O ano de 2011 vem apresentando um fenômeno interessante: várias bandas importantes de rock que estavam paradas, encerradas ou não lançavam discos há muito tempo estão acelerando para produzir material novo. The Strokes, então, não poderiam estar de fora da tendência.

The Strokes foi a banda de rock mais importante da década de 2000. Surgidos na “cena independente” de Nova York, a banda surpreendeu o mundo com a ascensão rápida e o sucesso grandioso atingido por meio de seu primeiro álbum, Is This It, de 2001. Com isso, serviram de “cartão postal” para toda a cena indie que dominou a primeira metade da década e possibilitou a conjuntos e artistas independentes das grandes gravadoras e divulgados quase exclusivamente por meio da internet poder, também, fazer grande sucesso no mundo todo, como Arctic Monkeys, Kaiser Chiefs, Franz Ferdinand, Belle & Sebastian, The Killers, Muse e até o Coldplay, que perdeu o “título” de “alternativo” porque fez sucesso demais – ou seja, para além do público essencialmente roqueiro. Talvez não por coincidência, essa leva de “bandas alternativas”, o rock alternativo ou indie rock como se costuma chamar, produziu a melhor trilha sonora dos anos 2000.

Vítimas talvez de seu papel protagonista, o Strokes produziu apenas três álbuns, lançando ainda Room on Fire (2003) e First Impressions of Earth (2006), mas boa parte da crítica achou que não conseguiram repetir o vigor do primeiro disco. De fato, o álbum de 2001 é marcado por uma sonoridade suja, mas melódica, com forte sabor “retrô”, ressoando ao bom som dos anos 1960, como The Who, Velvet Underground, The Doors, Cream e Jimi Hendrix, embora não se pautasse por malabarismos instrumentais como os três últimos. Nos discos seguintes, a banda diversificou um pouco a sonoridade, talvez visando novas possibilidades.

De qualquer modo, a pressão se fez presente, pois o grupo interrompeu as atividades em 2007 e, desde então, seus membros se envolveram em projetos solo.

Em março, o Strokes finalmente lança seu quarto álbum, chamado Angles, e o mundo poderá conferir se a mola propulsora do rock da década de 2000 irá contribuir efetivamente com a década de 2010, ou apenas apresentará um conjunto de canções “legais”. Tendo em vista o panorama atual da música internacional – com Justin Bieber, Miley Cyrus e Jonas Brothers – mesmo a segunda opção já será lucro!

Curiosidade:

O baterista do Strokes, Fabrizio Moretti, é brasileiro e, no “intervalo” da banda, formou a Little Joy com o ex-Los Hermanos, Rodrigo Amarante, que lançou um disco de sucesso no circuito alternativo em 2008.