
Espetacular! É isso o que se pode dizer de Capitão América 2 – O Soldado Invernal (Captain America – The Winter Soldier), sequência de Capitão América – O Primeiro Vingador e de Os Vingadores, com as aventuras-solo do herói criado pela Marvel Comics, levado aos cinemas pelo Marvel Studios e Disney. Se a Marvel já acertou bastante com seus filmes anteriores, com este, então, é um alvo mais do que certeiro. Não duvide: O Soldado Invernal é provavelmente o melhor filme do Marvel Studios!!!!
Totalmente diferente de O Primeiro Vingador em estilo (embora aquele fosse também um bom filme), O Soldado Invernal é um Thriller de suspense impressionante, com uma teoria da conspiração se revelando rapidamente e um trio (ou quinteto?) de heróis lutando desesperadamente para impedir uma catástrofe enorme. Apesar de ser vendido como um thriller político, este não é bem o caso: é um suspense de teoria da conspiração.

Em termos de ação, é o filme mais “duro” da Marvel. Há um grau de violência superior a O Primeiro Vingador e Os Vingadores. As lutas são animais, as perseguições de carros são ótimas. (Já tem crítico dizendo que a perseguição de carros envolvendo Nick Fury no início do filme é uma das melhores do cinema!!).
E precisamos dizer: nenhum outro herói foi mais ágil no cinema do que o Capitão América neste filme. Lembra quando você lia as histórias em quadrinhos (ou assistia aos desenhos animados na TV) e via aquele herói ágil, lutando de modo espetacular e usando seu escudo com maestria malabarística, como um maldito bumerangue infernal que sempre vai e vem em suas mãos? Pois O Soldado Invernal traduz tudo isso para a tela do cinema de uma maneira fantástica. Viu os trailers? Pois não viu nada…
As acrobacias de luta são impressionantes e o uso do escudo é algo difícil de superar. Por isso mesmo, o longa tem um grande impacto visual. E é uma ação mais realista, calcada em coisas comuns, mas feito de um modo muito bonito plasticamente.

As lutas são duras e o Capitão América luta muito, batendo os adversários com muita força. A representação do Soldado Invernal também é excelente, com destaque ao duelo de faca entre ele e o herói no meio do filme.
O humor típico da Marvel também está presente, embora agora mais diluído e colocado apenas em alguns momentos, sem comprometer a seriedade da trama e dos personagens. Mas um dos destaques do humor é a cena em que Steve Rogers anota em seu caderninho coisas que precisa conhecer no presente para entender o mundo. A lista envolve coisas como Star Wars, Guerra Fria e a banda Nirvana. Porém, num gesto simpático, a Marvel está criando uma versão personalizada para cada país em que o filme é exibido! Na Inglaterra, a lista inclui os Beatles e a Final da Copa do Mundo de 1966. Já no Brasil, a lista tem Xuxa e Wagner Moura. Algo discreto, simpático e engraçado.

A trama de O Soldado Invernal também é interessante. Vemos Steve Rogers ainda se questionando sobre seu papel neste novo mundo, ao mesmo tempo em que precisa lidar com uma situação em que a SHIELD pode estar excedendo os seus limites, com vigilância exacerbada e drones para todos os lados. O roteiro também é inteligente o suficiente para não entregar tudo, deixando espaço para o expectador supor coisas e pensar no que assistiu.
Também há um grande evento no final que muda completamente o status quo do Universo Marvel nos Cinemas e que deve ter grandes consequências nos próximos filmes, especialmente com Os Vingadores 2 – A Era de Ultron. A grande ameaça que emerge em meio ao filme também é algo muito interessante que irá permanecer nos filmes seguintes.

Falando nisso, o filme está recheado de (grandes) referências a outros personagens da Marvel – inclusive alguns que não apareceram ainda! – mantendo a conectividade do universo nos cinemas.
Em termos de fidelidade, O Soldado Invernal não é uma tradução literal do arco de histórias de mesmo título que inspirou o filme e foi escrito por Ed Brubaker e desenhado por Steve Epting em 2005, constituindo na melhor HQ do Capitão América de todos os tempos. Mantém-se a essência e o arco do personagem-título, mas o filme insere isso em outro contexto, com uma trama de conspiração e corrupção. Mas algumas cenas e falas são tiradas diretamente da revista. O escritor, inclusive, aparece no filme, discretamente como um cientista que auxilia o vilão principal.

