O Superman em visual atual, por Jim Lee.
O Superman em visual atual, por Jim Lee.

O HQRock já fez um post especial sobre os 75 anos do Superman! (Veja-o aqui).

Em 1938 foi publicada a primeira aventura do homem de aço, na revista Action Comics 01. A revista foi publicada nos EUA no mês de abril, embora ostente a data de junho em sua capa (isso porque a datação das revistas dos EUA se dá pelo recolhimento, não pelo lançamento, prática que se mantém até os dias de hoje).

Contudo, como é o mês de junho que está lá na capa da revista, merece mais comemorações este mês, não acham?

Para continuar a celebrar os 75 anos do primeiro dos super-heróis, o HQRock traz um post especial sobre as várias fases estéticas que o herói viveu em diferentes mídias, priorizando: a) nos quadrinhos as mudanças de uniforme (sim, elas existiram) e os artistas que marcaram o homem de aço; e b) os atores que viveram o último filho de Krypton no cinema, na TV e no teatro.

Vamos a elas? Para o alto e avante!

O Superman original

A icônica capa de "Action Comics 01", de 1938, com o visual primeiro do Superman.
A icônica capa de “Action Comics 01”, de 1938, com o visual primeiro do Superman, por Joe Shuster.

Quando criado por Jerry Siegel e Joe Shuster em 1938, o Superman não era tão poderoso quanto se tornaria pouco tempo depois. Em suas primeiras aventuras, o homem de aço ainda não voava, apenas dava grandes saltos, e embora fosse à prova de balas, um tiro de morteiro poderia feri-lo.

Outro aspecto óbvio era o uniforme ligeiramente diferente do herói. A tonalidade do uniforme era mais escura (cheia de ranhuras do desenhista), as botas eram sapatilhas presas por tiras e o icônico símbolo do “s” ainda não era icônico, apenas um triângulo de bordas amarelas.

O visual padrão

Capa de "Superman 01", de 1939.
Capa de “Superman 01”, de 1939, por Joe Shuster.

A mudança de visual veio até rápida. A capa de Superman 01, de 1939,  já traz um herói bem mais próximo do visual que nos acostumamos a ver. Seu uniforme foi ligeiramente reformulado para lhe dar um ar mais heróico.  Mas o “s” ainda não é o dos dias de hoje.

A concepção visual de Joe Shuster era a de um homem maduro, de queixo quadrado e um pequeno topete formando um “pega rapaz” no topo da testa. Não precisa dizer que essa representação visual se manteve em todas as outras interpretações seguintes.

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… e Superman 09 por Fred Ray.
Superman 05 por Wayne Boring...
Superman 05 por Wayne Boring…

Na medida em que outros desenhistas passaram a trabalhar ao lado de Joe Shuster, como Wayne Boring e Fred Ray, o visual do homem de aço passou a ser mais elegante, como se pode ver nas capas das edições 05 e 09 de Superman, de 1940 e 1941, respectivamente, com arte de Boring e Ray, respectivamente.

Mas o símbolo do Superman tal qual é hoje, como um pentágono com lados desiguais, só se consolidou mesmo lá no final de 1943, como ilustra essa capa de Superman 17, por Wayne Boring, que se tornou o principal desenhista do herói no restante da Era de Ouro dos Quadrinhos.

Superman 17 já mostra o símbolo mais próximo dos dias de hoje.
Superman 17 já mostra o símbolo mais próximo dos dias de hoje. Arte de Wayne Boring.

Por uma questão estética, não houve qualquer modificação no visual do Superman na passagem para a Era de Prata. O estilo de Wayne Boring continuou sendo o padrão do personagem, ilustrando um período de grande sucesso do homem de aço e de consolidação de sua cronologia clássica e de seu cânone.

Além dos artistas já citados, na Era de Prata, alguns outros tiveram destaque, como Curt Swan, Al Plastino, Jack Burnley e Dick Sprang. Infelizmente, a abordagem por “padrão” da DC Comics da época dava pouco espaço para os artistas manterem manifestações pessoais ou acrescentar estilos próprios. A intenção era mesmo fazer todos parecem um artista só, o que nos privou da possibilidade de admirar os estilos de cada um.

