
O sucesso de bilheteria de Guardiões da Galáxia, adaptação da equipe de super-heróis cósmicos da Marvel Comics, realizado pelo braço cinematográfico da empresa, o Marvel Studios, mostrou que a Marvel está certa: dá sim para arriscar com personagens obscuros e transformá-los em franquias de cinema rentáveis. O estúdio já tinha feito isso com o próprio Homem de Ferro, filme que deu o start do Universo Marvel nos Cinemas e foi um grande sucesso. A Marvel continuará nessa linha: ano que vem, ao lado de Os Vingadores 2 – A Era de Ultron, sairá o obscuro Homem-Formiga; em 2016, além de Capitão América 3, sairá Dr. Estranho; assim por diante.
A Marvel já anunciou um punhado de filmes até 2019 (veja aqui) e o presidente do estúdio, Kevin Feige, afirmou que o desejo deles é alternar franquias velhas e novas ano a ano. Com isso, é cada vez mais certa que uma das franquias que devem ser lançadas nos próximos anos é Os Inumanos, os personagens criados por Stan Lee e Jack Kirby em 1965, nas aventuras do Quarteto Fantástico.
Nas HQs, os Inumanos eram homo sapiens primitivos que – no passado remoto da Terra – sofreram experimentos genéticos pelos alienígenas Kree. O objetivo era que a nova raça “cuidasse” da Terra até os Kree retornarem para colonizá-la. As modificações genéticas, tecnológicas e místicas dos aliens terminou transformando os Inumanos em uma raça de seres superpoderosos, cada qual com uma característica única. No presente do universo Marvel, o rei dos Inumanos é Raio Negro, que não pode falar, já que cada sílaba por ele pronunciada tem o poder devastador de arrasar quarteirões inteiros. Sua esposa é Medusa, cujos os cabelos ruivos parecem ter vida própria e são usados como tentáculos.
Embora tenham se socializado bastante com o Quarteto Fantástico ao longo de suas aventuras nos anos 1960 e 1970, e até tenham ganho aventuras solo nas mãos de Jack Kirby, os Inumanos permaneceram como personagens obscuros, conhecidos apenas pelos leitores de quadrinhos mais atentos. O grupo também tem ligações relativamente estreitas com os Vingadores: uma deles, Crystallis (que é capaz de controlar os elementos da natureza) já foi membro dos Vingadores e foi casada com o também vingador Mercúrio.
Assim, a Marvel tem muito o que explorar em relação aos Inumanos e os seus heróis já estabelecidos nos cinemas. (O Quarteto Fantástico não entra na equação, porque seus direitos de adaptação ao cinema pertencem à 20th Century Fox).
Usar os Inumanos seria também a forma que o Marvel Studios teria para explorar uma raça superpoderosa vivendo na Terra e as difíceis implicações sociais que isso traz, à moda dos X-Men (que também não podem ser usados, porque pertencem à Fox).
E a pré-produção já começou: a Marvel contratou o roteirista Joe Robert Cole, que já entregou um roteiro que servirá de base para atrair diretores que se interesse pelo produto e queiram desenvolver o filme, repetindo a mesma estratégia usada em Guardiões da Galáxia.
Além disso, já há um forte candidato a estrelar o filme: Vin Diesel – que está em Guardiões da Galáxia dublando o personagem Groot, que fala apenas variações da frase “eu sou Groot” no filme inteiro – disse no Twitter uma frase enigmática dizendo que há uma ligação entre ele e a Marvel e que o estúdio “pensa” que ele é um Inumano.
Com o tempo concorrendo – para estrear em 2017 é preciso entrar em produção no ano que vem – não devem demorar a sair mais notícias.


Ainda não assisti aos Guardiões, mas todos os colegas fãs de quadrinhos (e de cinema) que o assistiram só falaram maravilhas, assim como as críticas estão super positivas. Se jogar nesse universo de personagens ilustres desconhecidos é uma jogada arriscada da Marvel, mas interessante e até mesmo salutar. Eu mesmo já estou cansado de reboots e reinícios de franquias. Ver os Guardiões da Galáxia e os Inumanos na Telona é algo incrível e, pelo menos no caso dos primeiros, tem se mostrado uma aventura pra lá de rentável e acertada. Que os Súditos de Raio Negro alcancem êxito similar!
Parabéns pelo blog, que é bastante organizado e sempre me mantém atualizado com as novas do mundo das HQs! Abraços
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Obrigado, Humberto, que bom que você gosta do blog.
Pois é, é muito salutar ver novos personagens chegarem aos cinemas em vez de ficar fazendo reboot do Batman a cada 10 anos…
Um abração!
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Não venho gostando da forma como (desde o ano passado) os Inumanos vêm sendo apresentados nos quadrinhos. Devido ao próprio projeto do filme, a Marvel tornou um grupo pequeno, excluído, recluso, mas com histórias fantásticas, em uma cópia barata dos mutantes.
Eu, particularmente, sempre vi os inumanos, sobretudo o drama de Raio Negro, a relação com a família real, os Kree e os humanos, como um grande potencial para excelentes histórias em quadrinhos e no cinema.
A série da dupla Jenkins/Lee sempre é lembrada como um grande momento das personagens.
Mas a minha preferida é outra: em tempos de Guardiões da Galáxia, Krees (especialmente Ronan), não há como esquecer a belíssima minissérie de Carlos Pacheco/Rafael Marin/Ladronn. Sem falar que na mesma obra temos a ilustre presença do pai do Star Lord.
Agora é aguardar para ver o resultado nos cinemas. Nos quadrinhos, pelo menos, eu não venho gostando do resultado não.
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Oi, Lucy. Pois é, concordo com você. Não gosto de muitas das coisas que a Marvel vem fazendo ultimamente.
Acho os Inumanos têm um potencial enorme, mas ainda tenho dificuldades em enxergá-los como protagonistas, apesar das duas belas minisséries que citou. Na minha cabeça, os Inumanos sempre vêm como coadjuvantes do Quarteto Fantástico e isso por si só não é ruim, pois eles podem gerar dramas muito interessantes quando posicionados ao lado dos personagens certos.
Agora, em se tratando do cinema, Inumanos é uma ótima oportunidade da Marvel criar uma ponte entre os Kree e a Terra e tornar o envolvimento do nosso planeta mais orgânico com o universo que vemos em Guardiões da Galáxia.
Vamos torcer. Até agora, o Marvel Studios vem acertando muito.
Um grande abraço!
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