
O lendário desenhista Joe Kubert faleceu hoje aos 85 anos. Famoso por seu trabalho em personagens como Sgt. Rock e Gavião Negro (Hawkman), Kubert também foi o fundador da The Joe Kubert School, em 1976, a primeira do mundo especializada em quadrinhos.
Joseph Kubert nasceu em 1926 em Yzeran, então na Polônia (hoje, na Ucrânia), em uma família judia, mas migrou para os EUA com poucos meses de idade. Ao que consta, ainda criança começou a trabalhar com quadrinhos para os estúdios que faziam tiras de jornal na época. Ao se profissionalizar, nos anos 1940, já ganhou destaque no mercado. Trabalhou para a Fox Comics e a Quality Comics em 1942, inclusive no personagem Besouro Azul (Blue Beetle), chegando à DC comics – via o selo All-American Comics, em 1943, desenhando Os Sete Soldados da Vitória.
Em 1945, começou a desenhar o super-herói Gavião Negro (Hawkman), que marcaria sua carreira, a partir de Flash Comics 62.
Nos anos 1950, Kubert já integrava o corpo editorial da St. John Publication, onde editou os primeiros quadrinhos em 3D, estrelados pelo Super-Mouse (Mighty Mouse). Nessa editora, Kubert criou, com o escritor Norman Maurer, Tor, um humano pré-histórico que fez certo sucesso e continuaria a ter histórias publicadas casualmente até os anos 1990 em várias editoras.

Após um período trabalhando em várias editoras – inclusive na Atlas Comics (futura Marvel) – em 1955 Kubert voltou à DC Comics, dessa vez como artista exclusivo. Voltou ao Gavião Negro, estabelecendo seu vínculo forte com o personagem.
Também naquele ano, participou da criação das histórias de guerra da DC, publicadas em revistas como G.I. Combat, dentre os quais se destacam Sgt. Rock e The Haunded Tank (O Tanque Assombrado). Sgt. Rock se tornaria o trabalho de assinatura de Kubert pelo resto de sua carreira, tendo desenhado dezenas de histórias e algumas graphic novels, sendo algumas das mais cultuadas histórias em quadrinhos.

Em 1967, Kubert se tornou parte do staff da DC Comics, assumindo o cargo de Diretor de Publicações, no qual teve papel determinante para atrair os direitos de publicação de várias histórias na editora, como por exemplo, o Tarzan de Edgar Rice Burroughs, que passou a ser publicado em 1972 e o continuou até 1975 (em seguida, os direitos iriam para a Marvel). Foi a realização de um sonho para o artista e é uma das fases mais memoráveis do rei das selvas, bastante cultuada entre os fãs do personagem.

Em 1976, o desenhista se afastou da direção da DC para se dedicar à fundação de sua escola para quadrinhos. Em pouco tempo, a The Kubert School se tornou o celeiro de astros dos quadrinhos, revelando artistas como Stephen Bissette, Karl Kesel, Steve Lieber, Alex Maleev, Rick Veitch, Lee Weeks e até o brasileiro Sergio Cariello, que é professor da escola hoje.
Ao longo dos anos 1980, Kubert continuou refinando seu traço, agora se dedicando principalmente às belas graphic novels que realizou. Ao mesmo tempo, seus filhos (e alunos) Andy e Adam Kubert também despontaram na indústria dos quadrinhos, tornando-se dois dos principais desenhistas em atividades na atualidade.

No últimos anos, Kubert vinha trabalhando bem menos, mas estava em evidência por fazer parte da iniciativa Before Watchmen (Antes de Watchmen), a série de prelúdios para a obra imortal de Alan Moore e Dave Gibbons publicada originalmente em 1986. Joe Kubert estava trabalhando com o filho Andy Kubert na minissérie do Coruja (Nite Owl).
A causa da morte não foi revelada ainda.


Lamentável perda! Quando criança tinha a coleção completa do Sargento Rock. Pena tê-la perdido.
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