
O HQRock anunciou a morte do baixista e vocalista britânico Lemmy Kilminster, o líder da banda Mötorhead, ontem à noite em sua página no Facebook. Porém, achamos digno também fazer um post sobre o tema com mais detalhes. Lemmy, uma das figuras mais famosas e carismáticas do rock pesado, andava doente nos últimos anos e chegou a cancelar alguns shows este ano. Porém, segundo o site oficial da banda, no dia 26 último, o músico descobriu um câncer agressivo e morreu já no dia 28, ontem, em sua casa, aos 70 anos.
Ian Frazer Kilminster, sempre Lemmy, nasceu em Stoke-on-Trent na Grã-Bretanha, em 1945, e cresceu no norte do País de Gales. O contato com a música e o rock and roll ainda veio na infância e foi profundamente influenciado pelo estouro dos Beatles em 1963, o que o levou a se envolver com a música e tocar em várias bandas. Já em Londres, Lemmy ingressou no grupo psicodélico Hawkwind, que estreou em disco em 1971 e atingiu vários hits no início dos anos 1970. Lemmy é o vocalista de um deles, Silver Machine, que chegou ao 3º lugar das paradas britânicas em 1972.

Porém, durante uma turnê pelos EUA, em 1975, Lemmy foi preso na fronteira canadense por porte de cocaína e passou 5 dias na cadeia. Os testes terminaram mostrando que ele havia usado speed, ou seja, anfetaminas – que são remédios controlados – e isto o livrou da cadeia e de um processo judicial. Ainda assim, o Hawkwind decidiu demiti-lo.
Então, Lemmy formou uma nova banda, chamada The Bastards, mas logo rebatizada de Mötorhead, uma gíria norteamericana para viciados em anfetaminas. A formação inicial do grupo consistia de Lemmy (vocais e baixo), Larry Wallis (guitarra) e Lucas Fox (bateria). O grupo fez o circuito de clubes de Londres e direcionou o seu som para um rock bastante pesado, que começava a extrapolar as fronteiras do hard rock e começava a aderir ao que chamamos hoje de heavy metal. O Motorhead seria uma das bandas realmente pioneiras no gênero. A banda começou a chamar à atenção ao atuar como grupo de abertura do Blue Öyster Cult e conseguiu um contrato com a gravadora United Artists.

Por sua má atuação, o baterista Fox foi substituído por Phil Taylor (um amigo de infância de Lemmy) e o grupo gravou um álbum que foi rejeitado pela gravadora. Já no início de 1976, o grupo decidiu investir num segundo guitarrista e contratou Eddie Clarke, mas imediatamente, Wallis saiu (para se juntar ao seu antigo grupo Pink Faires) e o Motorhead permanceu como um power trio. Conseguindo um novo contrato com a gravadora Stiff Records, a banda gravou o single Leaving here, que não deu resultado nenhum nas paradas.
Em 1977, sem conseguir ir a lugar nenhum, a banda começava a pensar em desistir, mas após um concerto no Marquee Club, conseguiram um contrato com a Cheswick Records, que rendeu o single Motorhead e o álbum de mesmo nome, que foi lançado e chegou ao 43º lugar das paradas britânicas – um resultado razoável para uma banda estreante e tão pesada como eles. Já em 1978, lançaram o single Louie Louie pela Bronze Records e este chegou ao 68º lugar das paradas de singles do Reino Unido, o que foi suficiente para aparecerem na rádio BBC e na TV, gradualmente aumentando a popularidade do grupo. Até a Cheswick decidiu capitalizar em cima do “sucesso” e repassou seus direitos à gigante EMI que relançou o primeiro álbum da banda com um bom resultado.
Ao mesmo tempo, ainda na Bronze Records, o Motorhead lançou seu segundo álbum em 1978: Overkill, que chegou ao impressionante 24º lugar das paradas britânicas, com a faixa-título lançada em single e chegando ao 39º lugar. O sucesso aumentou e, ainda no mesmo ano, o terceiro disco, Bomber, foi lançado e chegou ao 16º lugar das paradas de álbuns. Até a United Artists reuniu as gravações que tinha do grupo em seus arquivos e lançou, em 1979, o álbum apócrifo On Parole, que também foi bem recebido.
E as coisas podiam melhor, o quarto álbum, Aces of Spades, foi lançado em 1980 e atingiu o 4º lugar das paradas britânicas, tornando o Motorhead um grupo de “superstars” e um dos maiores representantes da nova onda do heavy metal que se consolidava com um monte de novos grupos, como o Iron Maiden.
O Motorhead se manteve na ativa por todos os anos seguintes, com várias trocas na formação – sempre mantendo Lemmy Kilminster à frente – e permanecendo como um dos grandes nomes do rock pesado. Apesar da identificação com o heavy metal, Lemmy sempre afirmou que seu som era apenas “rock and roll”. O grupo lançou 22 álbuns de estúdio e nove discos ao vivo e é uma grande influência para a maioria das grandes bandas atuais.


Não era exatamente um fã do MH, mas a banda tem músicas que curto muito (como Hellraiser). Que o Lemmy Descanse em Paz.
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É isso aí, João!
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