O elenco da Era de Prata: no visual típico de Wayne Boring.
O elenco da Era de Prata: no visual típico de Wayne Boring.
Superman 164: Luthor versus Superman de igual para igual.
Luthor versus Superman por Curt Swan, em 1963.
A clássica história de Siegel: "Retorno a Krypton", com o herói encontrando sues pais, Jor-El e Lara.
Arte de Wayne Boring, em 1960.

Era de Bronze

A concorrência com a Marvel Comics se fez sentir no fim dos anos 1960 e a DC Comics precisou dar uma sacudida em seus personagens. O Superman, claro, era a ponta de lança da editora.

Assim, o Superman passou por uma pequena reformulação em 1970, quando os antigos colaboradores de suas revistas foram afastados em favor de uma nova geração de escritores, liderada por Dennis O’Neil e Elliot S. Maggin, ambos na casa dos 20 e poucos anos.

O desenhista Neal Adams, famoso por uma abordagem mais realista e elaborada, concebeu uma visualização mais épica do Superman, que foi adotada como padrão a partir de então. Adams não era um artista muito rápido e como já desenhava as histórias do Batman e da dupla Lanterna Verde & Arqueiro Verde, ficou responsável basicamente “apenas” pelas (belíssimas) capas das revistas do homem de aço.

A icônica capa de Neal Adams marca o início da nova fase.
A icônica capa de Neal Adams marca o início da nova fase.

O desenhista Curt Swan já vinha desenhando o Superman há vinte anos, mas naquele momento, se tornou o principal artista do personagem dentro das revistas, imprimindo um herói mais dinâmico e com ares de maduro. Seu parceiro maior era o artefinalista Murphy Anderson, que acrescentava camadas de ranhuras na bela arte de Swan, lhe dando mais solidez.

A arte mais dinâmica da dupla Curt Swan e Murphy Anderson.
A arte mais dinâmica da dupla Curt Swan e Murphy Anderson.

Mas outros artistas também se destacaram ao longo dos anos 1970, como Ross Andru (também famoso por retratar o Homem-Aranha na concorrente Marvel Comics), José Garcia-Lopes e Eduardo Barreto.

Também não se pode deixar de citar o mestre Jack Kirby (cocriador do concorrente Universo Marvel, com Stan Lee), que migrou para a DC Comics em 1970 e desenhou uma das revistas mensais do Superman, aquela focada no personagem Jimmy Olsen. Ali, Kirby trouxe seu estilo agressivo e a concepção de todo um novo universo de personagens, os Novos Deuses, da qual o maior destaque foi o vilão Darkseid.

Capa de "Superman 338" por Ross Andru.
Capa de “Superman 338” por Ross Andru.
Capa de "Superman 403", de 1985, por Eduardo Barreto.
Capa de “Superman 403”, de 1985, por Eduardo Barreto.
"Action Comics 544" traz as novas versões de Lex Luthor e Brainiac, por Gil Kane.
“Action Comics 544” traz as novas versões de Lex Luthor e Brainiac, por Gil Kane.

O início da fase final da Era de Bronze é marcada pela arte expressiva de Gil Kane, que ia um pouco além da representação padrão do personagem e foi o responsável pelos novos visuais de Lex Luthor (com sua armadura) e Brainiac (tornando-se mais robótico).

Supergirl é morta em "Crise das Infinitas Terras", na bela arte de George Perez.
Supergirl é morta em “Crise das Infinitas Terras”, na bela arte de George Perez.

George Perez marcou o Superman ao desenhá-lo na maxissérie Crise nas Infinitas Terras, megaevento (cronológico e editorial) que apagou a velha cronologia do herói e deu início a uma nova.

Nova origem, nova cronologia

A DC Comics decidiu renovar totalmente seus heróis em meados dos anos 1980, para se livrar de uma crise comercial. Deu muito certo e o Superman se beneficiou bastante disso.

"Man of Steel" de John Byrne cria a nova versão do Superman.
“Man of Steel” de John Byrne cria a nova versão do Superman.

O escritor e desenhista John Byrne assumiu o Superman em 1986, em sequência à Crise nas Infinitas Terras, sendo o responsável por criar uma nova origem ao personagem e estruturar sua nova cronologia. A minissérie Superman: Homem de Aço, foi um sucesso absoluto, trazendo um herói um pouco menos superpoderoso, mais humano. Além disso, Clark Kent deixou de ser um repórter atrapalhado para ser um ex-campeão de futebol americano que disputa o título de melhor repórter do Planeta Diário com Lois Lane.

