
Enquanto inicia a reta final de sua primeira temporada com absoluto sucesso de público e crítica, Gotham, a série de TV baseada no universo de personagens de Batman, da DC Comics, levada ao ar pelo conglomerado Warner Bros. e exibida pelo canal Fox, trazendo a história do jovem detetive James Gordon em paralelo às consequências das mortes dos pais de Bruce Wayne, continua também a explorar as origens dos personagens do universo do homem-morcego. O trailer do próximo episódio, The Blind Fortune Teller, que será exibido nesta segunda-feira nos EUA, informa que o próximo vilão “não é para brincadeira” (is not a joke), numa clara referência ao Coringa, cujo nome original é The Joker.
O personagem é chamado apenas de Jerome, vivido por Cameron Monaghan (de Shameless) e é introduzido em um rápido vislumbre em meio a um interrogatório com o detetive James Gordon. E dá uma risada tenebrosa no fim!
Veja o vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=PniEWl30C78
Será esse novo personagem o Coringa em pessoa?

O produtor-executivo e criador de Gotham, Bruno Heller, responde ao TV Line para confundir, em vez de esclarecer:
Não necessariamente. Este personagem é o verdadeiro início da saga do Coringa, a primeira página do primeiro capítulo da história que trará o vilão conhecido como o Coringa à vida.
Em seguida, Heller comenta sobre o desafio de retratar o personagem, já que – todos sabemos – o Coringa só surge como o conhecemos (com cara branca, sorriso deformado, cabelos verdes e totalmente louco) depois do surgimento do Batman! Este é o cânone das HQs (e foi usado no cinema tanto no Batman – O Filme de 1989 quanto na Trilogia Cavaleiro das Trevas, de 2005-2008-2012).

Além disso, ninguém sabe que abordagem ao Coringa será realizada na série, pois mesmo no cânone, há maneiras diferentes de interpretá-lo. Basicamente, há duas versões da origem do Coringa em vigor:
- A considerada canônica mesmo é aquela apresentada na clássica graphic novel A Piada Mortal, escrita por Alan Moore e desenhada por Brian Bolland, em 1987: ninguém sabe o nome original do Coringa (talvez nem ele mesmo), mas ele não era um criminoso, e sim, um comediante fracassado de stand up que, com as finanças em ruínas, termina sendo convencido a ingressar na gangue do Capuz Vermelho – um criminoso que usa uma máscara de metal na cabeça – para realizar um assalto mirabolante. No processo, a esposa dele é morta (ou se suicida) e ele sofre o acidente (caindo no tonel de produtos químicos e ácido) causado pelo Batman sem querer. Ficar com a pele branca e deformada, a morte da esposa e tudo o mais, terminam deixando-o totalmente louco, dando origem, então, à personalidade do Coringa.
- Outra versão que é usada às vezes é a de que, na verdade, o nome do Coringa é Jack Napier e ele já era um criminoso anteriormente. Aliás, um criminoso muito bom, um caporegime da máfia (em algumas versões) ou um assassino de aluguel (em outras). Por essa atividade, sofre o mesmo acidente acima e se torna o Coringa. Essa versão é usada, por exemplo, no excelente longametragem animado A Máscara do Fantasma, produzido a partir de Batman – A Série Animada, em 1993. Também optam por esta a graphic novel de Lee Bermejo Coringa e o longo arco Batman – Ano Zero de Scott Snyder e Greg Capullo, recentemente publicado na revista mensal Batman.

Também vale à pena lembrar a abordagem do filme Batman – O Cavaleiro das Trevas, no qual simplesmente não sabemos nada sobre o passado do personagem.
Voltando à Gotham, parece óbvio que a série optará pela segunda opção, provavelmente, indo na direção de A Máscara do Fantasma.
Porém, tendo em vista que Bruce Wayne ainda é uma criança em Gotham, a série terá que lidar com algumas coisas: o Coringa será um pouco mais velho do que o Batman? (É assim que parece ser nas HQs) Ou será muito mais velho?

Por fim, só para não deixar de dar a informação: A Máscara do Fantasma é um desenho animado em longametragem produzido por Bruce Timm e Paul Dini, lançado em 1993, e foi baseado no arco de histórias Batman: Ano Dois, de autoria de Mike W. Barr e com desenhos de Alan Davis e Todd McFarlane, publicado originalmente em Detective Comics 575 a 578, de 1988. Curiosamente, o Coringa sequer aparece na HQ, sendo a trama no filme (desenvolvida em paralelo à principal do vilão chamado Fantasma) uma inclusão original do desenho.
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Gotham tem produção executiva de Bruno Heller (de The Mentalist) e é produzida pela DC Entertainment, Primrose Hill e Warner Bros. Television, sendo exibida no canal Fox. A estreia do programa foi em 22 de setembro de 2014. Os episódios 1 e 2 foram escritos por Bruno Heller e dirigidos por Danny Cannon.
Leia a resenha do HQRock sobre os primeiros episódios da série clicando aqui!
O elenco fixo traz: Ben Mckenzie (Detetive James Gordon), Donal Logue (Detetive Harvey Bullock), David Mazouz (Bruce Wayne aos 12 anos), Robin Lord Taylor (Oswald Cobblepot, o Pinguim), Jada Pinkett Smith (Fish Mooney), Erin Richards (Barbara Kean), Sean Pertwee (Alfred Pennyworth), Camren Bicondova (Selina Kyle aos 12 anos), Zabrina Guevara (Sarah Essen), Victoria Cartagena (detetive Renee Montoya), Andrew Stewart-Jones (detetive Crispus Allen), John Doman (Carmine Falcone), Cory Michael Smith (Edward Nyga).
Saiba mais sobre a cidade de Gotham City nos quadrinhos clicando aqui.
O Comissário James Gordon é o mais antigo personagem coadjuvante das histórias do Batman, tendo surgido junto com o herói em Detective Comics 27, de 1939, pelas mãos de Bob Kane e Bill Finger. Na trilogia Cavaleiro das Trevas foi vivido com extrema competência por Gary Oldman.
Batman foi criado pelo cartunista Bob Kane em 1939 e desde então é publicado pela DC Comics.
O Coringa foi criado por Bob Kane, Jerry Robinson e Bill Finger e surgiu em Batman 01, de 1940.


Essa série é um clichê atrás do outro…
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Pelo que tenho visto, essa série pode acabar indo pelo mesmo caminho de Smallville, ou seja, introduzir vilões que não precisam ser introduzidos. O Coringa é um excelente vilão, mas ficar utilizando ele toda hora vai acabar por torna-lo cansativo.
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Concordo, Guilherme. É preciso muito cuidado ao usar um personagem como o Coringa nos dias de hoje. É o que o HQRock disse lá atrás no Dossiê dos Maiores Vilões do Batman: o uso exaustivo do Coringa nos últimos anos nos quadrinhos deixou o vilão repetitivo, cansativo e sem importância.
É isto que a DC e Scott Snyder tentam mudar nas sagas recentes do homem-morcego, como Morte da Família e Ano Zero, embora eu não goste do caminho que estão trilhando.
Agora, com o Coringa em Gotham, em Esquadrão Suicida e, logo mais, no próximo filme solo do Batman, o personagem corre o mesmo risco de ficar superexposto. E acho que vai.
Um grande abraço!
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