Morreu ontem, vítima de um câncer na garganta, o cantor, compositor e guitarrista Celso Blues Boy, pioneiro do blues no Brasil.
Nascido Celso Ricardo Furtado de Carvalho no Rio de Janeiro, há 56 anos, adotou o nome Celso Blues Boy em homenagem a seu ídolo B.B. King, um dos maiores nomes da história do blues.
Celso Blues Boy começou a carreira ainda no início dos anos 1970, aos 17 anos de idade, acompanhando músicos famosos, como Raul Seixas, Renato e Seus Blue Caps e Sá & Guarabira. No fim da década, investiu na própria carreira, formando as bandas Legião Estrangeira e Aero Blues, tornando-se pioneiro do blues no país. Na onda do BRock, o rock nacional que explodiu nas rádios e TVs brasileiras nos anos 1980, Celso saiu em carreira solo e chamou a atenção com uma fita K7 demo tocando na Rádio Fluminense, que era a maior difusora do gênero no país.
Logo, o guitarrista lançou seu primeiro álbum, Som na Guitarra, em 1984, disco que fez sucesso e lançou hits como Aumenta que isso é rock’n’roll e Blues motel. Seu sucesso permitiu que vários outros artistas e bandas de blues pudessem também lançar suas carreiras, como Blues Etílicos e Nuno Mindelis.
O bluesman carioca se tornou, então, uma das principais atrações do Circo Voador, no Rio de Janeiro. Como guitarrista e compositor, Celso ainda fez Marginal com Cazuza e participou das trilhas sonoras dos filmes Rock Estrela e Bete Balanço.
Nos anos 1990, partiu para uma carreira internacional, se apresentando no Festival de Montreaux em 1995. Na mesma época, também realizou outro sonho: se apresentou com o ídolo-mor B.B. King e gravou com ele a faixa Mississipi.
Nos anos 2000, o artista se mudou para Joinville, em Santa Catarina, mas manteve sua carreira extremamente ativa, se apresentando no Brasil e no mundo. Em 2011, ele lançou seu primeiro DVD ao vivo: Celso Blues Boy Ao Vivo, gravado em sua “casa”, o Circo Voador.
Também seu último álbum saiu no ano passado: Por um Monte de Cerveja.
O músico morreu em casa, por volta das 8h da manhã e será cremado hoje.
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