barbara broccoli
Barbara Broccoli.

A principal produtora da franquia de James Bond, o agente secreto 007, deu uma entrevista ao The Guardian e sentenciou: não haverá versão feminina do personagem. Nos últimas dias, as casas de apostas em Londres haviam movimentado intensa especulação de que isso iria acontecer com o fim do contrato do ator Daniel Craig, que fará seu último filme no ano que vem.

Perguntada sobre a questão pelo jornal, a executiva da EON Production, que é dona da franquia, decidiu ser direta:

Bond é um homem. Ele é um personagem masculino. Foi escrito como um homem e acho que provavelmente continuará sendo um. E não há problema nisso! Não precisamos transformar todos os personagens em mulheres; vamos apenas criar mais personagens femininas e fazer com que a história comporte mais mulheres.

A ideia de uma troca de gênero de James Bond não é nova, mas ganhou força nos últimos anos com as políticas afirmativas de Hollywood e o movimento #MeToo de empoderamento feminino e contra os abusos sexuais e morais sofridos pelas mulheres dentro da indústria cinematográfica; movimento este da qual Broccoli é uma apoiadora voraz.

007 spectre bond and lucia sciarra
Monica Bellucci em 007 Contra Spectre.

Mas o argumento da produtora faz sentido. Melhor do que transformar Bond em uma mulher é produzir personagens femininas interessantes que tenham luz própria. Tanto personagens novas que trilhem seu próprio caminho em filmes próprios, quanto outras que cresçam dentro da franquia de 007.

Além disso, Broccoli disse que está trabalhando para que o filme seguinte da série (ou seja, depois deste que iniciou a produção agora – que seria o Bond 26 – tenha uma roteirista ou uma diretora à frente.

007 six guns
007: seis Bonds.

A franquia de 007 tem mais de 50 anos: o personagem estreou na literatura em 1953, criado pelo escritor Ian Fleming, e depois foi adaptado ao cinema a partir de 1962 pela EON, companhia fundada pelo pai de Barbara, Albert Broccoli. Até hoje, foram 24 filmes e seis atores diferentes no papel.

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Judith Dench como M em Quantum of Solace, de 2008.

O estilo durão, machão e “traça tudo” de James Bond criou uma aura machista em torno do personagem, mas quando a própria Barbara Broccoli começou a trabalhar ao lado do pai (que faleceu em 1996), começou a introduzir uma série de conceitos que mudassem essa visão do personagem. Entre outras coisas, a postura de Bond em relação às mulheres mudou significativamente a partir de 007 Contra Goldeneye, de 1995; além de que o chefe de Bond, o M, passou a ser uma mulher no mesmo filme, vivida por Judith Dench.

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Craig e Dench em Skyfall.

O aspecto foi tão forte que, mesmo quando a franquia sofreu um reboot (o único até hoje) em 2006 com 007 – Cassino Royale, não somente a personalidade de Bond foi ainda mais humanizada e sua relação com as mulheres ainda melhorada, quanto Judith Dench permaneceu no papel.

O próximo filme, Bond 25, será dirigido por Cary Joji Fukunaga e terá suas filmagens no ano que vem, com data de estreia para 13 de fevereiro de 2020, marcando a quinta e última vez que o personagem será encarnado por Daniel Craig. 

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