Na grande notícia desta semana, o Superman de Henry Cavill está oficialmente de volta ao DCU, ao Universo DC nos cinemas. Algo a ser comemorado pelos fãs no mundo inteiro após anos de espera, já que a última vez que o ator britânico vestiu a capa vermelha foi no já distante Liga da Justiça de 2017. E com todo aquele problema que já conhecemos…

Infelizmente, para falar do retorno do Superman temos invadir um campo de total SPOILERS de alguns lançamentos por aí… Portanto, se não quer saber de informações que podem estragar surpresas, por favor, não siga a leitura deste post. Guarde a informação da volta do homem de aço e mais tarde como isso acontece fará sentido para você de algum modo. Mas se não se importa em saber de segredos e surpresas com antecedência, siga a leitura.
Lembre-se, você foi avisado…

Ainda aqui? Então, vamos…
Os rumores e os indicativos de que isso iria acontecer estão por aí há muito e muito tempo, e ainda bem, foram confirmadas com o lançamento de Adão Negro/ Black Adam, o novo filme do DCU estrelado por Dwayne “The Rock” Johnson: em toda a sua glória, o Superman de Henry Cavill finalmente retorna na cena pós-créditos do longa.
A trama de Black Adam adapta o personagem que surgiu como um vilão nas histórias do Shazam (dos tempos em que ele era chamado de Capitão Marvel), mas que depois, ganhou mais relevância ao ser adaptado de maneira mais moderna e “fodona” na versão do escritor Geoff Johns na década de 2000 dentro das histórias da Sociedade da Justiça. Criado por Otto Binder e C.C. Beck em The Marvel Family, de 1945, e a sua história explora que Teth Adam viveu no Egito antigo e foi o primeiro campeão do Mago a usar os poderes que advêm com a pronúncia da palavra mágica SHAZAM, mas foi corrompido pelo poder e virou um ser tirânico e maligno; e terminou exilado em outra dimensão antes de conseguir retornar à nossa Terra e se tornar um oponente do Shazam de nosso tempo, o jovem Billy Batson.

Nas histórias de Geoff Johns nos anos 2000, o Adão Negro ganhou uma abordagem menos vilanesca e mais associada a um anti-herói, com o personagem tomando o país fictício de Kandhaq e se tornando o seu regente. Desde então, ele oscila entre ser um vilão ou um anti-herói a partir dos criadores das histórias.
O cinema adapta mais ou menos essa história, mostrando o personagem de The Rock realmente vivendo no Egito Antigo e ganhando os seus poderes, mas sem conseguir impedir a morte de sua família, tornando-o um ser na fina linha entre a vilania e o anti-heroísmo. Ele terminará contido por cerca de 5 mil anos e retorna no presente, novamente causando o caos com seus superpoderes. Então, a Sociedade da Justiça – com membros como Senhor Destino, Gavião Negro, Átomo, Stargirl– emerge como o grupo de heróis capaz de detê-lo.

Não vamos nos ater muito aos aspectos gerais do filme, porque esse não é o tópico, o que nos importa é: e o Superman?
Bem, os próprios trailers revelaram que, de algum modo, Amanda Waller (Viola Davis) está relacionada ao aparecimento da Sociedade da Justiça – e não sabemos por que (para além que questões “criativas”) Waller não convoca o Esquadrão Suicida ou a Liga da Justiça – e a personagem também está ligada à aparição do último filho de Krypton.

Tudo acontece na cena pós-créditos: Adão Negro termina o filme (como nos quadrinhos) dominando Kandhaq e vemos o momento em que Amanda Waller aparece (não sabemos ainda se fisicamente ou por meio de uma tela ou algo assim) e lhe diz que ele terá que ficar confinado em Kandhaq ou sofrerá as consequências. O personagem de The Rock então diz algo como: “E vocês farão o quê? Não há ninguém neste planeta que possa mais do que eu”; no que Waller diz: “Então, fui atrás de algo que não é deste planeta”…

Assim, vemos uma sombra emergindo da fumaça e um homem voando e pousando com uma capa esvoaçante. Ao sair da fumaça e chegar à luz, vemos o Superman de Henry Cavill em seu uniforme vermelho e azul tradicional, dizendo “Adão Negro, faz um tempo que alguém não deixa o planeta tão alerta… Precisamos conversar!”. E fim.
Alguns comentários na internet (apócrifos, nenhuma confirmação ainda) dizem que o tema do Superman de John Williams toca na cena. Se acontecer, veremos fãs às lágrimas nos cinemas.

Como o Superman voltou? Vamos às questões de bastidores: desde que vendeu o projeto de adaptar Black Adam para a Warner, The Rock vem insistentemente trabalhando para que o Superman de Henry Cavill faça parte do pacote. Os dois até publicaram uma foto juntos já muitos anos atrás, dizendo que estavam trabalhando em um projeto especial.
Mais recentemente, numa entrevista à Variety, Johnson até meio que confirmou que o homem de aço viria a aparecer: perguntado se o futuro viria um confronto entre Adão Negro e Superman, The Rock disse, “Este é absolutamente o motivo de fazermos tudo isso, cara”.
Cavill e Johnson partilham o mesmo agente, Dany Garcia e devem estar articulando isso nos bastidores há muitos anos.

