O Pink Floyd contribui para a produção de um novo documentário sobre Syd Barrett, o lendário cantor, guitarrista e compositor que liderou a banda no início da carreira, antes de sucumbir à loucura. As informações são do Ultimate Classic Rock e do Deadline. Com o título de Have You Got It Yet?, o longa é produzido pela Mercury Studios e tem direção de Roddy Bogawa, que assumiu o trabalho iniciado pelo longevo colaborador do grupo, o artista plástico Storm Thorgerson – responsável pela maioria das capas da discografia do conjunto.

Thorgerson iniciou a produção do filme, muitos anos atrás, mas o trabalho ficou inacabado com sua morte em 2013. Mais recentemente, Bogawa retomou o filme, que ainda não tem data de lançamento, mas contou com novas entrevistas cedidas pelos membros vivos do Pink Floyd, Roger Waters, David Gilmour e Nick Mason, além de outros amigos e colaboradores.
A autorização da banda significa que o filme tem à sua disposição 50 canções do catálogo de Barrett, em carreira solo ou com o Pink Floyd.

Em entrevista ao Deadline, a CEO do Mercury Studios, Alice Webb, destacou a importância do músico:
Syd Barrett foi mais do que apenas o cofundador do Pink Floyd. Ele foi o combustível criativo que se tornou um ícone da cultura pop e deixou todo mundo imaginando onde ele estaria já que sua presença vive na música que veio depois.
Nascido Roger Barrett em 1946, em Cambridge, na Inglaterra, Syd não foi o fundador do Pink Floyd: a banda nasceu do esforço do baixista Roger Waters, a partir de pequenos grupos formados em Londres a partir de 1964, que reuniram, afinal, o tecladista Richard Wright e o baterista Nick Mason; mas quando Barrett se uniu ao coletivo, sua personalidade, carisma e enorme talento para compor canções rapidamente o transformaram no líder natural do conjunto. Barrett também batizou o grupo, a partir do nome de dois bluesmen que gostava: Pink Anderson e Floyd Council. O título The Pink Floyd Sound foi depois encurtado para o nome que todos conhecem.

A banda chamou a atenção na cena underground de Londres ao combinarem a sonoridade típica de R&B (muito comum entre os roqueiros britânicos) com as canções de aceno folk de Barrett, suas letras de estilo romântico (no sentido do movimento do século XIX, não do aspecto amoroso) e a experimentação instrumental do jazz de vanguarda, criando o típico som psicodélico da Swing London. A sensação do grupo – que apresentava um inédito show repleto de luzes coloridas, projeção de slides e gelo seco – foi tão grande que as gravadoras correram atrás deles e terminaram contratados pela EMI, a mesma gravadora dos Beatles.
Os dois primeiros singles – Arnold Layne e See Emily play – lançados no primeiro semestre de 1967, romperam as barreiras do underground e chegaram às paradas de sucesso e aos programas de TV, projetando o Pink Floyd não apenas como uma banda de vanguarda, mas também um potencial sucesso comercial. Contudo, os problemas começaram cedo: apesar do álbum The Piper at the Gates of Dawn, lançado em agosto de 1967, ter causado uma grande impressão e vendido muito bem, o comportamento de Syd Barrett (o cantor, guitarrista e principal compositor) começou a se tornar cada vez mais errático, estranho e bizarro; o que levou até ao cancelamento de uma turnê nos EUA no meio do caminho.

Ao fim do ano de 1967, a condição mental de Barrett era tão miserável que ele já estava quase impossibilitado de tocar ao vivo – ele subia no palco e apenas ficava parado o show inteiro sem tocar uma única nota, ou tocava totalmente fora do ritmo e do tom (como se estivesse em outro lugar, em outro tempo) ou ficava “travado” tocando uma única nota um show inteiro!!! Ao virar para o ano de 1968, já tendo iniciado as gravações de seu segundo álbum, o Pink Floyd tentou fazer um arranjo de contratar outro cantor e guitarrista para atuar no palco em seu lugar, enquanto Barrett continuaria como membro da banda, compondo e gravando em estúdio – um modelo que os Beach Boys haviam adotado com o seu líder, Brian Wilson (que também sofreu de problemas mentais na mesma época).

