Uma notícia triste aos fãs de rock – e de música – veio à tona esta semana: a fábrica de guitarras Gibson, uma das mais famosas e poderosas do mercado mundial, símbolo de qualidade e standart de guitar heroes, declarou falência na justiça dos EUA para poder apresentar um plano de recuperação da empresa.
O CEO da empresa, Henry Juszkiewicz, apresentou um plano na qual a Gibson irá se desfazer de algumas marcas não-essenciais que detém e, segundo suas palavras, se focar no objetivo principal que é a fabricação de instrumentos musicais. Isto porque a Gibson Brand – holding da marca – investe também em periféricos (aparelhos complementares, como pedaleiras, caixas e amplificadores), assim como em outros produtos, como softwares de gravação digital.

O buraco da Gibson é grande: nos últimos três anos, a receita anual caiu em US$ 500 milhões e a empresa deve o mesmo valor em dívidas distribuídas entre as 26 empresas das quais tem propriedade.
Com a apresentação do plano de recuperação, a Gibson esperar conseguir um empréstimo de US$ 135 milhões para poder retomar o crescimento. Juszkiewicz apresentou um comunicado onde garante:
Esse processo será virtualmente invisível para os clientes, que poderão continuar contando com a Gibson para criação de produtos e para um apoio ao cliente sem paralelo.
De qualquer modo, é muito sintomático de nossos tempos que uma empresa como a Gibson esteja em crise, afinal, a música tocada em guitarra elétrica, com o uso de toda a sua parafernália, deixou de ser algo primordial no mercado mundial, na qual músicos de gêneros como pop e o Hip-Hop não precisarem de instrumentos desse tipo, resolvendo sua sonoridade apenas com sintetizadores e samplers.

A Gibson Brands foi fundada em Nashville, no Tennessee, nos EUA, em 1894, e foi a primeira grande marca de guitarras a produzir em massa o modelo elétrico, a partir do fim dos anos 1940. Além de sua marca principal, a Gibson, a empresa adquiriu várias outras marcas importantes no mercado musical, como Epiphone, Dobro, Kramer, Steinberger, Maestro, Baldwin e Wurlitzer.

A Gibson tem muita evidência no mundo do rock porque seus instrumentos são a linha de assinatura de muitos guitarristas fundamentais, como Jimmy Page (Led Zeppelin) e sua Gibson Les Paul; Slash (Guns’n’Roses), Billy Joe Amstrong (Green Day), Bob Marley, George Harrison (Beatles), Eric Clapton (em sua fase Cream) também brilharam na Les Paul; Tony Iommi (Black Sabbath), James Hatfield (Metallica), Robbie Krieger (The Doors), Angus Young (AC/DC) na SG Standart; o modelo ES foi o preferido de gente como B.B. King, Chuck Berry, Keith Richards (Rolling Stones) e Dave Grohl (Foo Fighters); John Lennon (Beatles) encontrou sua casa na Epiphone Cassino; e muito e muito mais.