Quanto ao elenco, os atores estão ótimos em seus papeis. Chris Evans faz sua abordagem mais profunda até agora com Steve Rogers e segura o filme nas costas. Scarlett Johansson está bem mais a vontade com sua Viúva Negra e acrescenta várias camadas à sua personagem, inclusive, com não-ditos, o que é muito bom. O novato Anthony Mackie está ótimo como Sam Wilson, o Falcão, sendo uma ótima adesão ao universo Marvel. Robert Redford e Samuel L. Jackson também têm participações significativas na trama, engrandecendo o filme. Embora lacônico – por causa de seu papel – Sebastian Stan também aparece intimidador com seu Soldado Invernal. Por fim, Cobie Smulders e Emily VanCamp surpreendem com participações pequenas, mas importantes.
A direção dos irmãos Anthony e Joe Russo parece segura e, com certeza, é deles a mão pesada que conduz o filme, especialmente nas cenas de ação. A dupla se mostra, assim, ideal para conduzir um herói mais “pé no chão” como o Capitão América. A humanidade e a limitação de seu poder (apenas físico: força e velocidade) terminam sendo grandes aliadas no tipo de ação que se optou por mostrar.

Outro ponto interessante que queria ressaltar nessa resenha é a experiência de assisti-lo. Fui a uma sessão de pré-estreia, à meia noite, e foi muito interessante: sala cheia, apenas jovens (a maioria com menos de 30 anos), muitos usando camisetas do Capitão América e duas crianças com máscaras e escudos do herói. Além disso, antes do filme começar, os grupinhos discutiam as tramas do Universo Marvel nos Cinemas e as relações com os quadrinhos originais.
Isso mostra o sucesso dos filmes da Marvel e sua contribuição para a formação de uma nova geração de fãs de seus heróis. Infelizmente, é difícil conseguir atrair todo esse público para a leitura das HQs que deram origem a tudo isso. Mas existe potencial.
O público reagiu o tempo inteiro ao que via nas telas, impressionados – como eu fiquei – com a excelência das cenas de ação e a agilidade do Capitão América. Além disso, viam seus sonhos nerds se realizarem em movimento e com atores. Por fim, ao final do filme, a plateia aplaudiu! Há quanto tempo eu não via isso?

Assim, O Soldado Invernal deve trilhar um caminho de sucesso e aumentar ainda mais a expectativa em torno de A Era de Ultron. Que vai ter que se esforçar para superar este capítulo sensacional da Marvel nos cinemas.
E não se esqueça. Não saia mais cedo do cinema, pois há duas cenas pós-créditos que abrem janelas para os filmes futuros.
***

O Soldado Invernal mostra o Capitão América tentando se adaptar ao mundo contemporâneo depois de passar 70 anos congelado; e lidando com as consequências dos eventos mostrados em Os Vingadores. Agora, como operador da SHIELD lida com as contradições éticas e morais dos tempos atuais, o que leva a embates com o Diretor do órgão, Nick Fury, mas também com o responsável maior pela agência, Alexander Pierce. Enquanto isso, irá descobrir que seu velho amigo Bucky Barnes não apenas sobreviveu ao tempo da Guerra, mas é agora um vilão assassino chamado Soldado Invernal; mas haverá outros oponentes emergindo das sombras, como Ossos Cruzados, em uma grande conspiração que está à espreita. Agindo ao lado da Viúva Negra, o supersoldado também ganhará novos aliados, nas figuras da Agente 13 da SHIELD, Sharon Carter, e do Falcão.