Foi trazido o guitarrista David Gilmour, que também vinha de Cambridge, era amigo de infância de Barrett e conhecia Waters desde a adolescência. O Pink Floyd até atuou como quinteto em um punhado de shows e gravações, mas a situação de Barrett se tornou impossível e o músico foi definitivamente afastado do grupo, que permaneceu um quarteto com Gilmour ocupando seu lugar, Waters assumindo a liderança e a composição principal e Wright também contribuindo como segundo compositor e vocalista.

O quarteto Waters, Gilmour, Wright e Mason prosseguiu como a principal banda underground da Inglaterra pelo restante da década de 1960, lançado discos importantes, como A Saucerfull of Secrets (1968), Ummagumma (1969), Atom Heart Mother (1970) e Middle (1971); mas numa virada inesperada do destino, o lançamento de Darkside of the Moon (1973) fez um sucesso imenso, se transformou em um dos discos mais lendários da história do rock e o Pink Floyd em uma das mais famosas bandas da história.
Mesmo sem estar na banda, Barrett continuou a ser uma presença constante no grupo. Mesmo que as suas composições tenham rapidamente saído do repertório dos shows do conjunto, substituídas pela obra posterior, a biografia do guitarrista e seus problemas com a loucura se tornaram temas centrais da obra do grupo, sendo abordadas de modo contundente em discos como Darkside of the Moon, Wish You Were Here (1975) e The Wall (1979), obras que firmaram o Floyd como uma das mais importantes bandas de rock da história.

Após sair do Pink Floyd, em 1968, Syd Barrett ainda tentou uma carreira solo e teve dois álbuns individuais lançados: The Madcap Laugh e Barrett, ambos de 1970, o primeiro produzido por Gilmour e Waters e o segundo apenas por Gilmour; mas foram empreendimentos extremamente difíceis de se realizar, por causa da instabilidade mental e comportamental do artista. Um terceiro disco chegou a ser iniciado, mas o estado mental de Barrett tornava simplesmente impossível de seguir em frente: ele chegou a tocar uma guitarra sem cordas para a gravação.

No fim das contas, a família de Barrett conseguiu levá-lo de volta para Cambridge e ele viveu isolado pelos 30 anos seguintes, longe dos holofotes, sem contato com seus antigos companheiros de banda e se dedicando à pintura: ele pintava quadros, fotografava as telas e depois destruía as peças. Barrett morreu vítima de um câncer em 2006, aos 60 anos de idade.
O Pink Floyd já contribuiu para um interessante documentário sobre a banda, Shine You Crazy Diamond: The Syd Barrett Story, produzido pela TV britânica e disponível em DVD.
Have You got It Yet? é dirigido por Roddy Bogawa e Storm Thorgerson, com direção de fotografia de Rupert Truman e produção de Julis Baltrame e Orian Williams ao lado da Believe Media, A Cat Called Rover e Mercury Studios, com entrevistas de Roger Waters, David Gilmour, Nick Mason, os empresários do Pink Floyd no início da carreira, Peter Jenner e Andrew King, Pete Townshend (guitarrista do The Who), Graham Coxon (do Blur), Andrew Van Wyngarden (do MGMT), o teatrólogo Tom Stoppard e a irmã (e guardiã legal de Barrett em vida e sua principal herdeira), Rosemary Breen, que pela primeira vez se pronuncia sobre o irmão em uma produção desse tipo. A narração do filme é do ator Jason Isaacs.
Não há uma data de lançamento ainda.


Pink Floyd Incorporava Espíritos De Luz Em Seu Corpo Para Fazer Rock ‘N’ Roll (Os Hippies Não Eram Drogados) A Droga Não Está No Mundo Da Música E Sim Na Sociedade (Syd Barrett Não É Da Cultura Pop! Ele É Um Artista Muito Peculiar (Ele Só Fazia Música Infantil Ele Descobriu O Autismo No Final Da Jugband Blues (Ele Nunca Usou LSD!) Ele Descobriu O Autismo Com Hinduísmo (Drogado Cai No Chão E Não Levanta Mais) (Sou Formado Em Plexo Solar) Tenho Uma Banda De Rock Espírita (David Bowie Está Nela) E Quer Saber Uma Coisa Já Fui Meio Hippie Nos Anos De 2019 2020 2021 E Um Pouco Em 2022
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Morreu com 60 anos e não com 59 .
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Verdade, Sergio. Ele morreu aos 60 anos. Já foi corrigido. Obrigado pela lembrança. Um abraço!
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