Ang Lee com o seu Oscar por Brokeback Montain em 2006.

Esta notícia era para ter sido publicada alguns dias atrás, mas antes tarde do que nunca, não é? O diretor chinês Ang Lee, mundialmente aclamado por filmes como O Tigre e o Dragão e O Segredo de Brokeback Montain, está divulgando seu novo filme, As Aventuras de Pi, e vem dando uma série de entrevistas.

Em conversa com o site The Vulture, o diretor revelou que a experiência com o filme Hulk, de 2003, foi fundamental para que ele se tornasse hábil com a tecnologia de captura de movimentos, o CGI, mas que os desafios de nove anos atrás eram bem maiores.

Eu aprendi um bocado sobre CGI em Hulk e eu não seria hábil para fazer As Aventuras de Pi sem aquilo. Mas é mais fácil criar um animal [há um tigre digital no filme], porque existe uma boa referência. Então, um tigre ou uma hiena é bem mais fácil [de criar digitalmente] do que um monstro raivoso de uma tonelada. A coisa mais difícil é o peso, mais do que a pele, porque não há referência de algo daquele tamanho que seja ágil. E a tecnologia avançou, então, você pode ter mais detalhes com o Hulk de Mark [Ruffalo, no filme Os Vingadores]. Meu problema foi que eu levei a coisa toda a sério demais. Eu deveria ter colocado mais diversão naquilo, em vez de todo aquele psicodrama (risos).

O Hulk de Ang Lee, em 2003.

O filme Hulk foi lançado em 2003 pela Universal e não foi bem de bilheteria, tendo arrecadado US$ 245 milhões. Também detém o recorde de ter tido a maior queda na bilheteria da segunda semana em relação à primeira, de 67,9%. Os analistas culpam o fato do filme ser carregado de uma análise psicológica de Bruce Banner (vivido por Eric Bana), ter pouca ação, o Hulk demorar 42 minutos para aparecer pela primeira vez e haver a ausência de um bom vilão.

Ang Lee ter usado poodles mutantes gigantes para enfrentar o golias verde, que também não parava de crescer ao longo do filme, chegando a atingir até quase 10 metros de altura (!), não ajudaram nada.

Jennifer Connelly (Betty Ross) e Eric Bana (Bruce Banner): abordagem psicológica.

Apesar disso, Hulk tem alguns pontos fortes: a psicologia do personagem é muito bem aprofundada – pagando grande homenagens à fase do Hulk escrita por Peter David nos quadrinhos, entre o fim dos anos 1980 e os meados dos anos 1990 – cheia de nuances de detalhes para serem explorados; além de uma bela fotografia, que usa texturas de répteis, plantas e rochas para fazer um contraponto ao monstro e divide a tela como uma história em quadrinhos; e a beleza de Jennifer Connelly como Betty Banner.

A Universal ainda pensou em produzir uma sequência, escrita por Zack Penn, mas desistiu e devolveu os direitos à Marvel, que usou o monstro de novo no filme O Incrível Hulk, de 2008, a segunda produção do Marvel Studios, interpretado agora por Edward Norton, que também não foi um grande sucesso, embora bem melhor recebido. Por fim, o golias esmeralda teve sua terceira chance nos cinemas este ano, como parte de Os Vingadores, agora vivido por Mark Ruffalo.

O Hulk em ação em Os Vingadores: uma das melhores coisas do filme.

Dosando drama e humor, com um visual digital muito melhor e com um tamanho menor do que nos outros filmes, o Hulk foi considerado por críticos e público como uma das melhores coisas do filme.

O Marvel Studios considera produzir um novo filme do monstro num futuro próximo e ele estará em Os Vingadores 2, em 2015. Além disso, a Marvel Television planeja realizar uma série de TV do personagem, que está sendo desenvolvida pelo aclamado diretor Guillermo Del Toro.

O Incrível Hulk foi criado por Stan Lee e Jack Kirby em 1962, estreando na revista The Incredible Hulk 01. O personagem já teve vários desenhos animados, uma série para a TV com atores e dois filmes para o cinema. Nos quadrinhos, é membro fundador dos Vingadores e também dos Defensores.