O Superman de John Byrne: menos poderoso e mais humano.
O Superman de John Byrne: menos poderoso e mais humano.

Em termos visuais, apesar da arte belíssima de John Byrne, seu Superman apenas mantém o padrão de Neal Adams/ Curt Swan.

Era Sombria e experimentações

O Superman enfrenta a morte na arte de Dan Jurgens.
O Superman enfrenta a morte na arte de Dan Jurgens.

Os anos 1990 deram lugar à Era Sombria dos quadrinhos, com uma retratação mais dark dos super-heróis e mais violência. Além disso, no caso específico do Superman, também foi um período de experimentação, inclusive, com o uso de visuais alternativos do herói.

O Superman de mullets na arte de Tom Grummet.
O Superman de mullets na arte de Tom Grummet.

Primeiramente, tivemos a manutenção do status quo criado por John Byrne, na qual artistas como Dan Jurgens mantinham o visual padrão icônico do personagem.

Além de Jurgens – o principal artista (e também escritor) do personagem no início dos anos 1990 – também tiveram destaque outros desenhistas de estilo similar, como Jerry Ordway e Jackson Guice. Essa fase se manteve mais ou menos até a megassaga A Morte do Superman, de 1992, na qual o homem de aço é “morto” pelo vilão Doomsday (Apocalipse, no Brasil).

O Superman de uniforme preto e cabelos longos. Arte de Tom Grummett.
O Superman de uniforme preto e cabelos longos. Arte de Tom Grummett.

Porém, em seguida, o Superman retorna dos mortos, na saga O Retorno do Superman, de 1993. A fase coincide com uma pequena mudança estética: o herói passou a ostentar cabelos mais longos, talvez, numa tentativa de deixá-lo mais “moderno”. Usando mullets, o herói só conseguiu ficar extremamente marcado com o visual típico do início dos anos 1990.

A arte mais estilizada de Jon Bogdanove.
A arte mais estilizada de Jon Bogdanove.
Os cabelos longos na arte de Jackson Guice.
Os cabelos longos na arte de Jackson Guice.

A estreia do novo penteado se deu no momento em que o último filho de Krypton, ainda sem todos os seus poderes, acorda na Fortaleza da Solidão e volta para combater um vilão terrível, o Superciborgue. Nesta ocasião, o herói usa um uniforme diferente, totalmente preto. Mas logo voltou a usar o velho uniforme vermelho e azul. Apesar dos cabelos longos trazerem sérios problemas para a identidade de Clark Kent, o Superman permaneceu alguns anos sendo desenhado com o infame mullet. Enquanto o homem de aço ostentava-os soltos e bem cumpridos, Clark passava gel e os usava mais comportados.

Paralelamente, houve o uso de vários artistas diferentes, com estilos de traços distintos, trazendo novas maneiras de representar o homem de aço. Dentre os principais  estavam Tom Grummet, Jon Bogadove, Tim Sale e Ed McGuinness.

O Superman de Tim Sale.
O Superman de Tim Sale.
Contra o Capitão Marvel na arte de Ed McGuiness.
Contra o Capitão Marvel na arte de Ed McGuiness.
O Superman de Bruce Timm.
O Superman de Bruce Timm.

Também não se pode deixar de falar no visual do Superman dos desenhos animados que a Warner produziu a partir do fim dos anos 1990, com concepção visual de Bruce Timm. Apesar de Superman – The Animated Series não ter sido um supersucesso como tinha sido a série do Batman, anteriormente, o estúdio acertou a mão ao uni-los todos em Liga da Justiça – A Série Animada, que estreou em 2001 e fez muito sucesso, gerando vários derivados e longametragens para o mercado doméstico. Por isso, o Superman de Bruce Timm é muito lembrado na mente do público para além dos quadrinhos.

O icônico Superman pintado de Alex Ross.
O icônico Superman pintado de Alex Ross.

Marcou esse período, também, a arte pintada à óleo de Alex Ross, com uma representação clássica, madura e icônica do Superman em uma série de obras especiais, como Superman: Paz na Terra, O Reino do Amanhã, Superman: Para Sempre e Justiça.

Superman vs. Brainiac na arte do brasileiro Ed Benes.
Superman vs. Brainiac na arte do brasileiro Ed Benes.

