Desde que foi anunciado, em junho passado, que o novo filme de 007 seria dirigido por Dennis Villeneuve (de Duna), aumentou bastante a expectativa em cima do reinício da franquia de James Bond, e esta semana, algumas “novidades” foram vinculadas na imprensa via Deadline, uma revista respeitável, não tão afeita a especulações. Segundo os informantes da publicação, o diretor estaria interessado em escalar um ator britânico e desconhecido do grande público para encarnar a sétima versão do espião a serviço secreto (não mais da Rainha, mas agora) do Rei da Inglaterra.

Outras informações adicionais dizem que, sim, James Bond continuará a ser um homem na nova cinessérie – pois se especulou que a franquia poderia mudar seu gênero para uma mulher – e a Amazon MGM Studios, que assumiu o controle da franquia este ano (veja aqui) está aberta a novas possibilidades étnicas. Ou seja, Bond ter origens afrodescendentes ou asiáticas são totalmente possíveis nesses tempos mais diversificados em que vivemos e a escolha final irá depender tanto do talento dos atores testados quanto da história que está sendo desenvolvida junto ao escritor Steven Knight (o criador de Peaky Blinders). Nos livros de Ian Fleming e em todos os filmes até agora, 007 tem origens escocesas, ainda que tenha sido interpretado também por atores ingleses, australianos e irlandeses.
No passado recente, nomes não-caucasianos como Idris Elba têm sido apontados por fãs e críticos como possíveis candidatos, porém, tais informações põem fora da disputa nomes como Timothée Chalamet (Duna, Um Completo Desconhecido), Glen Powell (Top Gun – Maverick) ou Austin Butler (Elvis), porque são norteamericanos. Outro que é bastante citado é Jacob Elordi, sem dúvidas com o visual tradicional do personagem, contudo, o fato de ser australiano pode pesar contra. Atores britânicos como Henry Cavill (Superman – O Homem de Aço, The Witcher), Tom Hardy (Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge, Durkirk) e Aaron Taylor-Johnson (Kick-Ass, Kraven, o Caçador) são sonhados pelos fãs no papel, mas o Deadline também informa que a busca se concentra em atores entre 20 e tantos e 30 e poucos anos, o que talvez os excluam todos da lista (Taylor-Johnson, o mais novo destes já tem 35 anos), mesmo sem levar em conta a cláusula “desconhecido”. No fundo, os fãs (e talvez o estúdio, sejamos honestos) preferem um ator já conhecido para o papel, enquanto o diretor, provavelmente, irá pressionar para um novato.

O Deadline cita uma fonte que lhe diz que o mais importante em relação ao ator que interpretará o novo Bond é que ele passe a imagem de ser um homem ameaçador e eficaz, usando as palavras “alguém (…) que aparente ser capaz de te matar com as mãos limpas e um piscar de olhos”.
De qualquer modo, também é informado que a busca por um ator não começou de verdade e que Villeneuve só fará isso após concluir a produção do terceiro filme de Duna, que deve terminar no ano que vem. Ainda assim, os planos são filmar o novo 007 em 2026 para lançamento em 2027, pois a Amazon tem pressa.

Por fim, a revista adiciona que o roteiro de Knight explorará as origens de Bond na Marinha – nos livros ele é um comandante da Marinha Britânica que é convocado pelo MI-6, a agência de inteligência estrangeira do Reino Unido, e de como ele deve ganhar sua “licença para matar”, que na ficção é uma condição de um número muito restrito de agentes especiais representados pelo duplo zero de 007. Os filmes de Bond sempre preferiram retratá-lo como um agente já experiente, e apenas a versão mais recente da franquia, a partir de 007 – Cassino Royale, de 2006, com a estreia de Daniel Craig no papel, explorou de algum modo suas origens. Naquele filme, é mostrado rapidamente no início a missão na qual Bond ganha sua licença para matar ao punir um traidor do MI-6.
Nos livros há mais informações sobre sua origem, especialmente em Só Se Vive Duas Vezes, de 1964, ironicamente, o último livro publicado em vida por Ian Fleming, na qual quando Bond é dado como morto em uma missão, é publicado seu Obituário nos jornais, trazendo detalhes de sua vida pessoal, e sua carreira na Marinha Britânica. Os dados desse livro, inexplorados no cinema, podem fomentar uma trama de origem ao espião no reinício da franquia via Amazon. Villeneuve e Knight também podem usar o livro Forever and a Day, de Anthony Horrowitz, lançado em 2018, que funciona como um prelúdio a Cassino Royale (o primeiro livro de Ian Fleming) e narra a missão na qual Bond adquire sua licença para matar. É bem provável que o novo filme parta daí para reiniciar a franquia.

James Bond, o agente secreto 007, foi criado pelo escritor Ian Fleming e estreou no livro Cassino Royale, de 1953, e foi um enorme sucesso literário antes mesmo de ser adaptado ao cinema a partir de 1962, com 007 Contra o Satânico Dr. No. Fleming lançou 14 livros e outras dezenas foram criadas por outros autores após sua morte, enquanto a franquia cinematográfica lançou 25 filmes até 2021.

