Na quarta-feira, estreou o longa Avatar – Fogo e Cinzas de James Cameron, e como prometido, trouxe consigo um teaser trailer de Avengers – Doomsday. E com isso tivemos (finalmente) a confirmação do título que o filme terá no Brasil: Vingadores – Doutor Destino. E antes de reclamar, também vale a pena dizer que o curto vídeo já revelou grandes segredos da trama!

Em primeiro lugar, o título brasileiro gerou revolta de muitos fãs, que reclamaram (com toda a razão) da pobreza da “tradução” adotada pela Disney Brasil. A reclamação foi tanta que até o site britânico Comic Book Movie noticiou! Até então, extraoficialmente, o filme era chamado de Vingadores – Doomsday ou Vingadores – Destino na imprensa brasileira, mas adotar simplesmente o nome do vilão é realmente uma saída miserável.
Claro, o título original é difícil de transpassar ao português. Doutor Destino em inglês é Doctor Doom e o nome do personagem criado por Stan Lee e Jack Kirby é Victor Von Doom já como um tipo de trocadilho. Doom quer dizer “destino”, mas naquele sentido de fim inevitável, tanto que em alguns contexto pode ser usada a palavra “condenado” ou “condenação”. O título em inglês é Doomsday, que é uma expressão que cria um trocadilho entre o nome do personagem e o sentido imediato da expressão: doomsday significa O Dia do Destino, O Dia do Julgamento Final, ou como é muito corrente na língua portuguesa numa outra adaptação do original bíblico, Apocalipse.
Nos quadrinhos, o nome do monstro que mata o Superman – e que apareceu no filme Batman vs. Superman – A Origem da Justiça – é Doomsday, traduzido no Brasil como Apocalipse.

Destino em português não tem a mesma força do que no inglês, pois significa “fim”, mas num sentido brando, como “o local ao qual se destina, o lugar de chegada”, e não o fim inevitável. Daí, comumente doomsday ser traduzido como Apocalipse no Brasil, ainda que o original em inglês contenha as expressões apocalypse e the julgment day. Isso é importante porque estas duas últimas têm um sentido mais bíblico, mais cristão, enquanto doomsday tem um sentido mais amplo, de “fim dos tempos”.
A Disney Brasil poderia ter optado por Vingadores – Fim dos Tempos, mas perderia a conexão explícita com o vilão principal que existe no original, daí que Vingadores – Destino seria uma opção melhor: mesmo sem a força do original, pelo menos manteria o sentido duplo do “fim” com Doom. Agora, apelar para o nome completo do vilão é não somente apelativo e pouco criativo como desnecessário.
Infelizmente, não é a primeira vez que a Disney opta por uma tradução ruim… Não esqueça que quando Avengers – Endgame causou uma sensação incomparável no mundo todo, o Brasil traduziu como Vingadores – Ultimato em vez de Vingadores – Fim de Jogo. E por que? Eu apostaria que a escolha por Ultimato se deu simplesmente por ser uma única palavra em vez das três de Fim de Jogo. Mas isso foi uma lástima, pois Ultimato é o “último aviso” que se dá a alguém, que traz embutido um sentido de fim, mas não é a mesma coisa.
Bom, considerações linguísticas à parte, o teaser de Doutor Destino (eca) trouxe uma grande revelação logo de cara. E aqui avisamos: última chance de sair sem saber… Não podemos considerar uma informação que está estampada na abertura do primeiro teaser de um filme irá sair daqui há um ano (e ganhará pelo menos outros três teasers e uns 2 ou 3 trailers completos) como um spoiler, mas há pessoas que preferem saber o mínimo possível sobre um filme.
Então, se você é um desses, pare a leitura por aqui. Você foi avisado.

Continua aqui? Pois bem… vamos lá!
O teaser de Vingadores – Doutor Destino revela logo de cara: Steve Rogers está de volta ao MCU. E não somente isso: ele é papai!

Esse era o segredo mais mal guardado de Doomsday, pois os rumores da presença de Chris Evans e Hayley Atwell no longa eram antigos e persistentes. Mas agora temos uma confirmação: o teaser mostra que (ninguém sabe muito bem como) após devolver as Joias do Infinito aos seus devidos lugares no tempo e no espaço e permanecer no passado para viver a vida que lhe foi negada com Peggy Carter, como revelado nos momentos finais de Ultimato, Steve e Peggy ficaram juntos o suficiente para ter um bebê.
Não é revelado o sexo da criança e nenhuma informação a mais.
E não somente isso, já foi revelado um segundo teaser, focado em Thor, no qual o deus do trovão aparece orando para seu falecido pai, Odin, no que parece ser os momentos que antecedem uma batalha em uma floresta e pede que consiga superar a ameaça e se reencontrar com seu amor. Não se sabe quem é esse amor… Jane Foster? Ou sua filha adotiva, que é batizada de Love no fim de Amor e Trovão?

