Embora de forma menos famosa e bombástica do que Liga da Justiça, o filme Esquadrão Suicida de David Ayer também teve uma conturbada história de bastidores que resultou no lançamento de uma versão muito diferente daquela imaginada pelo diretor. Lançado em 2016, o longa da equipe de criminosos da DC Comics até fez sucesso de bilheteria – arrecadando US$ 740 milhões – mas não caiu no gosto da crítica (e o público também ficou desgostoso) por sua falta de foco e trama confusa.

Assim como Liga da Justiça, que ganhou uma campanha virtual dos fãs para o lançamento da versão original de Zack Snyder (já que a versão dos cinemas foi finalizada por Joss Whedon em 2017, mas a visão de Snyder foi lançada em streaming em 2021), também existe desde então um interesse de que a visão original de David Ayer seja lançada, mas nunca houve grande interesse do estúdio. Isso talvez mude: no Twitter, Ayer garantiu que o novo CEO do DC Studios, o também diretor James Gunn, lhe disse que sua versão será lançada em algum momento no futuro.
Desde que a campanha pelo Snydercut da Liga da Justiça começou a pegar fogo na internet – e resultou no lançamento do filme – David Ayer também passou a divulgar fotos e imagens alternativas de Esquadrão Suicida para informar aos fãs de que existia também uma Ayercut do seu longa, bem diferente do que vimos no cinema, segundo ele próprio.

Em declarações anteriores, Ayer disse que o estúdio mexeu muito na edição final do longa e alterou seus planos, criando a versão dos cinemas, que não é aquela que ele idealizou. Os fãs já tinham percebido que havia algo de errado quanto assistiram à estreia de Esquadrão Suicida e notaram que muitas cenas exibidas nos trailers não estavam na versão final. Aparentemente, a versão de Ayer era mais sombria e tinha um foco maior no Coringa (Jared Leto) e em sua relação com a Arlequina (Margot Robbie) e um final diferente.

Após a má recepção de Esquadrão Suicida, a DC Comics e a Warner investiram em um tipo de sequência/reboot ironicamente dirigida por James Gunn, lançada em 2021 e chamada (estranhamente) O Esquadrão Suicida (trazendo o retorno de Robbie, mas não de Leto). A Arlequina ainda apareceu em Aves de Rapina – Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa, focada em uma equipe feminina, mas só arrecadou US$ 200 milhões.
Com James Gunn se tornando o chefe do DC Studios, ele dará início a um novo DCU que terá como marco inaugural Superman – Legacy, dirigido por ele próprio, a ser lançado em 2025.
Então, por que investir em filme mal recebido e controverso que não fará parte da linha narrativa desse universo ficcional? É o que questionaram a David Ayer no Twitter e sua resposta foi sincera e melancólica:
Qual seria o seu conselho para lidar com a minha situação? Existe uma curiosidade e interesse genuínos de algumas pessoas em saber mais sobre a minha versão do filme. E estou muito consciente de que existe, também, um grupo de pessoas que gosta de zombar de Esquadrão Suicida. Você já teve uma experiência na vida que não aconteceu do jeito que você queria e isso te deixou para baixo e o fez repensar tudo? Eu já.
[James] Gunn me disse que o filme terá seu tempo para ser compartilhado com o mundo. Ele merece, é claro, lançar o seu Universo DC nos cinemas sem o drama adicional de projetos antigos.
De certa forma, estou acorrentado a este filme, e estou navegando a situação da melhor forma que posso.

Em vista disso, podemos esperar que em algum momento no futuro a Warner lançará Esquadrão Suicida (A Versão do Diretor) em um serviço de streaming, como fez com a Liga da Justiça de Zack Snyder. Mas quando? O texto dá a entender que não em breve.
Todavia, a paralisação de Hollywood causada pela dupla greve de roteiristas e atores deve gerar um vazio de lançamentos de grandes produções em breve, similar ao que ocorreu na pandemia de Covid-19. Com isso, é possível que a Warner aproveite a ausência de material novo para lançar coisas de arquivo como o filme de Ayer.