O fato é que após uma aparição de um Superman (com o uniforme padrão) sem cabeça em Shazam! (também na cena pós-créditos – na qual Billy Baston leva o homem de aço para visitar seu amigo na escola, mas a cena é interpretada por um dublê cuja câmera nunca mostra a cabeça) e outro borrado nas sombras no capítulo final da série do Pacificador (Peacemaker – na qual a Liga da Justiça chega atrasada para a batalha final, mas apenas Flash e Aquaman são realmente vividos por seus atores – Ezra Miller e Jason Momoa – e Superman e Mulher-Maravilha aparecem borrados vividos por dublês); finalmente, o Superman aparece de verdade no DCU após os eventos de Liga da Justiça.
Ah, não custa lembrar: apesar de todos os pesares, a Warner ainda considera a versão dos cinemas de 2017 (creditada ao diretor Joss Whedon) como a versão canônica, e não a jornada de 4 horas do diretor Zack Snyder (lançada no streaming em 2021).
O Superman está oficialmente de volta, então. E agora?

Bom, duas coisas devem acontecer… A primeira e mais óbvia: haverá um Black Adam 2 com um confronto entre o personagem e o Superman. The Rock até já mencionou que o ponto de um filme assim nem seria no confronto em si, mas nas coisas que trazem à tona. É muito provável que o filme trará a típica abordagem criada e consolidada pela concorrente Marvel (nos quadrinhos e cinema): os dois sairão em batalha um contra o outro para, depois, unirem as forças contra uma força maior comum.
E de quebra, o filme pode fazer algumas reflexões sobre poder, noções de justiça e representatividade, quem sabe, não é?
O outro ponto é que haverá, finalmente, um Homem de Aço 2. Com certeza absoluta, Henry Cavill só regressou ao papel sob a condição de estrelar um filme próprio no qual tenha poder de decisão. Isso é praticamente indiscutível.

Lembrem: Cavill manteve dizendo em entrevistas que não tinha ainda “acabado” com o papel e que “esperava voltar”, mas ao mesmo tempo, a imprensa sempre tratou o tema sob o aspecto de que “Warner e Cavill não conseguiam chegar a um acordo”. O que é exatamente esse acordo nunca ficou claro, mas devia envolver duas coisas: o salário e a realização de um filme solo do personagem. Afinal, a Warner parecia muito confortável apenas colocando o homem de aço como coadjuvante em produções como Liga da Justiça (convenhamos, o personagem tem importância “espiritual” em ambas as versões, mas aparece muito pouco e sem grande desenvolvimento de personagem – e mesmo em Batman vs Superman – A Origem da Justiça, ele é apenas um coadjuvante secundário [e quase um vilão] para o homem-morcego de Ben Affleck).
Mas The Rock é um dos maiores astros de Hollywood da atualidade. Um daqueles poucos atores capazes de garantir uma alta bilheteria apenas com seu nome, independente do conteúdo ou da franquia. Então, Dwayne Johnson teve “moral” para mexer algumas coisas na Warner para que Cavill voltasse ao cargo segundo os seus próprios termos. O momento também foi propício, pois o novo CEO da Warner Bros. Discovery, David Zaslav, já mencionara em entrevistas que queria resgatar e reforçar os personagens-chave do Universo DC.

Então, podemos esperar um novo filme solo do Superman, muito pouco provavelmente será chamado de Homem de Aço 2. Mas dará a oportunidade a Henry Cavill a explorar o seu enorme potencial como ator e como personagem de levar o homem do amanhã ao altos patamares que suas histórias em quadrinhos exploraram. Veja por exemplo, a lista do HQRock para as Melhores Histórias do Superman para ter uma ideia do que o cinema poderia fazer com o último filho de Krypton em vez de apenas contar sua origem ou fazê-lo voar por aí contra Lex Luthor.

A grande questão que fica agora é quem virá primeiro: Black Adam 2 ou Homem de Aço 2, mas o fato que podemos comemorar que devemos ter uma versão descente do Superman nos cinemas nos próximos anos, possibilitando que um ator de bom espectro dramático como Cavill possa realmente explorar as nuances de seu personagem. E que o filho de Krypton não seja somente esse personagem sombrio e atormentado que a visão de Zack Snyder apresentou – convenhamos, pelo o que vimos em seus três filmes (O Homem de Aço, Batman vs. Superman e Liga da Justiça – Versão de Zack Snyder), o diretor apresenta o personagem muito mais como a perdição da Terra do que aquela boa e velha ideia de um salvador, de uma inspiração, da luz no fim do túnel, da esperança na grandeza da humanidade que acompanha as versões mais eficientes do personagem.
Com sorte, veremos isso nos cinemas em breve.