Ambas as cenas apontam para que o tema da parentalidade ser algo central no próximo Vingadores. Do trio principal de heróis, o falecido Tony Stark também teve uma filha em Ultimato. E um rumor insistente sobre o filme é que o Doutor Destino busca vingança contra Steve Rogers porque sua decisão de ficar no passado – e portanto, alterar a realidade e criar uma linha de tempo alternativa – teria ocasionado na morte da família de Victor Von Doom. Isso já fez muita gente supor que a missão de Destino é, então, sequestrar os filhos dos heróis, o que faria sentido à cena pós-créditos de Quarteto Fantástico – Primeiros Passos, no qual o vilão se teletransporta ao Edifício Baxter e está de frente ao pequeno Franklin de Reed Richards e Sue Storm.
Vale comentar que esse tipo de origem e missão é bastante diferente do que vemos nas HQs, nas quais Victor Von Doom é um jovem brilhante da Lactvéria (país fictício do Leste Europeu) cuja mãe é uma bruxa que termina arrastada ao Inferno quando um feitiço dá errado. Como é um gênio da Física, isso faz com que Doom fique obcecado em combinar magia e ciência, ele faz universidade em Nova York e é colega de classe de Reed Richards, com os dois sendo rivais intelectuais, até que em um experimento proibido para resgatar a mãe, uma máquina explode e destrói seu rosto. Como autopunição por sua falha, Doom passa a usar uma máscara de ferro no estilo medieval, mas vai terminar se transformando no monarca da Lactvéria (o que lhe dá imunidade diplomática por seus crimes) e um vilão que realmente domina ciência e magia para fazer o mal.
Avengers – Doomsday é dirigido pelos irmãos Joe e Anthony Russo (os mesmos de Vingadores – Guerra Infinita e Vingadores – Ultimato) com roteiro de Stephen McFeely (que também trabalhou em ambos), e tem a estreia prevista para 18 de dezembro de 2026. As filmagens já foram encerradas. O longa é a primeira parte do evento que se encerra com Vingadores – Guerras Secretas, em 17 de dezembro de 2027.


Pois é Irapuan, Vingadores – Destino seria uma opção bem melhor, mas fazer o quê. Não é um bom presságio e esse reboot pode ser bem complicado pelos constrangimentos passados do MCU e pela própria HQ de base que não é lá grande coisa narrativamente, mas ainda assim confio nos irmãos Russo e creio que possa ser uma grande e divertida aventura e um bom reinício para o futuro da Marvel no cinema. Um abraço!
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Cara, eu realmente não sou fã de reboots e não gosto dessas histórias de Multiverso… Acho que isso enfraquece os personagens. Então, todos esses anos pós-Ultimato têm sido difíceis pra mim. Mesmo que algumas coisas tenham sido boas isoladamente, a narrativa geral (pra mim) é muito ruim. Eu gosto do Dr. Destino, mas essa não é a história dele que devia ser contada… e tenho muito medo de que um ator ególatra (embora absolutamente talentoso) como o Downey Jr. possa fazer com ele… Doom é marcado por seu rosto deformado nunca exposto, sempre de máscara, mas jamais que Hollywood vai permitir isso acontecer com um ator como Downey. Ele vai se “disfarçar” de Stark ou algo assim pra justificar seu rosto (a ideia de uma variante é mil vezes pior) e aposto que sequer será deformado pra maquiagem não esconder o rosto do ator. Adoraria estar errado…
Ainda acho que deviam ter insistido no Kang (com outro ator) e fazer dele um oponente digno (ainda não foi) e encerrar o Multiverso por aí, guardando Doom para algo melhor, como roubar os poderes da Surfista Prateada ou adaptar aquela estupenda minissérie Quarteto Fantástico vs. X-Men dos anos 1980, explorando a rivalidade entre Doom e Richards.
Mas como você, Jorge, eu tenho esperança… Os Russo fizeram um bom trabalho e pode repetir. Estou torcendo pra dar certo!
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