Após uma longuíssima pré-produção e várias reescritas de roteiro (e mudanças de roteiristas), Blade, filme do Marvel Studios sobre o caçador de vampiros, teve o início de sua produção confirmado para o outono deste ano no hemisfério norte, o que assegura o lançamento para 2025 conforme estava previsto nas últimas atualizações da Disney sobre suas próximas produções.

Rondava certa incerteza sobre Blade, pois os vários adiamentos, as mudanças de roteiristas, a greve de Hollywood no ano passado e as mudanças propostas na Disney de desacelerar as produções cinematográficas em prol de realizar menos e melhores filmes, davam um gosto de que o herói vampiro não voltaria mais às telonas. Blade foi anunciado com estardalhaço ainda na Comic-Con de 2019, capitaneada pelo astro Mahershala Ali, mas desde então, patina sobre definir seu estilo ou encontrar seu tom.

Há algum tempo, a direção foi assumida por Yann Demange, e a versão final do roteiro, após uma longa dança das cadeiras, ficou nas mãos de Michael Green (de Logan). Segundo os reportes da Production Weekly, publicação especializada nos aspectos técnicos de produção de filmes, Blade será um filme de baixo orçamento, distinto das superproduções do tipo blockbuster do Marvel Studios, em busca de encontrar um estilo próprio e inovador no MCU e será R-Rated, ou seja, recomendado para maiores de 18 anos, por causa de sua violência. Apesar do Marvel Studios pertencer a normalmente mais branda Disney, o estúdio vai se aventurar pela linha de filmes voltados ao público adulto, com o primeiro deles sendo Deadpool & Wolverine, que estreia este ano.

Segundo a publicação, Blade iniciará as filmagens no outono deste ano (ou seja, entre o fim de setembro e o início de dezembro), o que – somado ao fato de ser uma produção de orçamento menor – ainda o credencia para um lançamento em 07 de novembro de 2025, tal qual o plano atual do Marvel Studios.

Claro, a ideia da Disney de desacelerar as produções pode adiar o longa para 2026, mas até qualquer confirmação do estúdio, a data original ainda é plausível dentro do contexto.

Drácula e seus inimigos em “The Tomb of Dracula”, um dos trabalhos mais marcantes de Gene Colan. O herói Blade está à esquerda.

Blade foi criado por Marv Wolfman e Gene Colan e estrou na revista The Thomb of Dracula 10, de julho de 1973, como um oponente do príncipe das trevas, que era o protagonista e vilão da revista. Retornando várias vezes em seguida, a trama revelou que Blade era o filho de uma humana que fora morta por um vampiro quando estava grávida, em um bordel de Londres. O processo deixou o jovem Eric Cross Brooks com algumas qualidades físicas dos vampiros (força, resistência), mas imune às suas mordidas ou à transformação em morto-vivo.

Ainda criança, conheceu o caçador de vampiros (e músico de jazz) Jamal Afari, que o treinou em suas habilidades, em especial com punhais e lâminas, o que lhe valeu o apelido de Blade (que quer dizer, lâmina). Quando Afari foi morto por Drácula, Blade se tornou um dos principais oponentes do príncipe das trevas.

Blade foi um personagem regular de The Thomb of Dracula, que foi uma revista de bastante sucesso nos anos 1970. O personagem também foi publicado em outras revistas de terror da Marvel, como Adventure into Fear, combatendo outros vampiros da editora, como Morbius, o vampiro vivo, que apareceu nas histórias do Homem-Aranha. Blade teve aventuras solo em Vampire Tales, a partir de dezembro de 1974, e depois em Marvel Preview, em 1975 e 76.

Depois do cancelamento de The Thomb of Dracula, em 1979, Blade ficou um tempo no limbo editorial, mas voltou à tona nos anos 1990, com a ascensão em popularidade de personagens sombrios e violentos, como por exemplo, Justiceiro e Motoqueiro Fantasma, no que é chamada a Era Sombria das HQs, e voltou a ser publicado em revistas como Ghost Rider e foi um dos protagonistas de Nightstalkers, ao lado de Hannibal King e Frank Drake, numa revista publicada entre 1992 e 1994.

Blade por Wesley Snipes: textos de Goyer.

Blade teve duas minisséries publicadas entre 1998 e 2000 e duas revistas solo entre 2002 e 2007, época em que foi mais popular, por causa da adaptação cinematográfica da trilogia de filmes iniciada em 1998, estrelada por Wesley Snipes, que fizeram bastante sucesso (com lançamentos em 2002 e 2004), e ganhou uma série para a TV, que teve uma única temporada, em 2006, estrelada por Sticky Fingaz (ou Kirk “Sticky” Jones) e produzida por David S. Goyer, o mesmo roteirista dos filmes (e cuja trama na TV era sequência dos longametragens).