Capitão América 2 – O Soldado Invernal mantém os mesmos roteiristas da primeira parte: Christopher Markus e Stephen McFeely e a direção é dos irmãos Joe e Anthony Russo. O elenco tem Chris Evans (Steve Rogers/Capitão América), Scarlett Johansson (Natasha Romanoff/ Viúva Negra), Samuel L. Jackson (Nick Fury), Robert Redford (Alexander Pierce), Sebastian Stan (Bucky Barnes/Soldado Invernal), Anthony Mackie (Sam Wilson/Falcão), Cobie Smulders (Agente Maria Hill), Frank Grillo (Brock Rumlow/ Ossos Cruzados) e Georges St. Pierre (Baltroc, o saltador), além de participações de Hayley Atwell (Peggy Carter), Emily VanCamp (Sharon Carter/ Agente 13), Toby Jones (Armin Zola), Dominic Cooper (Howard Stark), Maximiliano Hernandez (agente Jasper Sitwell), Callan Mulvey (agente Jack Rollins), além de Chin Han, Jenny Agutter,Alan Dale e Bernard White, como agentes da SHIELD. A estreia no Brasil será em 10 de abril de 2014.
O Capitão América foi criado por Jack Kirby e Joe Simon em 1941 e foi o maior sucesso dos anos iniciais da Marvel Comics. Após décadas sem ser publicado, foi resgatado para as histórias modernas em Avengers 04, de 1964, por Stan Lee e Jack Kirby, numa história dos Vingadores, grupo que passou a liderar a partir de então.



