
O diretor Joel Schumacher é sempre lembrado (e odiado) por ter realizado os filmes Batman Eternamente e Batman & Robin, que destruíram a rentável franquia do homem-morcego nos anos 1990. Apesar de ter um catálogo até respeitável de longametragens – O primeiro ano do resto de nossas vidas (1985), Os Garotos Perdidos (1987), Tudo por Amor (1991), Um Dia de Fúria (1993), O Cliente (1994), 8mm (1999), Em Má Compania (2002), Por um Fio (2002), O Fantasma da Ópera (2004) – Schumacher maculou sua obra com o par de filmes do mais famoso dos super-heróis dos quadrinhos da DC Comics.
Mas não é o suficiente! O site Bleeding Cool noticiou esta semana que o diretor irá escrever uma HQ do personagem, no formato de maxissérie de 12 capítulos, onde irá adaptar seus filmes como uma trilogia, trazendo também a trama de Batman Triunphant, um longametragem nunca produzido que teria sido programado para 1999 e nunca foi realizado por causa do fracasso de Batman & Robin em 1997.

Para quem é novo na história, a franquia cinematográfica do homem-morcego iniciou em 1989 com Batman – O Filme, de Tim Burton, estrelado por Michael Keaton. O longa foi um grande sucesso, valeu uma indicação ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante para Jack Nicholson pelo papel do vilão Coringa e venceu na categoria de Direção de Arte.
Isso tudo garantiu uma sequência: Batman – O Retorno, foi lançado em 1992, também com sucesso, trazendo a bizarra versão do Pinguim de Danny DeVito e a icônica interpretação de Michelle Pfeiter como a Mulher-Gato.

Contudo, os filmes de Tim Burton eram muito sombrios e góticos e a Warner Bros. queria filmes “mais família”. Por isso, após uma série de conflitos para dirigir o terceiro longa da franquia, Burton se desligou do projeto e Joel Schumacher foi contratado. Este atendeu o pedido do estúdio de fazer um filme mais leve, colorido e até com bastante comédia. Como Michael Keaton se negou a retornar ao papel, foi contratado Val Kilmer para viver Bruce Wayne em Batman Eternamente, de 1995, além de ter Jim Carrey como o Charada e Tommy Lee Jones como o Duas Caras, ambos em versões espalhafatosas. O filme ainda fez algum sucesso e trouxe o Robin pela primeira vez, vivido por Chris O’Donnell.

Seguindo em frente, em 1997, saiu Batman & Robin, dessa vez com George Clooney como Bruce Wayne, trazendo Chris O’Donnell de volta como Robin, Alicia Silverstone como Batgirl e os vilões Sr. Frio, por Arnold Schwarzenegger; Hera Venenosa, por Uma Turner; e até um inexpressivo Bane. O filme foi um fiasco completo de público e crítica.
Os planos para Batman Triunphant, então, foram cancelados. (Para saber mais sobre os filmes não realizados do homem-morcego, leia este especial do HQRock sobre o tema e se surpreenda!).

Agora, Batman Eternamente, Batman & Robin e Batman Triunphant serão levados aos quadrinhos como uma maxissérie em 12 partes, com roteiros de Joel Schumacher e desenhos de Dustin Nguyen. O Bleeding Cool afirma que os três longas serão narrados como se fossem uma única história, trazendo a abordagem pessoal do diretor para os personagens. Não houve anúncio oficial da empreitada, mas o site afirma que virá em breve, com a publicação começando em 2015.

Recentemente, em uma entrevista em vídeo, Joel Schumacher pediu desculpas por Batman & Robin, afirmando que a culpa do fracasso da obra é toda dele. Veja o comentário corajoso do diretor:
Val [Kimer] deixou [a produção de Batman & Robin] no último minuto para fazer A Ilha do Dr. Moreau. Isso mudou tudo! George [Clooney] fez um esforço notável. Eu fui o problema de Batman & Robin. Eu nunca havia feito uma sequência de qualquer um de meus filmes e sequências são feitas apenas por um único motivo: para fazer mais dinheiro e vender mais brinquedos. Eu fiz meu trabalho; mas eu nunca sentei meu traseiro direito na cadeira [de diretor]. (…) Eles [Warner] queriam uma sequência imediatamente, e eu disse sim. Não há ninguém mais para culpar a não ser eu. Poderia ter dito: “Não, não irei fazê-lo”. Apenas espero que eu nunca veja uma lista com os piores filmes já feitos e eu esteja lá. Eu não fiz um bom trabalho. George fez. Chris [O’Donnell] fez. Uma [Turner] está brilhante nele. Arnold é Arnold.
Após o grande fracasso de público e crítica do filme e o mal-estar medonho que ele gerou em seguida, a Warner passou diversos anos colocando e tirando vários projetos ligados ao Batman, até se decidir por zerar tudo e dar início a uma nova franquia, A Trilogia Cavaleiro das Trevas, realizada por Christopher Nolan entre 2005 e 2012, que agradou crítica e público.
Como será ter o Batman de Schumacher de volta? As HQs serão ainda piores do que os filmes? Ou não? Veremos no ano que vem.
Batman foi criado pelo cartunista Bob Kane em 1939 e desde então é publicado pela DC Comics.


Gosto do Joel Schumacher! Sério! Ele é um cara legal e um grande diretor. Mas em Batman ele deixou que o estúdio metesse a colher demais no seu trabalho. Como ele mesmo disse, poderia ter dito não pra sequência, mas não o fez. E agora assume a responsabilidade e ainda foi de um cavalheirismos impressionante ao livrar a cara do Chris O’Donnel, Alicia Silverstone e da Uma Thurman que foram bem fraquinhos. Já o Arnold, como o próprio diretor disse, é o Arnold (e isso não é necessariamente um elogio).
Enfim, estou no mínimo, curioso.
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Pois é, Humberto, Schumacher não é um mal diretor no cômpito geral. Mas fracassou no Batman, especialmente, por trazer uma visão (bancada pelo estúdio, diga-se de passagem) que não é aquela mais adequada ao personagem (cores, humor, piadinhas, toques fetichistas etc.).
Quem sabe ele consegue fazer um trabalho melhor na HQ?
Um abraço!
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Corrigindo: O certo é Uma Thurman, e não Uma Turner como está no texto.
Joel Schumacher já deixou claro que a produção do Batman & Robin foi toda de uma equipe amadora deixada pela Warner. Tudo para garantir que eles tinham controle total no filme. E o resultado foi isso, algo que ninguém quer lembrar.
George Clooney e Uma Thurman tiveram sorte de conseguirem papéis em destaque mesmo depois de participarem desse projeto, o mesmo não ocorreu com Chris O’Donnell e Alicia Silverstone.
A cereja do bolo de Batman & Robin é a cena em que o Robin está se afogando. É algo que mostra o desinteresse em fazer algo sério.
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