970 e 1980 foram, de certo modo, sua fase áurea.
Mas que venham outras…
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Confesso que algumas das piores historias que eu li foi relacionado ao Homem Aranha, A saga do Clone , Carnificina Total e recentemente One More Day que fez eu largar as revistas do aracnídeo ate hoje. E todas essas historias mostram que ele tem coisas ótimas sim.
Para mim a melhor historia é O Menino Que Colecionava Homem Aranha, quando li fiquei pensativo por semanas , ela não teve grande importancia cronologica mas quando Peter Parker pensar em desistir de ser o Homem Aranha (pela 1000000ª vez) ele podia lembrar de Timothy Harrison. Herois que salvam o universo há um monte por ai , mas os que fazem sonhos virarem realidades são raros. Enfim mas pela importancia concordo com a Morte de Gwen Stacy em primeiro ,é engraçado que tudo aponta a morte dela e ainda sim surpreende no final, também gosto do fato dos roteiristas sempre lembrarem dela como o grande amor de Peter , digam o que quiserem mas quando se trata de realidade alternativa (dinastia M , era do apocalipse ) onde ocorreram fatos diferentes ela esta casado com ela.
Muito bom artigo, e ja rolou as melhores historias com Batman e Homem Aranha , sera que não rolaria algo parecido com meus outros dois herois favoritos Demolidor e Superman?
Vlws
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Olá, Guilherme, que bom que gostou.
Rapaz, você está com sorte. Se eu lhe contar que já tenho um ‘As Melhores Histórias do Superman” escrito? Só estou esperando passar a febre dos filmes do Homem-Aranha e do Batman para publicá-lo com o destaque que merece.
Quanto ao Demolidor, ainda não o fiz, mas adoraria, porque acho que é um daqueles personagens que, apesar de pouquíssimo conhecido pelo grande público, tem algumas das melhores histórias já escritas.
Me comprometo de, num futuro breve, fazer um dele também, ok?
Um abração!
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e que coisa hein?sempre tem histórias de sucesso começando com sucessivos fracassos,mas peter david ja começou arregaçando,e mais essa “era sombria” a gente tb pode incluir os primeiros arcos de historia do Hulk com o mesmo Peter david no comando… essa historia do Ratus,sem comentários: obra prima ,nessa epoca do duende “desmascarado” ,foi trazida pela brail jovem no super almanque marvel # 2 e lembro que foi a época que decidi o que queria ser quando crescer,queria ser o homem aranha rs
parabéns por esse blog que sou cada dia mais fã
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Obrigado mesmo, Lucas. Que legal que você gosta.
São realmente histórias muito boas. Os anos 80 foram ótimos para o Homem-Aranha.
Um abraço!
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Como leitor assíduo do amigão da vizinhança, talvez a melhor história do aranha pra mim seja a 3ª parte da batalha contra o Mestre do Crime (ou Planejador Mestre), em Amazing 33, lembro que quando li este gibi, parecia que estava vendo um filme, tamanha emoção que Lee e Ditko colocaram naquelas páginas.
Uma frase que ficou um bom tempo na minha cabeça foi a fala de Kraven em “A Última Caçada de Kraven” antes de meter uma bala na própria cabeça.
“Todo homem… Toda mulher… Toda nação… Toda era tem sua Aranha.
Voce foi a minha. Que fardo. Que honra”.
E não podia deixar de citar a famigerada Saga do Clone, uma das fases mais tenebrosas do Aranha, mas foi nessa Saga que ressucitaram (?) Norman Orborn, o que acabou reverberando em todo o Universo Marvel, sendo este um dos maiores vilões dos Vingadores polarizando quase todas as revistas da Editora. Se não tivesse a Saga do Clone, as coisas seriam muito diferentes…
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Concordo com você em tudo, João.
Muito bem lembrada a história do Mestre do Crime, com Lee e Ditko. Aquelas histórias do Aranha contra o Duende Verde e o crime organizado foram mesmo muito boas! E realistas! Vide a identidade do Mestre do Crime.
Quanto a Kraven, sem comentários. Essa história do J.M. DeMatteis é fabulosa, assim como tudo o que ele fez naquela época.
E quanto à Saga do Clone… por mais odiosa que seja, você tem razão. Sem ela, não teríamos Norman Osborn como o arquivilão dos Vingadores e do Universo Marvel. E o capítulo final da Saga do clone – Revelações – foi bem realizado dentro do possível, com Tom DeFalco e Howard Maclie se esforçando para dar um fechamento minimamente coerente. E a batalha do Aranha contra o Duende na arte de John romita Jr. ficou boa, bem emocionante.
Um abração!
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Sinceramente a Saga do clone foi cansativa , mas manteve a curiosidade de muito leitor do aranha , para ver o que ia dar , no final foi uma desculpa para a volta do Norman , tenho até hoje guardada ,gostava do Kaine e do Judas Traveler e de um certo clima de mistério que a saga teve , mas foi muito longa e as melhores historias do Aranha são curtas e objetivas.
Minha primeira história do Aranha que eu comprei foi nada mais , nada menos que “Tormento” ,depois virei leitor de carterinha do teioso.
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olá Hq Rock!! Queria saber se essas histórias estão em português, pois pelo que vi na imagem estão em inglês. E também queria saber se é possível encontrá-las ainda?
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Olá, Alexandre, tudo bem?
Rapaz, vai dar um trabalho dos diabos listar tudo em português, mas vou tentar dar pelo menos uma geral, ok?
Todas elas já foram publicadas no Brasil, mas em épocas e editoras diferentes.
