Há algumas semanas atrás, o HQRock noticiou que um grupo de fãs se organizou para exibir Batman Eternamente – Versão do Diretor no CineFile Video, em Los Angeles, que ocorreria amanhã, dia 29 de maio. Contudo, o evento foi cancelado após a Warner Bros. Discovery enviar uma solicitação de “cessar e desistir” ao cinema, que acatou o pedido para não ter problemas judiciais à frente.

O fato é que a tal versão é, fundamentalmente, uma cópia pirata do filme, retirada de um corte bruto do longa de 1995 dirigido por Joel Schumacher, extraído da sala de edição. Não se sabe qual a origem de tal cópia, mas ela já foi exibida em eventos privados em Los Angeles em duas ocasiões, no ano de 2023. Contudo, a Warner é a proprietária da obra e não autorizou a exibição pública. Vale ressaltar, ainda, que como se trata de um material “pirata”, a versão não está finalizada, carecendo de efeitos visuais e trilha sonora definitivos. O World of Reel calcula serem necessários 5 milhões de dólares para sua finalização.

Duas Caras e Charada na visão de Schumacher.

Na verdade, a exibição é parte de uma campanha dos fãs para que o estúdio finalize essa “versão do diretor”, que os relatos afirmam ser mais longa, mais profunda e séria do que o corte exibido nos cinemas 30 anos atrás. O roteirista do filme, Akiva Goldsman, já disse em entrevistas que essa versão reflete a intenção original de Joel Schumacher (que faleceu em 2020) para Batman Forever, que terminou chegando aos cinemas carregado de humor e de um tom “brega” por causa de interferências do estúdio.

Eternamente representa uma ruptura na história da franquia do cavaleiro das trevas nos cinemas, pois veio após dois filmes de sucesso de público e crítica com o diretor Tim Burton, Batman – O Filme (1989) e Batman – O Retorno (1992), estrelados por Michael Keaton. Contudo, o tom gótico, sombrio e bizarro do diretor afastou parte do público e, principalmente, dos anunciantes, e a Warner optou por um caminho de um “filme mais família”, que resultou na demissão de Burton e na contratação de Schumacher, que realizou Batman Eternamente (1995) com Val Kilmer no papel de Bruce Wayne. Na época, o longa foi até bem recebido, mas deixou os fãs insatisfeitos com seu tom cômico próximo à série de TV dos anos 1960, e tudo piorou ainda mais depois, quando Batman e Robin (1997), já com George Clooney como protagonista, foi tão ruim que levou ao fim da franquia, só ressuscitada anos depois para a Trilogia Cavaleiro das Trevas de Christopher Nolan, com Christian Bale, entre 2005 e 2012.

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A campanha de fãs por uma versão “perdida” de um filme foi exitosa com Liga da Justiça – A Versão de Zack Snyder, lançada no streaming no contexto da pandemia de Covid-19. Serão estes novos bem-sucedidos? Poderia a Warner se empolgar pelos 30 anos de Eternamente e relançá-lo? Achamos difícil… mas em tempos de multitelas e necessidade de conteúdos novos nos streamings, quem sabe…?