Sem sombra de dúvidas, o lançamento de The Batman (apenas Batman, no Brasil) mais cedo este ano causou uma ótima boa impressão e a Warner Bros. Discovery está disposta a investir nisso e garantir reconhecimento artístico à produção. Segundo o The Direct, o estúdio está lançando uma campanha para que o longa do homem-morcego dirigido por Matt Reeves e estrelado por Robert Pattinson seja indicado a 15 Oscars!

Claro, isso apenas significa que o estúdio vai dar uma enorme visibilidade à produção e fazer campanha pelas indicações e o grande número é uma tentativa de que pelo menos algumas delas vinguem, quem sabe até em categorias “nobres”, como Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator, Melhor Ator Coadjuvante etc.

Neste último caso, normalmente os estúdios fazem campanhas por até três atores na premiação (Melhor Ator e Coadjuvante), mas dessa vez, não apenas Pattinson será candidato, mas nada menos do que sete atores coadjuvantes: Paul Dano (Charada), Jeffrey Wright (James Gordon), John Turturro (Carmine Falcone), Peter Sarsgaard (promotor Gil Couson), Andy Serkis (Alfred Pennyworth), Colin Farrell (Pinguim) e até Barry Keoghan, que aparece por apenas um segundo como o Coringa (atrás de um vidro apenas semitransparente); além de Zoe Kravitz (Selina Kyle/ Mulher-Gato) em Melhor Atriz Coadjuvante.

Além das cinco categorias já citadas, a Warner fará campanha para que Melhor Roteiro Adaptado (Matt Reeves e Peter Craig), Fotografia (Greig Fraser), Edição (William Hoy, Tyler Nelson), Design de Produção (James Chinlund, Lee Sandales), Figurino (Jacqueline Durran), Maquiagem & Cabelo (Naomi Donne, Mike Marino, Zoe Tahir), Som (Stuart Wilson, William Files, Douglas Murray, Andy Nelson), Efeitos Visuais (Dan Lemmon, Russell Earl, Anders Langland, Dominic Thohy), Trilha Sonora (Michael Giacchino).

A probabilidade de Batman ser indicado em todas essas categorias é praticamente zero. A Academia de Artes e Ciência de Hollywood, que premia o Oscar, não costuma ser tão condescendente com filmes de super-heróis; ainda que nos últimos anos, esse tipo de filme tenha feito avanços consideráveis, com as premiações de Pantera Negra (Melhor Direção de Arte, Melhor Figurino e Melhor Trilha Sonora) e Coringa (Melhor Ator para Joaquin Phoenix Melhor Trilha Sonora Original) em múltiplas categorias.

Antes disso, filmes de super-heróis estavam praticamente confinados à categoria de Efeitos Visuais – e até nesta categoria a Academia prefere premiar filmes mais orgânicos ou menos populares, em vez da tonelada de efeitos digitais de Marvel, DC ou Star Wars. Ou então, nas categorias de Som e Edição de Som. Batman – O Filme de Tim Burton ter ganho um Oscar de Design de Produção e Heath Ledger vencido como Melhor Ator Coadjuvante por seu Coringa em Batman – O Cavaleiro das Trevas, foram exceções.

Com certeza, a Warner está se espelhando em Coringa, que por ser um filme adulto (Censura 18 anos) e não ser realmente um filme de super-heróis, foi bem acolhido pela Academia e rendeu 11 indicações ao Oscar, das quais levou duas.

Essa lógica pode fazer Batman receber algo como uma dezena de indicações, embora achamos isso muito pouco provável – ainda que se possa se beneficiar do mercado ainda em baixa, pós-pandemia, com poucos filmes com real destaque no mercado cinematográfico propriamente dito e mais fervilhante nos streamings das TVs do que nas telonas dos teatros.

Mas analisando o filme e os anos recentes, é bem possível que Batman leve até uma honrosa indicação de Melhor Filme (já que agora são 10 indicados e não 5 como nas outras categorias) e possíveis indicações a Fotografia, Som, Trilha Sonora e, provavelmente, para Colin Farrell por seu Pinguim, ainda que o ator esteja bem mais cotado para uma indicação por outro filme, The Banshees of Inisherin. Paul Dano, menos badalado, é outro forte candidato por seu Edward Nashton (ou E. Nigma, o Charada), com sua interpretação apaixonada de um psicopata inteligentíssimo. O astro Robert Pattinson não está fora do radar por uma indicação a Melhor Ator, mas em vista dele ter sido indicado recentemente por outros papeis e a “tradição” da Academia de não indicar os heróis – apenas os vilões – nos faz pensar ser pouco provável.

Fiquemos atentos pelos próximos meses.