No fim da década, a DC Comics experimentou uma mudança radical no visual do herói, em uma história maluca na qual o Superman se divide em dois seres diferentes, um vermelho, outro azul. Contudo, tudo voltou ao normal em 1998, para a comemoração dos 60 anos do último filho de Krypton nos quadrinhos.

Superman na arte do brasileiro Eddy Barrows.
Superman na arte do brasileiro Eddy Barrows.

Nos anos 2000, uma nova onda de artistas passou pelas revistas do homem de aço e podemos dar destaque a três desenhistas brasileiros que tiveram bastante destaque desenhando o herói: Ed Benes, Renato Guedes e Eddy Barrows, dois dos principais artistas do período.

"All-Star Superman"  e o traço de Frank Quitely.
“All-Star Superman” e o traço de Frank Quitely.
O Superman cinematográfico de Gary Frank.
O Superman cinematográfico de Gary Frank.

Nos últimos anos daquela década, houve a preocupação de trazer de volta o aspecto “clássico” do Superman, o que se reflete na arte estilizada de Frank Quitely na maxissérie All Star Superman e, principalmente, no traço realista do britânico Gary Frank, que procurou retratar o homem de aço com o rosto do ator Christopher Reeve, que o interpretou na série de filmes dos anos 1970 e 1980.

O jovem Superman no início de carreira dos Novos 52: sem uniforme. Arte de Rags Morales.
O jovem Superman no início de carreira dos Novos 52: sem uniforme. Arte de Rags Morales.
O novo uniforme Superman, por Jim Lee.
O novo uniforme Superman, por Jim Lee.

Em 2011, a DC Comics promoveu uma grande mudança editorial e cronológica, a maior desde Crise nas Infinitas Terras. O novo evento, chamado de Os Novos 52, afetou principalmente o Superman, que ganhou nova origem e novo visual. Na nova cronologia da editora, os super-heróis só surgiram há cinco anos e, portanto, são bem jovens. Clark Kent começou a agir como o Superman como um tipo de “campeão dos pobres”, sem usar um uniforme propriamente dito, apenas ostentando o símbolo do “s” e sua capa. Somente após algum tempo, passa a usar uma armadura kryptoniana, com a qual salva o mundo de um ataque de Brainiac e se torna, então, querido pela população.

O novo Superman na arte de Jesus Merino.
O novo Superman na arte de Jesus Merino…

Além do aspecto metálico da nova roupa, a grande mudança é que pela primeira vez oficialmente, o Superman perdeu a “sunga por cima da calça” que marcou seu visual desde sempre. O novo Superman é mais jovem, mais impetuoso e tem um visual um pouco mais ameaçador, como se nota nas artes de Jim Lee, Jesus Marino e Nicola Scott.

Nos filmes

Desde o início, o Superman foi um grande astro de outras mídias, fazendo sucesso no cinema, na TV, no rádio, nas tiras de jornais, nos desenhos animados e até em um musical na Broadway. Vamos conhecer as principais encarnações live action do homem de aço!

Kirk Alyn foi o primeiro Superman de carne e osso das telas.
Kirk Alyn foi o primeiro Superman de carne e osso das telas.

Kirk Alyn foi o primeiro a representá-lo, em dois seriados para o cinema no fim dos anos 1940. A primeira adaptação em live action do personagem ocorreu em 1948, quando um seriado chamado apenas Superman com 15 episódios para os cinemas foi produzido, tendo Noel Neill como Lois Lane. O seriado não fez tanto sucesso, porque havia uma grande decepção quanto ao fato dos vôos do homem de aço. Como não existia tecnologia suficiente, o ator era substituído por uma animação, um efeito ruim até para a época.

Lyle Talbot: o primeiro Luthor live action.
Lyle Talbot: o primeiro Luthor live action.
Kirk Alyn voa...
Kirk Alyn voa…

Ainda assim, dois anos depois, o Superman ganhou outro seriado para o cinema, também com 15 episódios, chamado Atom Man vs Superman, novamente com Allyn e Neill. Nos episódios, um misterioso vilão chamado Atom Man chantageava uma cidade com uma ameaça nuclear, até o Superman descobrir que o criminoso não era outro senão Lex Luthor, em sua primeira adaptação às telas.

George Reeves: grande sucesso na TV.
George Reeves: grande sucesso na TV.

