O cantor e compositor norteamericano Bob Dylan está representado nos cinemas com o ótimo Um Completo Desconhecido, que foi indicado ao Oscar, mas não levou nenhum prêmio, infelizmente, mas seu sucesso incentivou que, finalmente, o livro que lhe inspirou será lançado no Brasil: está em pré-venda, com lançamento programado para 30 de abril Dylan Elétrico: do folk ao rock, de Elijah Wood, traduzido pela editora Tordesilhas.
Dylan Goes Electric! é aclamado como um dos melhores livros já escritos sobre o bardo norteamericano e é um destaque entre as biografias de rock, com a vantagem de não se ater à longuíssima carreira de um astro como Bob Dylan, mas focar num período específico, quando o músico fez a transição da folk song acústica e engajada de seus primeiros álbuns para a abordagem elétrica, ácida, onírica e algo caótica de quando o já aclamado compositor se deixou levar pela sonoridade pujante da Invasão Britânica que varreu os EUA com Beatles, Rolling Stones, Animals, The Who, The Kinks e muitos outros.
O ponto alto do livro, assim como do filme, é a apresentação de Dylan no Newport Folk Festival em 25 de julho de 1965, um festival marcado pelo purismo da música folk (arredia aos instrumentos elétricos e à música comercial) na qual o artista havia sido aclamado nos dois anos anteriores. Ao subir ao palco armado de uma guitarra Fender Stratocaster comprada em Londres e uma banda elétrica com guitarras, baixo, bateria e teclados, o músico enfureceu o público e a organização do festival, ainda que parte da plateia também aprovou, gerando um caos de palmas e vaias, aclamação e gritos de “traidor” e “judas”.
Mas foi um caminho sem volta e Dylan se aproximou do rock, fazendo parcerias com gente como Beatles e Eric Clapton, e viveu uma fase de superstar antes de retroceder para fora dos holofotes. Ainda assim, o compositor continuou entregando uma obra forte, de sucesso e aclamação até hoje, o que lhe rendeu o fato de ser o único compositor musical a ganhar o Prêmio Nobel de Literatura.
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O filme Um Completo Desconhecido foi indicado a 8 Oscars, incluindo categorias nobres como Melhor Filme, Melhor Diretor (para James Mangold, de Logan), Melhor Ator (Thimothée Chalamet), Melhor Atriz Coadjuvante (Monica Barbaro) e Melhor Ator Coadjuvante (Edward Norton), mas não levou nenhum prêmio. Também foi indicado a três Globo de Ouro e não levou nenhum. O longa tem a proeza de trazer apresentações musicais reais e ao vivo de todo o elenco, que realmente canta e toca seus instrumentos durante a gravação das cenas. A produção iria começar em 2020 e foi adiada em cinco anos por causa da pandemia de Covid-19.
A edição brasileira de Dylan Elétrico possui 320 páginas e pode ser adquirido em pré-venda pela Amazon e outros canais de compras.
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