Quarteto Fantástico – Primeiros Passos estreou no streaming do Disney+ esta semana, no dia 06 de novembro, e fez bonito: com muito sucesso, o longa dirigido por Matt Shakman ficou em 1º lugar das visualizações da Casa do Rato, marcando um movimento importante em sua carreira cinematográfica e na do MCU.

Segundo o FlixPatrol (via CBM), Primeiros Passos estreou em primeiro lugar no Disney+, deixando para trás atrações como The Boof of Life (Festa no Céu), Zootopia e Ratatouille, em segundo, terceiro e quarto lugares. E mais importante: no dia 08, por exemplo, o longa da “primeira família” da Marvel permanecia ainda no 1º lugar. Quarteto Fantástico ocupou o topo do ranking do Disney+ em vários países, além dos Estados Unidos, como México, Japão, Espanha e Brasil.
Isso é muito importante para o Quarteto Fantástico, para o MCU e o Marvel Studios. Embora tenha sido a melhor bilheteria do ano para a Marvel, com US$ 521 milhões, foi um sucesso algo amargo, pois os outros dois filmes da companhia, Capitão América – Admirável Mundo Novo e Thunderbolts* (mais tarde, rebatizado de Novos Vingadores), não bateram os 500 e os 400 milhões na arrecadação mundial. E vale lembrar, todos esses filmes ficaram para trás da concorrência, pois Superman do DC Studios bateu mais de 600 milhões.

Os críticos gostam de ressaltar que, alguns anos atrás, os filmes do Marvel Studios comumente arrecadavam mais de 800 milhões e vários deles ultrapassaram a barreira de 1 bilhão. Mas isso era em outros tempos. Depois da pandemia de Covid-19, em 2020, é muito raro um filme atingir 1 bilhão e, ao contrário, a maioria dos longas lançados nos cinemas mal consegue chegar à metade daquilo.
Nessa perspectiva, o resultado deste ano de 2025, na verdade, é muito bom, e ter Superman e Quarteto Fantástico com bilheterias de 600 e 500 milhões é algo a comemorar pela indústria. E o fato de ambos também fazerem sucesso nos streamings é outro ganho, que pode garantir uma sobrevida ao gênero pelo menos para os anos seguintes.

De fato, como o HQRock já discutiu algumas vezes, a mudança no comportamento do público, que hoje prefere assistir filmes no conforto do lar, com bons aparelhos de TV, com imagem, som e internet de qualidade, em vez de gastar uma boa soma de dinheiro nas grandes salas de cinema dos shoppings, um comportamento, diga-se de passagem, mundial, e não exclusivo do Brasil ou dos EUA. É possível pensar que, no futuro em curto prazo, o cinema não recuperará a “farra” das bilheterias da década de 2010 da qual o Marvel Studios reinou soberano, e talvez, jamais o faça.
Levar o público de volta aos cinemas, mesmo num patamar inferior àquele, exigirá um esforço contínuo de empresas, distribuidoras, cinemas e até de políticas públicas de incentivo. É preciso baixar os preços do serviço, oferecer mais conforto e comodidades, além de agregar outros serviços e experiências que atraiam não somente jovens, mas adultos. É possível ter algumas ideias, mas a indústria precisa se conscientizar disso e mover-se.
Enquanto nada efetivo é feito, as bilheterias tendem a cair ano após ano, e os streamings crescem.
Não à toa, vemos a Warner Bros. Discovery (casa do DC Studios) em crise financeira e posto à venda para quem pagar melhor. E entre as grandes companhias de entretenimento interessadas – das quais a mais forte e agressiva é a Paramount Skydance – estão justamente empresas de streaming: a Netflix é uma das possíveis compradoras. Uma empresa como a Netflix irá investir pesado em cinema ou irá se concentrar mesmo no consumo doméstico de filmes por streaming. Será esse o futuro?