“Por fim, ao final do filme, a plateia aplaudiu! Há quanto tempo eu não via isso?”
Tô curioso. Qual foi o último filme de herói que você viu isto acontecer?
Assistiu em 2D ou 3D? Dublado ou legendado?
Essa semana que vem agora eu vou assistir. Não perco por nada.
Uma pena que esse filme não irá fazer tanta bilheteria quanto o Homem de Ferro 3. Pelos elogios que andou recebendo em vários lugares merecia e muito entrar no top 10 de maiores bilheterias da história.
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Olá, Kyo!
Assisti em 3D, embora não seja fã do formato. Mas não tinha outra opção. Continuo achando que o 3D até dá uma profundidade ao filme, mas que é caro (e espalhafatoso) demais para compensar o custo.
Não tenho certeza da última vez que vi isso. Acho que foi em Batman – O Cavaleiro das Trevas em 2008.
Capitão América 2 não é um filme cerebral como este, mas é uma beleza de ação, uma experiência visual (de impacto) muito legal.
Um abração!
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Eu achei o filme espetacular. Nota 10! Digno de todos os louvores.
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Que legal que você gostou, Daniel!
Sinal de que o HQRock tinha razão… 😉
Um abraço!
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Parabéns pela ótima resenha Irapuan, teu texto fica melhor cada vez mais!
Não vejo a hora de ver esse filme!
Dale!
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Obrigado, Diony! Valeu mesmo, cara. Assista logo e escreva aqui o que achou.
Um abração!
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Assisti e gostei. Concordo sobre como, FINALMENTE, nós fãs de quadrinhos pudemos ver sequências de lutas que nos enchiam os olhos. Uma das coisas que mais me desagradava nos outros filmes de heróis (do Batman, por exemplo), eram os movimentos quase robóticos dos personagens quando lutavam.
Capitão América – O Soldado Invernal foi repleto de tudo aquilo que um filme de ação, aventura e de Super-Heróis podem ter. E, claro… ainda bem que o humor estava lá. Já se tornou marca registrada dos filmes da Marvel.
Gostei muito da fotografia do filme e achei que, mesmo diante de dois “monstros” como Robert Redford e Samuel L. Jackson, Chris Evans não fez feio. Aliás, ele cresceu muito como ator desde os tempos do Quarteto Fantástico. Palmas para ele.
Também gostei muito do Falcão e da Viúva Negra. O Soldado Invernal estava muito bacana e torço para, quem sabe, termos uma produção própria nascida dali. Certamente ainda ouviremos falar muito dele nos cinemas.
Outro que provavelmente aparecerá no próximo longa será o Ossos Cruzados.
Os easter eggs foram ótimos. Quem é leitor de quadrinhos pôde identificar diversos nomes e situações do Universo Marvel. Muito legal.
Mas outras referências – não ligadas às HQs – também estavam lá. Os mais velhos (eu, por exemplo) devem ter aberto um sorrisão em pelo menos dois momentos: a frase no túmulo (referência a Pulp Fiction) e a frase no computador do bunker (referência a Jogos de Guerra).
Ed Brubaker está de parabéns!! (e ele teve seu nome reconhecido no filme. Excelente!) Ele merece todos os elogios por ter criado uma trama tão envolvente que nos possibilitou vê-la adaptada aos cinemas. Quem não leu a obra, deve!!
Sou das que defende que, logo no início dos filmes, deveriam deixar claro para as pessoas que aquela produção só existe graças aos criadores (e estampá-los na tela), como: Jack Kirby e Joe Simon; Joe Shuster e Jerry Siegel; Bob Kane e Bill Finger… e Stan Lee, claro. Mas, infelizmente, para muita gente, apenas Stan Lee (e somente ele) criou tantos heróis.
Em tempo: de certa forma, a trama me lembrou também o belíssimo arco escrito por Geoff Johns – Vingadores: Zona Vermelha. Até a justificativa para os males do mundo foram transferidas para um único personagem. hahaha (adoooro!!!)
Homem de Ferro 3 tinha me deixado um tanto frustrada (devido ao engodo do Mandarim), mas o filme do bandeiroso redimiu bastante. Recomendado para quem é fã ou não do gênero de heróis…
Que venham – Espetacular Homem-Aranha e Guardiões da Galáxia… e ano que vem tem mais…
abraços
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Oi, Lucy,
Massa que tenha gostado. É como escrevi no post, nenhum outro herói foi mais ágil do que o Capitão América nesse filme. O que ele faz em termos físicos (e gráficos) é espetacular, honrando a tradição de Kirby, Steranko, Romita, Buscema, Byrne, Zeck e tantos outros que fizeram o personagem ser tão habilidoso em suas lutas e no uso do escudo.
É muito legal poder ver isso. Quando assisti fiquei pensando: Caramba, é assim que eu sempre imaginei o uso do escudo na “vida real”. O Primeiro Vingador e Os Vingadores ainda não tinham mostrado isso tão bem.
O Soldado Invernal realmente mostra porque o Capitão América é o líder dos Vingadores e pode lutar ao lado de Hulk, Thor e Homem de Ferro.
Um abração!
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Depois do horrível Homem de Ferro 3, e do razoável Thor O Mundo Sombrio, eu estava sem expectativas para essa nova empreitada da Marvel com o Capitão, mas sinceramente sai da sessão muito satisfeito. A história sem dúvidas é muito bem trabalhada e muito atual, as atuações estão ótimas, as cenas de ação embora algumas vezes bem exageradas conseguem divertir, as reviravoltas na trama são impressionantes, resumindo um ótimo filme, claro não é melhor que o primeiro Homem de Ferro(que foi o filme mais bem equilibrado da Marvel Studios até agora) mas mesmo assim fica com o segundo lugar no meu Ranking. E que venha Os Guardiões da Galáxia! PS: Será que o Caveira Vermelha tem chances de voltar em um futuro filme do Capitão?, porque afinal de contas fica claro que ele não morreu no final do Primeiro Vingador.
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Olá, Guilherme,
Até o Kevin Feige já disse que o Caveira Vermelha não morreu. Então, pode esperar pela volta do vilão no futuro (Cap 3 ou Vingadores 3).
Só não será vivido pelo Hugo Weaving, que já disse que não faria de novo…
Um abraço!
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Gostei, mas não vá esperando ser um filme como Avangers. É um filme de ação, muita porrada, muito tiro, muitas explosões, o par não é romantico (tambem não dá tempo pra isso), Ah! as surpresas não surpreendem, mas tudo é mega, muito CGI. É uma história conhecida (não por causa da HQ) tipo filmes de James Bond ou Legado Bourne. Mas valeu ! Fico aguardando Capitão America 3, esperando ser melhor que este.
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