Em 1951, o homem de aço ganhou o seu primeiro longametragem no cinema:Superman vs the Mole Men. Agora, o homem de aço era vivido por George Reeves e Lois Lane por Phyllies Coates. Melhor sucedido dessa vez, em parte pelo carisma de Reeves, o filme serviu como um trampolim para a primeira série de TV do personagem: Adventures of Superman trouxe novamente Reeves e Coates, bem como um universo mais ampliado do personagem, como Jack Larson como Jimmy Olsen e John Hamilton como Perry White.

George Reeves como Clark Kent.
George Reeves como Clark Kent.

A série estreou em 1952 e foi um grande sucesso, principalmente com o público infantil. Contudo, a atriz Phyllies Coates se afastou do programa depois da primeira temporada e Noel Neill voltou a interpretar Lois Lane. As duas primeiras temporadas foram em preto e branco, mas da terceira à sexta foram gravadas em cores. A audiência abaixou um pouco no decorrer dos anos e George Reeves começou a ficar velho e gordo para o papel, além de expressar seu desencanto em não conseguir outros papeis em Hollywood porque não era levado à sério.

O ator terminou morrendo em 1959, num aparente suicídio, embora algumas evidências também apontem para homicídio.

Bob Holliday foi o Superman cantor...
Bob Holliday foi o Superman cantor…
... seguido de David Wilson.
… seguido de David Wilson.

Em 1966, foi lançado um musical na Broadway com o título de It’s a bird? It’s a plane? It’s Superman!, na qual o homem de aço era interpretado por Bob Holliday. Contudo, o musical foi um fracasso de público e não teve sequer uma temporada completa.

A peça, contudo, foi adaptada como um musical para a TV em 1975, com o “herói” interpretado por David Wilson, naquela que, com certeza, é a mais tosca adaptação oficial do personagem em todos os tempos!

Christopher Reeve: o Superman para toda uma geração.
Christopher Reeve: o Superman para toda uma geração.

Ainda bem que pouco tempo depois estreou o megaclássico Superman – O Filme, em 1978, com Christopher Reeve como Superman, Margot Kidder como Lois Lane, Gene Hackman como Lex Luthor e a lenda do cinema Marlon Brando como Jor-El.

A espalhafatosa versão de Gene Hackman como Lex Luthor.
A espalhafatosa versão de Gene Hackman como Lex Luthor.

Dosando o aspecto clássico com seriedade e toques de humor, o filme agradou a todos os públicos e foi uma das maiores bilheterias de todos os tempos há época. O diretor Richard Donner acertou a mão e seu longa virou uma referência de entretenimento.

Marlon Brando como Jor-El.
Marlon Brando como Jor-El.

Planejado inicialmente como dois filmes, a produção concomitante foi interrompida para que a primeira parte pudesse ser lançada em 1978, nos 40 anos de aniversário do personagem. Muita coisa para a segunda parte já havia sido filmada e a produção foi retomada em seguida, contudo, com outro diretor: Richard Lester, já que Donner não se entendeu com os produtores.

A icônica versão de Zod de Terence Stamp.
A icônica versão de Zod de Terence Stamp.

Superman II – A Aventura Continua saiu em 1980, mantendo Reeve e Kidder e tendo a icônica interpretação de Terence Stamp como o vilão General Zod. Havia muitos problemas, contudo: Marlon Brando havia gravado cenas para o filme na primeira vez, mas não autorizou o uso das imagens, por causa da troca de diretor, o que obrigou-se a mudar a essência do filme (a relação pai e filho e as consequências na vingança de Zod contra Jor-El), fazendo com que algumas cenas perdessem o sentido. Ou perdessem força. Além disso, Gene Hackman também recusou-se a voltar a interpretar Lex Luthor pelo mesmo motivo. E Luthor teria uma participação importante. Neste caso, Richard Lester simplesmente usou as cenas que Hackman gravou com Donner e o vilão permanece no filme.

Em 2006, foi lançada em DVD uma versão alternativa de Superman II, a partir da concepção original de Richard Donner para o filme. Nesta “nova” versão aparecem pela primeira vez as imagens de Jor-El (Marlon Brando) e Superman em torno da opção de abrir mão de seus poderes e a consequente vingança de Zod, o que dá muito mais força ao filme como um todo. Menos humorístico do que a versão de 1980, o Superman II de Donner termina sendo muito melhor do que o Superman II de Lester.

Infelizmente, o direcionamento da franquia permaneceu sob a visão de Lester e Superman III e Superman IV – Em Busca da Paz, lançados em 1983 e 1987, respectivamente, são filmes horrorosos, destruindo uma franquia tão promissora em seu início.

