Como o HQRock noticiou há pouco tempo, o Pink Floyd está celebrando os 50 anos de lançamento de sua obra mais importante: o álbum Dark Side of the Moon, Para comemorar, uma nova edição cheia de bônus, como livros e posters e até o lançamento de uma versão ao vivo do disco gravada em 1974 em um célebre concerto na Inglaterra. Mas vivemos tempos muito estranhos… Ao revelar a logomarca comemorativa do aniversário, uma horda de “fãs” da banda reclamou e causou sensação nas redes se queixando da pretensa vinculação com o movimento LGBTQIA+.

A icônica capa criada por Storm Thorgerson.

Como se pode ver nas imagens a logo dos 50 anos faz menção, obviamente, à icônica capa do Dark Side of the Moon, que exibe um feixe de luz refletido por um prisma, um fenômeno óptico que gera um raio com as cores do arco-íris. Isto é um fato. Aliás, dois fatos: o efeito óptico do prisma e a capa do disco.

Contudo, as cores do arco-íris foram apropriadas pelos movimentos LGBTQIA+ como seu símbolo e estampam os mais diversos eventos ou manifestações. E no HQRock não temos nenhum problema com isso.

O Pink Floyd em 1972, à beira da fama. Wright, Gilmour, Mason e Waters.

O que chama à atenção é a ação violenta, preconceituosa e desinformada dos “fãs” (sim, sempre entre aspas) que saíram reclamando da logo e despejando ódio nas redes sociais. Nossa política aqui no site é de não reproduzir esses discursos nem mesmo direcionar links para eles, mas basta saber que esses sujeitos inundaram as redes da banda com comentários sobre que isso “era um absurdo” e que “nunca mais iriam ouvir a banda” e um bando de baboseiras.

Não deixa de ser chocante ver pessoas se manifestando assim a partir de uma banda cuja mensagem libertária foi muito clara desde o início e que abraçou inúmeras manifestações de resistência em sua própria obra. Não são mensagens escondidas ou cifradas, estão explicitamente informadas nas letras, capas e declarações dos músicos ao longo de toda a carreira do grupo.

Sim, a vinculação do Dark Side of the Moon com a bandeira LGBTQIA+ no contexto de seu lançamento era inexistente, pois não havia esse símbolo ainda instituído, mas leia as letras do álbum para ver do que a banda trata. E não temos dúvidas de que a banda apoia irrestritamente os movimentos LGBTQIA+, pois isso é parte do que o Pink Floyd sempre defendeu em sua obra: liberdade, verdade, resistência. Contra o fascismo, contra a opressão, contra o conservadorismo. Há discos inteiros para falar disso, como The Wall ou The Final Cut.

É possível que um fã do Pink Floyd reclame de uma logo dessas e desconheça a capa do Dark Side of the Moon?

Acalentamos a esperança de que a maior parte desses haters invasores das redes alheias são robôs que repetem discursos de ódio a qualquer manifestação colorida em vez de pessoas que jamais pararam para pensar ou ouvir o que ouvem. Ou dizem que ouvem.

Imaginem um meme com Roger Waters ou David Gilmour com a mão na testa.