
Chegou às lojas ontem a edição 40 da revista Batman, trazendo as aventuras do personagem homônimo publicado pela editora DC Comics. O volume traz o fim da saga Endgame, já publicada há vários meses e comandada pelo escritor Scott Snyder e o desenhista Greg Capullo. A edição tem uma série de revelações bombásticas ao universo próprio do homem-morcego nos quadrinhos. A partir daqui há grandes spoilers. Portanto, só siga a leitura se não se importa em saber eventos que demorarão meses para serem publicados no Brasil.
Lembre-se, você foi avisado.

Batman 40 termina com a morte do Batman. Isso mesmo. Ele e o Coringa têm sua batalha final em uma caverna subterrânea e terminam extremamente feridos e soterrados. Na trama, ficamos sabendo que – ao contrário do que foi “revelado” no início de Endgame, o Coringa não é imortal, mas que se utilizou do líquido Dionísio para se curar de graves ferimentos que sofreu, por exemplo, na saga anterior, Morte na Família. Também ficamos sabendo que o Coringa sabia que o Batman era Bruce Wayne.

No fim, os dois estão lutando e uma grande rocha quase parte o Coringa em dois, ao mesmo tempo em que o Batman está extremamente ferido e incapacitado de se levantar. A caverna em que estão desaba sobre eles. Isso casa com outra notícia que já sabíamos desde o Free Comic Book Day, na qual os dois personagens estavam “desaparecidos” e que o Comissário Jim Gordon toma o lugar do Batman, usando uma armadura em estilo mangá. Não é a primeira vez que o Batman é “morto” pela DC Comics. Aliás, o personagem tem morrido bastante nos últimos anos. O escritor Grant Morrison, inclusive, promoveu a façanha de matá-lo duas vezes ao mesmo tempo – isso mesmo (e sim é tão confuso quanto parece) – num acidente de helicóptero e numa batalha contra Darkseid que ocorreram quase consecutivamente em 2008, nas sagas Descanse em Paz e Crise Final, respectivamente. Embora tenha sido substituído na ocasião por Dick Greyson – o primeiro Robin e atual Asa Noturna – que agiu como Batman por cerca de um ano, claro que Bruce Wayne não estava morto. Foi revelado que o herói ficou perdido no tempo-espaço até ser resgatado pela Liga da Justiça.

Desta vez, a morte tem um sentido. Pelo menos é o que garante o escritor Scott Snyder, responsável pela história. Numa entrevista ao site Comic Book Resource, ele afirmou:
Batman sabe que irá cair lutando. E é este o jeito que Batman sempre terminará. Ele não se aposentará, ao menos não na nossa versão dele. Ele não irá se retirar ao por do sol. Irá cair lutando pela cidade, seja velho ou jovem. Dando uma chance dele lutar contra seu grande inimigo, aquele que representa tudo pelo qual ele combate é o perfeito fim para ele. O Coringa representa a falta de sentido e a ideia de que todos estão rindo dele e de você. O Coringa não acha que sua vida significa qualquer coisa quando Batman lhe diz: “Lute e faça sua vida valer à pena”. Quem não gostaria de cair em plena glória? Se você vai cair de algum modo, que melhor jeito do que salvando a cidade e tendo certeza de que aquele monstro nunca mais irá sair de sua vigilância? É quase um final feliz para o Batman.

Palavras bonitas de Snyder e não temos como discordar dele. Ele tem razão no que diz. O problema é que isso é apenas uma jogada de marketing. Não é sua primeira “morte”, nem será a última. Então, perde o impacto. Perde o sentido. O mercado de quadrinhos adora matar personagens para trazê-los à vida em seguida. Antes, isso ocorria apenas com personagens secundários ou vilões, mas nos últimos anos, as editoras não têm mais nenhum pudor em fazer isso com seus personagens principais: a concorrente Marvel Comics, por exemplo, recentemente matou Capitão América, Homem-Aranha e Wolverine; e apenas o último não foi trazido “miraculosamente” de volta. Ainda. O primeiro não foi morto de novo, mas acabou de ser “aposentado”, tendo envelhecido vários anos rapidamente. (Não me peça para explicar, pergunte à Marvel). Então, vamos presumir que Bruce Wayne irá voltar em breve. Provavelmente, próximo ao lançamento do filme Batman vs. Superman – A Origem da Justiça, que estreia em 2016. Quem sabe até lá a “polêmica” de uma “morte” tão “importante” garanta à DC Comics vender algumas revistas a mais. E de bônus ainda ajuda a acabar com o pouco de credibilidade que o mercado de quadrinhos ainda tem. Batman foi criado pelo cartunista Bob Kane, estreando na revista Detective Comics 27, de 1939 e desde então é publicado pela DC Comics.


Caro HQROCK,
Meu nome é Caio Luiz. Sou jornalista e roteirista. Acabo de lançar meu primeiro curta metragem. Trata-se de uma homenagem ao universo do Batman feito inteiramente com peças de Lego em clima noir com trilha sonora exclusiva feita pela banda Pastor Rottweiler. O filme levou dois anos para ser feito e conta com 10 mil fotos em stop motion, diversos cenários e roteiro original baseado no conceito da série de quadrinhos Batman Preto Branco.
Gostaria de saber se vocês teriam interesse em fazer uma nota ou matéria sobre o assunto. Segue o link do vídeo para apreciação. Obrigado.
https://www.youtube.com/watch?v=P2TLqHmqF4g
Caio Luiz
https://www.facebook.com/caio.luiz.92317
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Olá, Caio Luiz,
Puxa, que legal sua empreitada! Não vi ainda o filme, mas pode deixar que me comprometo a assisti-lo e fazer uma matéria sobre ele em breve.
Fantástica sua iniciativa! Continue nesse rumo.
Um abraço!
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Bom dia!
Só uma correção. Uma das legendas diz “A bela capa da edição anterior, por Greg Capullo.”, mas é a assinatura do Andy Kubert é bem visível.
Obrigado pela dedicação a esse ótimo conteúdo que você tem por aqui.
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Você está certíssimo, Robson. A capa da edição 39 é de autoria de Andy Kubert. Foi um pequeno deslize. Já corrigimos.
Um grande abraço!
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No caso do Capitão América, o lance é que o soro do supersoldado parou de fazer efeito pela enésima vez, por isso o envelhecimento rápido, mas é ridículo do mesmo jeito, fazer o quê ?
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Exato, Alex.
Não dá para simplesmente criar uma história interessante sobre o Capitão América? Não há nada a contar sobre o que ele é? Tem que mandá-lo para Dimensão Z e, depois, tirar o soro de seu corpo (pela enésima vez?).
Um abraço!
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