
Neste mês de março, o Homem de Ferro, o super-herói de armadura da Marvel Comics, comemora 50 anos! São cinco décadas desde que ele apareceu pela primeira vez, num conto de onze páginas publicado na revista Tales of Suspense 39, em 1963. De lá para cá, o personagem saltou de um herói “de segunda” para uma das peças centrais do Universo Marvel, tanto nos quadrinhos como no cinema.
Aliás, verdade seja dita, o herói foi o responsável pelo estabelecimento do Universo Cinematográfico da Marvel, pelo quanto àquele que é financiado e produzido pela própria empresa, via Marvel Studios. Foi o grande sucesso e boa recepção de crítica de Homem de Ferro, de 2008, que permitiu à Marvel tocar à frente seu plano ousado de produzir filmes individuais de seus maiores heróis e, depois, reuni-los em um só filme: Os Vingadores, que é um dos maiores sucessos da história do cinema.

Foi um longo caminho e ninguém jamais poderia imaginar. Os créditos da criação são compartilhados entre Stan Lee, Jack Kirby, Larry Lieber e Don Heck. Lee criou o conceito geral do personagem (milionário genial e entediado que cria uma armadura que usa para combater o crime), Kirby criou o visual do herói, Lieber escreveu sua primeira história e Don Heck a desenhou, criando, também o visual de seu alterego, Tony Stark.
Nos primeiros tempos, o Homem de Ferro foi um grande reflexo da Guerra Fria, já que Lee e Lieber (que são irmãos) focavam suas aventuras no tema da espionagem e no confronto ideológico entre os Estados Unidos, liderando o bloco de países capitalistas e a União Soviética, liderando o bloco comunista. E como Tony Stark era um grande artífice do capitalismo – industrial, fabricante de armas, rico e playboy – era sempre um grande alvo do outro lado.

Assim, grande parte da galeria de vilões iniciais do herói foi formada por espiões e agentes soviéticos ou comunistas, como Mandarim, Dínamo Escarlate, Homem de Titânio e até a Viúva Negra, que depois mudaria de lado e se tornaria, assim como o Homem de Ferro, um membro dos Vingadores. Aliás, nunca custa lembrar que o Homem de Ferro foi um dos fundadores da maior equipe de heróis da Terra, como se vê em Avengers 01, também no ano de 1963.
Fazer parte dos Vingadores – e ser um de seus líderes – fez muito bem à popularidade do Homem de Ferro. Muito rapidamente, ele passou a ser considerado um dos três pilares fundamentais da equipe, “os três grandes“, ao lado do Capitão América e de Thor.
Por isso, ganhou um título próprio em 1968, The Invencible Iron-Man, revista que – com mudanças de volume, de numeração e de título – permanece publicada até hoje. E se passou por uma crise de criatividade nos anos 1970, foi compensado com uma sequência quase ininterrupta de grandes histórias do fim dos anos 1970 ao início dos anos 1990.

No caminho, teve que vencer não somente a falta de criatividade e vilões desafiadores e quase invencíveis, mas também batalhas bem mais pessoais, como o fato de ser um alcoólatra e ter que se manter no controle o tempo todo para não ter uma recaída, pois já sucumbira duas vezes e perdera tudo.
Nos anos 2000, o personagem voltou à ocupar um papel importante no Universo Marvel e, mais do que isso, a ser algo central mesmo. Muito disso se deve ao escritor Brian Michael Bendis, que delineou um novo papel para Tony Stark na revista New Avengers, os Novos Vingadores, a partir de 2005.

Assim, Stark – já sem o fardo do passado de ter uma identidade secreta – pôde alçar vôos mais altos, como ser o Secretário de Defesa dos EUA, o Assessor Especial para Questões Super-Humanas e, por fim, Diretor da SHIELD, ocupando o lugar que fora de Nick Fury no passado. Isso sem contar que era o líder dos Illumiati, um seleto grupo secreto de superseres que “administrava” uma série de questões delicadas nos bastidores do Universo Marvel.
Hoje, as histórias de Tony Stark já ultrapassaram há muito o ranço ideológico do passado e se concentra naquela que é a sua maior arma: a tecnologia. Por isso, nerds e aficionados por tecnologia e Gadgets têm nas aventuras do vingador dourado um campo de deleite.

E no cinema, Tony Stark ganhou um intérprete à sua altura em todos os quesitos no ator Robert Downey Jr., adicto como ele e dotado de uma energia e bom humor que transformaram o personagem em um dos mais interessantes em meio às inúmeras adaptações cinematográficas de quadrinhos. Tanto que Downey Jr. foi um dos maiores chamarizes de Os Vingadores e é, agora, um dos maiores (senão o maior) astro de Hollywood da atualidade. Logo ele que, como Stark, ganhou fama e prestígio e perdeu tudo por causa do vício, no passado, sendo obrigado a se tratar e ter que recuperar tudo de novo.
Para celebrar os 50 Anos do Homem de Ferro, o HQRock está preparando uma série de especiais que serão publicados em breve.
Enquanto isso, o leitor pode ir esquentando os motores lendo ou relendo o dossiê especial que o HQRock produziu na época do lançamento do filme dos Vingadores. É um relato completo da história editorial e cronológica do Homem de Ferro. Não deixe de ver! Basta clicar aqui.
O Homem de Ferro foi criado por Stan Lee, Larry Lieber, Jack Kirby e Don Heck em 1963, na revista Tales of Suspense 39, e desde então é publicado pela Marvel Comics. O personagem é membro fundador dos Vingadores.
Realmente, me lembro qdo guri de curtir muito esse aspecto tecnológico do herói, como abrir um painel no peitoral e puxar uma tomada p/ se recarregar, hehe… e desejar mais desenhos animados do HF, o que só foi ocorrer nos 90s… e talvez um filme, mas no máximo me ocorria algo como Rocketeer… nem o fã mais encardido poderia imaginar o tamanho do sucesso que obteria tantos anos depois, p/ nosso deleite… abs!
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Pois é, Jorge isso é muito legal.
Mas eu tenho a impressão que foi somente a partir da fase do Kurt Busiek que a tecnologia de verdade (do mundo real) ingressou nas histórias do Homem de Ferro. Até então, era aquela coisa ficção científica, muito ligada ao que a armadura pode fazer. Mas com o Busiek, a tecnologia do dia passou a se notar efetivamente na trama. Claro que tem haver com o contexto histórico – 1998 – mas dali em diante, acho que os escritores foram meio que obrigados a lidar com esse mundo da tecnologia avançada real do dia a dia.
Você concorda?
Um abração!
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De fato Irapuan, e se acentou mais ainda a partir do arco Extremis, com a arte realista do Adi Granov, para desembocar no cinema como vc bem descreveu… fechando esse aspecto tecnológico contemporâneo prevalente no universo do HF, o que é vantajoso por torná-lo constantemente atualizado e relevante para as novas levas de fãs… abs!
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