Foi anunciado agora de madrugada que a Netflix ganhou o leilão em disputa pela compra do grupo Warner Bros. Discovery, vencendo a concorrência com outras gigantes do entretenimento, como Paramount Skydance e Comcast. A rodada de ofertas se encerrou no dia 01 de dezembro e os acionistas passaram dias avaliando as propostas e concluíram que a gigante do streaming fez a mais atrativa, mesmo que só seja negociada, nesse acordo, a parte de cinema, streaming e produção de conteúdo. Pelas notícias que temos, a Netflix não irá comprar a seção da Discovery (que inclui os canais desse grupo e outros como TNT, TBS e CNN), que será dividida tal qual planejado inicialmente.

A notícia do fechamento do acordo foi dada inicialmente pela Bloomberg, mas em seguida, foi confirmada por outros veículos, como The Hollywood Reporter e Variety. Os detalhes da proposta, segundo essas fontes, é que, na rodada anterior de negociações, a Paramount ofereceu um preço de US$ 23,50 por ação, o que a WBD considerou baixo. Na rodada de 01 de dezembro, a Paramount (até então, a mais forte candidata a levar a companhia) ofereceu US$ 27, mas a Netflix fez uma proposta melhor, de US$ 28, com o diferencial de ser quase toda em dinheiro, ao passo que a Paramount teve que recorrer a fundos estrangeiros do Oriente Médio (como foi confirmado esses dias pela imprensa, depois da empresa ter negado essa informação anteriormente) e usando a estratégia de títulos, papeis e ações como complemento do valor a ser pago.

A Variety chama a atenção, contudo, de que isso não é o fim da história ainda. Nos próximos meses, as empresas irão discutir os detalhes do acordo e já foi negociado um calção de US$ 5 bilhões que ficaria de bônus caso a negociação não se conclua. Também se está prevendo algum tipo de problema com os sistemas regulatórios dos Estados Unidos, a chamada Lei Anti-Truste, que impede a formação de monopólios.

A Variety também destaca que houve uma reação negativa por parte da indústria cinematográfica, que teme que a Netflix – voltada para streaming diminua o espaço de cinema da Warner, em especial a janela de tempo exclusiva de filmes em salas de cinema, o que é compreensível o temor, ainda que a empresa tenha anunciado que pretende preservar os lançamentos no cinema.

Quais as implicações para o futuro da Netflix assumindo o controle da Warner? Ainda não sabemos. Irá dissolver a empresa dentro de si ou mantê-la relativamente autônoma? O canal HBO Max será extinto e fundido à própria Netflix ou os dois streamings serão mantidos separados? Quais as consequências disso para tudo para a DC Comics e seus filmes?

Tudo isso só será esclarecido ao longo dos próximos meses, 2026 adentro.