As mais fáceis de conseguir hoje são aquelas presentes nas coletâneas da Panini, que com sorte e persistência podem ser achadas nas livrarias. A Morte de Gwen Stacy e a do pai dela, George, estão em Os Maiores Clássicos do Homem-Aranha vol. 03. A história de origem por Lee e Ditko está em Biblioteca Histórica Marvel – Homem-Aranha vol. 01.
A última Caçada de Kraven está em Os Maiores Clássicos do Homem-Aranha vol. 02 e o início da saga do Rei do Crime está em Os Maiores Clássicos do Homem-Aranha vol. 01.
A Volta do Duende está em Homem-Aranha: Coleção Grandes Desafios.
O restante só recorrendo aos sebos, comic shops ou scans.
A mais recente é Novas Formas de Morrer, publicada na revista mensal da Panini do Homem-Aranha entre os números 92 e 94.
Beeeeeemmmmmm mais antigas você encontra nas velhas revistas da editora Abril que – pasme! – jamais foram republicadas. A Criança Interior está no Anual do Homem-Aranha, número 4 ou 5.
A saga do Duende Macabro: Revelações saiu na Homem-Aranha da Abril ainda nos anos 1980 e foi republicada cerca de dez anos depois na Teia do Aranha por volta do número 62. Desmascarado saiu na superclássica Super-Almanaque Marvel 02.
A Guerra de Gangues saiu na Homem-Aranha (da Abril) entre os números 91 e 94. A Morte de Jean DeWolff, um pouco antes, em Homem-Aranha 84 a 87. O fim da saga do Devorador de Pecados no número 102. A primeira aparição de Venom no número 105.
A velha revista A Teia do Aranha – que publicava as histórias dos anos 1960 e 70 – traz clássicos como a saga do Rei do Crime e os confrontos com o Duende Verde. Todas entre os primeiros números e o 23.
É mais fácil você conseguir nos scans, seguindo as numerações originais norteamericanas.
Espero ter ajudado.
Um abraço!
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Reblogged this on Blog do Rogerinho.
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Sou “aracnofã” do Homem Aranha, Quando adolescente sempre relacionava fatos da minha vida com as histórias dos quadrinhos. Era incrível como me identificava com os problemas de Peter e me divertia com o Aracnídeo. Lembro que comecei a ler as histórias justamente um numero antes da morte da capitã DeWolff. Fiquei ansioso pelo número seguinte e fiquei impressionado com o Devorador de Pecados, que não possuia poderes especiais, apenas sua calibre 12. A partir daí sai comprando tudo do herói, Colecionei até a confusa saga do clone e aquele negócio de Aranha Escarlate foi um fiasco. Daí parei de comprar as revistas pelas histórias fracas e sem sentido. Saudades do nosso herói solteiro, duro e cheio de problemas, tendo que se virar pra pagar seu aluguel. Anos áureos! Parabens pelo post: as melhores sagas são, na minha opinião, a morte da capitã, a morte de Gwen e o Chacal ( 1ª saga do clone) e pra mim a fase de McFarlane desenhando foi uma das melhores de todos os tempos.
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Oi, Fernandes,
Legal ler suas memórias do herói aracnídeo. De fato, a Morte de Jean DeWolff foi um marco enorme para os quadrinhos e para os leitores da época.
Espero que as novas gerações tenham uma experiência similar via encadernados ou scans.
Seu ranking de histórias está muito bom e mostra o seu bom gosto.
Um grande abraço!
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Sem dúvida nenhuma, os anos 2000 vivem a pior faze do Aranha em arte e histórias. A arte da Marvel em geral, neste milênio, está parecendo cartum. Desenhos engraçadinhos que ficariam muito bem em revistas humorísticas, nunca em revistas de heróis. Saudade dos grandes artistas John Byrne, John Romita, Ron Frenz, Al Milgrom… Até os anos 80. Melhor fase. Será que a arte desses grandes artistas não deixou nenhum seguidor?
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Confesso que me surpreendi com a ausência de “Se esse é o meu destino…”, que foi uma das mais marcantes que já li do Spidey.
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Olá, Marcus! Você está certo. “Se esse for o meu destino…” merecia mesmo ser colocado nessa lista. É uma grande história.
Quem sabe acrescentamos como um bônus ou fazemos uma parte dois?
Um grande abraço!
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Uma correção, na parte da Caçada de Kraven, na matéria diz que o casamento de Peter e Mary Jane é no Amazing Spider-man Annual 014, mas na verdade é no Amazing Spider Man 021.
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Olá, Lucas!
Você tem toda a razão! O casamento se deu na The Amazing Spider-Man Annual 21, de 1987, e não na 14 como está escrito na matéria.
Desculpe o pequeno deslize. Já está corrigido. Valeu mesmo pelo toque.
Um grande abraço!
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Interessante a sua lista. Para você ver, tem histórias que você considera as melhores que eu concordo e tem outras que eu acho que você deixou de fora que acho melhores do que algumas que você apresentou. Mas é claro, gosto é algo pessoal e haverá sempre pessoas que podem não ter gostado tanto daquela história quanto você. Por exemplo, acima no primeiro comentário há um rapaz que diz que a história do Carnificina Total é uma das histórias que ele mais odiou, o que é o contrário de mim que acho essa mini-série uma das melhores histórias do aracnídeo. Você por exemplo deixou de fora da sua lista Homem-Aranha Azul que para mim estaria fácil no top 10 fácil e se esqueceu de mencionar também a Vingança do Sexteto Sinistro que para mim esta no mesmo nível de Carnificina Total.
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Oi, Washington. Pois é, o legal de um personagem como o Homem-Aranha é que tem tantas histórias boas que rende mais de uma lista. Azul com certeza é uma história fantástica que merecia estar na lista. Quem sabe ela não encabeça um volume 2 da lista? Um abraço!
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