O Superboy por John Heymes Newton...
O Superboy por John Heymes Newton…
... e de Gerard Christopher.
… e de Gerard Christopher.

Caindo em desgraça no cinema, o Superman ainda voltou à TV, quando no fim dos anos 1980 se produz uma série do Superboy, a versão adolescente do herói (apagada da cronologia dos quadrinhos em Crise das Infinitas Terras). Embora não tenha sido um grande sucesso, a série, que estreou em 1989, não foi de todo má. Curiosamente, num caso raro, o papel do protagonista mudou de mãos no meio do programa: John Heymes Newton na primeira temporada e Gerard Christopher da segunda em diante. Superboy teve 4 temporadas e mais de 100 episódios.

Dean Cain e Teri Hatcher em Lois and Clark.
Dean Cain e Teri Hatcher em Lois and Clark.

Não demorou muito e o herói retornou a TV. Em 1992 estreava Lois & Clark – As Novas Aventuras do Superman, série que fez um enorme sucesso em suas duas primeiras temporadas. Criando uma versão moderna e sexy da relação entre o casal de repórteres, foi estrelada por Dean Cain e Teri Hatcher. A maior inovação da série foi tirar a tônica do homem de aço – e da ação e dos caros efeitos especiais – para a relação por vezes cômica entre Lois e Clark, o que agradou bastante o público não acostumado com os quadrinhos, particularmente o feminino.

John Shea: versão charmosa e maligna.
John Shea: versão charmosa e maligna de Lex Luthor.

Além do triângulo amoroso virtual entre Lois Lane, Clark Kent e o Superman, havia outro mais concreto: uma tensão sexual palpável entre Lois e Lex Luthor, vivido pelo charmoso John Shea, numa versão não-calva do vilão. Contudo, a audiência esfriou com o passar do tempo e a série foi cancelada na 4ª temporada.

Smallville mostra Clark Kent adolescente no início.
Smallville mostra Clark Kent adolescente no início.

Enquanto não voltava ao cinema, parecia que a TV seria mesmo a casa do Superman. Em 2001, estreou outra série baseada no personagem. Smallville tinha uma proposta totalmente diferente: mostrar a juventude de Clark Kent antes de se tornar o homem de aço que todos conhecemos. Assim, o foco era num adolescente de 15 anos que ia descobrindo seus poderes e suas origens, protagonizada por Tom Welling. O Episódio Piloto foi um estouro absoluto, com uma audiência de 8 milhões de telespectadores, um recorde.

Michael Rosenbaun como Lex Luthor: melhor versão do vilão até hoje.
Michael Rosenbaun como Lex Luthor: melhor versão do vilão até hoje.

Smallville polarizou a relação entre os jovens Clark Kent e Lex Luthor, vivido por Michael Rosenbaum, que se tornam grandes amigos; mas a paranoia e o ambiente familiar destrutivo comandado por seu maligno pai – Lionel Luthor, vivido por John Glover – tornavam o jovem Lex cada vez mais sombrio e obcecado com o que parecia um “grande segredo” em torno de Clark. E era mesmo! A série tinha ainda Kristin Kreuk numa versão morena de  Lana Lang e criou uma nova personagem que fez bastante sucesso entre os fãs: Chloe Sullivan, vivida por Allison Mack, uma colega de Clark na escola, com grande vocação para o jornalismo e que terminará sendo revelada como prima de Lois Lane, que terminaria, enfim, sendo introduzida na série na quarta temporada, vivida por Erica Durance.

A formação da Liga da Justiça.
A formação da Liga da Justiça.

Smallville manteve altas audiências em suas três primeiras temporadas, mas o sucesso começou a decair da 4ª em diante. Em contrapartida, o seriado foi gradativamente perdendo a climatização adolescente do início em prol da mais ampla adaptação do Universo DC em outra mídia, com a introdução de dezenas de personagens daquele universo, culminando com o surgimento da Liga da Justiça na 6ª temporada, formada por versões jovens dos heróis Superman, Arqueiro Verde (vivido por Justin Hartley, que virou personagem fixo), Aquaman, Flash e Ciborgue. Em seguida, vieram vários outros heróis, como Supergirl, Canário Negro e Caçador de Marte fizeram participações regulares.

Várias organizações do Universo DC também apareceram, como Laboratório Cadmus, Esquadrão Suicida, Cheque-Mate, juntamente com seus personagens de apoio. A Legião dos Super-Heróis apareceu duas vezes e até a Sociedade da Justiça completa ganhou uma versão em um episódio.

Entre os vilões, além do tradicional Lex Luthor (que infelizmente, desapareceu após a 7ª temporada, voltando apenas para o episódio final) , vários grandes inimigos do Superman foram usados, como Brainiac, Zod (em duas versões), Darkseid, Bizarro, Mestre dos Brinquedos, Metallo e até o monstro Apocalipse.

Última cena de Smallville.
Última cena de Smallville.

Por fim, Smallville encerrou-se em 2011 na 10ª temporada e 218 episódios, sendo o mais longevo seriado de ficção científica da TV norteamericana. No último capítulo, como todos já esperavam, Clark Kent se torna o Superman, dando início à sua carreira heróica propriamente dita.

Brandon Routh: filme não agradou.
Brandon Routh: filme não agradou.

Durante a produção de Smallville, o Superman voltou aos cinemas em uma versão paralela. Superman – O Retorno chegou em 2006, dirigido por Bryan Singer (da franquia X-Men da Marvel) e estrelado por Brandon Routh. O filme causou grande sensação antes do lançamento, porque funcionava como uma sequência direta dos antigos filmes, mantendo o estilo clássico, a trilha sonora de John Williams e até o ator Marlon Brando como Jor-El. Neste caso, como a lenda do cinema já havia falecido, sua família autorizou o uso de imagens e falas do ator gravadas para o filme de 1978 que foram adaptados para uma “nova” encarnação.

Kevin Spacey: mais sombrio, mas com humor.
Kevin Spacey: Lex Luthor mais sombrio, mas com humor.

Como a aparição de Jor-El na Fortaleza da Solidão é meio espectral – inclusive nos filmes antigos – foi possível fazer uma versão em computação gráfica de Marlon Brando e usar sua voz verdadeira, num efeito muito bonito e emocionante aos fãs da antiga série.

O vilão do filme foi Lex Luthor, agora interpretado pelo premiado a apreciado Kevin Spacey. Sua interpretação, apesar de mais sombria, mantém ecos da encarnação anterior de Gene Hackman.

O Retorno, entretanto, não foi bem nas bilheterias. Talvez não fosse um filme para a nova geração: é lento, não há um oponente físico ao herói e muito calcado na nostalgia. Com o resultado das bilheterias, a Warner decidiu simplesmente deixar para lá o herói e fazer um reboot no futuro breve.

Henry CAvill é o novo Superman.
Henry CAvill é o novo Superman.

O reboot vem agora, com Superman – O Homem de Aço, com tudo novo: nova ambientação, nova origem, nova trilha sonora, novo status.

Com produção de Christopher Nolan e roteiro de David S. Goyer (a mesma dupla da vitoriosíssima trilogia Cavaleiro das Trevas, do Batman) e direção de Zack Snyder (de 300 e Watchmen), O Homem de Aço traz Henry Cavill como Clark Kent, o primeiro ator britânico a ficar com o papel. Ao seu lado, um elenco estrelar com Amy Adams (Lois Lane),  Laurence Fishburne (Perry White), Kevin Costner (Jonathan Kent), Diane Lane (Martha Kent), Michael Shannon (General Zod), Antje Traue (Faora),  Ayelet Zurer (Lara-El), Russell Crowe (Jor-El), Christopher Meloni (Coronel Hardy) e Harry Lennix (General Swanwick). Na trama se mostrará o início da carreira do herói em uma nova ambientação mais moderna e realista.  A trama mostrará Clark Kent rememorando sua infância e adolescência enquanto procura descobrir quem é e qual a origem de seus poderes, mas tudo é acelerado quando a Terra é atacada pelo vilão General Zod, que por também ser kryptoniano, tem os seus mesmos poderes.

Quem sabe agora o Superman não consegue se fixar em uma franquia vitoriosa no cinema tal qual seu parceiro Batman ou seus concorrentes da Marvel Comics? Parece que agora vai…

E você, amigo leitor? Qual a sua opinião?

Quem é o melhor desenhista do Superman?

Qual ator melhor o representou nas telas?

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Superman foi criado por Jerry Siegel e Joe Shuster em 1938 e desde então é publicado pela DC Comics.